No Reino da Palavra...

- Não grite.
Não permita que o seu modo de falar se
transforme em agressão.

- Conserve a calma.
Ao falar, evite comentários ou imagens
contrárias ao bem.

- Evite a maledicência.
Trazer assuntos infelizes à conversação,
lamentando ocorrências que já se foram, é requisitar
a poeira de caminhos já superados,
complicando paisagens alheias.

- Abstenha-se de todo adjetivo desagradável
para pessoas, coisas e circunstâncias.
Atacar alguém será destruir hoje o nosso
provável benfeitor de amanhã.

- Use a imaginação sem excesso.
Não exageres sintomas ou deficiências
com os fracos ou doentes, porque isso viria
fazê-los mais doentes e mais fracos.

- Responda serenamente em toda questão difícil.
Na base da esperança e bondade,
não existe quem não possa ajudar conversando.

- Guarde uma frase sorridente e amiga para
toda situação inevitável.
Da mente aos lábios, temos um trajeto
controlável para as nossas manifestações.

- Fuja a comparações, a fim de que seu
verbo não venha a ferir.
Por isso, tão logo a idéia negativa nos alcance
a cabeça, arredemo-la, porque um pensamento
pode ser substituído, de imediato, no silêncio
do espírito, mas a palavra solta é sempre um
instrumento ativo em circulação.

Recorde que Jesus legou o Evangelho,
exemplificando, mas conversando também.
ANDRÉ LUIZ



Distribui sorrisos e palavras de amor aos irmãos algemados a
rudes provas como se os visses falando por teus lábios, e
atravessarás os dias de tristeza ou de angústia com a luz da
esperança no coração, caminhando, em rumo certo, para o
reencontro feliz com todos eles, nas bênçãos de Jesus, em plena
imortalidade.

(Emmanuel).

sábado, 17 de janeiro de 2015

Causa das Aflições




1. INTRODUÇÃO

Por que tanto sofrimento ao redor de nossos passos? Por que uns nascem na miséria e outros na opulência? Por que para uns tudo dá certo e para outros não? Estas são algumas dentre as muitas questões que ficam sem resposta lógica, quando analisamos a vida do ponto de vista de uma única encarnação. Olhemos a vida numa perspectiva mais ampla e obteremos respostas para todas essas dúvidas.

2. CONCEITO
Aflição - do latim afflictione. 1. Agonia, atribulação, angústia, sofrimento. 2. Tristeza, mágoa, pesar, dor. 3. Cuidado, preocupação, inquietação, ansiedade. 4. Padecimento físico; tormento, tortura. (Dicionário Aurélio)

Aflição, na essência, é o reflexo intangível do mal forjado pela criatura que o experimenta, e todo mal representa vírus de alma suscetível de alastrar-se ao modo de epidemia mental devastadora.

Freqüentemente, aflição é a nossa própria ansiedade, respeitável mas inútil, projetada no futuro, mentalizando ocorrências menos felizes que, em muitos casos, não se verificam como supomos e, por vezes, nem chegam a surgir. (Equipe FEB, 1997)

3. HISTÓRICO

O ser humano, premido pela necessidade, sempre buscou inventar aparelhos que lhe possibilitassem viver melhor. No que tange à dor, os antropólogos descobriram, já na Antigüidade, diversos instrumentos de cura. De lá para cá, as descobertas de novas técnicas se incrementaram. Foram inventados os raios-X, a anestesia, o laser e outros. Tudo para melhorar a saúde dos habitantes deste planeta.

4. DOR E SOFRIMENTO

4.1. ESPECIFICANDO OS TERMOS


Dor e Sofrimento — a simples reflexão sobre a dor e o sofrimento basta para evidenciar que eles têm uma razão de ser muito profunda. A dor é um alerta da natureza, que anuncia algum mal que está nos atingindo e que precisamos enfrentar. Se não fosse a dor sucumbiríamos a muitas doenças sem sequer nos dar conta do perigo. O sofrimento, mais profundo do que a simples dor sensível e que afeta toda a existência, também tem a sua razão de ser. É através dele que o homem se insere na vida mística e religiosa. (Idígoras, 1983)

4.2. NECESSIDADE DA DOR
A dor física anuncia que algo em nós não vai bem e precisa de melhora. Embora sempre queiramos fugir dela, ela nos oferece a oportunidade de reflexão — volta para o nosso interior —, objetivando o conhecimento de nós mesmos.

Dada a grande coerência da dor, tanto sofrem os grandes gênios e como as pessoas mais apagadas. Nesse sentido, observe o sofrimento anônimo daqueles que dão exemplo de santidade aos que lhe sentem os efeitos, mesmos ocultos e sigilosos.

4.3. TIPOS DE DOR

O processo de crescimento espiritual está associado à dor e ao sofrimento. De acordo com o Espírito André Luiz, a dor pode ser vista sob três aspectos:

1) Dor-expiação — que vem de dentro para fora, marcando a criatura no caminho dos séculos, detendo-a em complicados labirintos de aflição, para regenerá-la, perante a justiça. É conseqüência de nosso desequilíbrio mental, ou proceder desviado da rota ascensional do espírito. Podemos associá-la às encarnações passadas. Muitas vezes é o resgate devido ao mau uso de nosso livre-arbítrio.

2) Dor-evolução — que atua de fora para dentro, aprimorando o ser, sem a qual não existiria progresso. Na dor-expiação estão associados o remorso, o arrependimento, o sentimento de culpa etc. Na dor-evolução estão associados o esforço e a resistência ao meio hostil. Enquanto a primeira é conseqüência de um ato mau, a segunda é um fortalecimento para o futuro.

3) Dor-Auxílio — são as prolongadas e dolorosas enfermidades no envoltório físico, seja para evitar-nos a queda no abismo da criminalidade, seja, mais freqüentemente, para o serviço preparatório da desencarnação, a fim de que não sejamos colhidos por surpresas arrasadoras, na transição para a morte. O enfarte, a trombose, a hemiplegia, o câncer penosamente suportado, a senilidade prematura e outras calamidades da vida orgânica constituem, por vezes, dores-auxílio, para que a alma se recupere de certos enganos em que haja incorrido na existência do corpo denso, habilitando-se, através de longas reflexões e benéficas disciplinas, para o ingresso respeitável na vida espiritual (Xavier, 1976, p. 261 e 262)

5. LEI DA AÇÃO E REAÇÃO

O que é uma causa? É algo que origina um efeito. Por exemplo: qual a causa do leite? A vaca. Qual a causa da manteiga? O leite. Mas todas essas causas estão sujeitas a um princípio. Quando estamos falando de causa e efeito, estamos falando de tempo.

5.1. TEMPO

Que é o tempo? Sucessão de coisas ou de acontecimentos, que se expressam em termos de presente, passado e futuro. Embora na sua concepção infinita de tempo, o passado, o presente e o futuro se confundem, não há dúvida de que o ontem foi passado, o hoje é o presente e o amanhã o futuro.

Axioma: dada uma causa, o efeito se realiza necessariamente.

Importante: passagem do tempo, ou seja, podemos modificar a causa e concomitantemente o efeito.

5.2. O MERECIMENTO

Um exemplo clássico da Doutrina está na história da pessoa que perdeu o dedo, mas deveria ter perdido o braço.

Esta história foi retratada pelo Espírito Hilário Silva, no capítulo 20 do livro A Vida Escreve, psicografada por F. C. Xavier e Waldo Vieira, no qual descreve o fato de Saturnino Pereira que, ao perder o dedo junto à máquina de que era condutor, se fizera centro das atenções: como Saturnino, sendo espírita e benévolo para com todas as pessoas, pode perder o dedo? Parecia um fato que ia de encontro com a justiça divina. Contudo, à noite, em reunião íntima no Centro Espírita que freqüentava, o orientador espiritual revelou-lhe que numa encarnação passada havia triturado o braço do seu escravo num engenho rústico. O orientador espiritual assim lhe falou: "Por muito tempo, no Plano Espiritual, você andou perturbado, contemplando mentalmente o caldo de cana enrubescido pelo sangue da vítima, cujos gritos lhe ecoavam no coração. Por muito tempo, por muito tempo... E você implorou existência humilde em que viesse a perder no trabalho o braço mais útil. Mas, você, Saturnino, desde a primeira mocidade, ao conhecer a Doutrina Espírita, tem os pés no caminho do bem aos outros. Você tem trabalhado, esmerando-se no dever... Regozije-se, meu amigo! Você está pagando, em amor, seu empenho à justiça..."

6. CAUSAS DAS AFLIÇÕES

Faz parte do capítulo V de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, cujo título é Bem-Aventurados os Aflitos, e abrange os itens de 3 a 10.

As causas das aflições devem ser procuradas tanto no presente (atual encarnação) como numa existência passada. Devemos partir do princípio de que elas são justas. Se assim não pensarmos, poderemos cair no erro de jogar a culpa nos outros ou em Deus. Quer dizer, tudo o que se nos acontece tem um motivo, embora nem sempre o saibamos explicar com clareza.

Assim sendo, toda vicissitude pode ser vista sob dois ângulos:

6.1. CAUSAS ATUAIS DAS AFLIÇÕES
Aqui devemos refletir sobre o sofrimento que nos visita, fazendo algumas indagações a respeito. Em caso de anemia — será que me descuidei da alimentação? No caso do filho escolher o caminho do vício — dei-lhe a devida educação, os cuidados necessários? No caso de uma querela familiar — será que não fui injusto para com tal pessoa?

"Que todos aqueles que são atingidos no coração pelas vicissitudes e decepções da vida, interroguem friamente sua consciência; que remontem progressivamente à fonte dos males que os afligem, e verão se, o mais freqüentemente, não podem dizer: Se eu tivesse, ou não tivesse, feito tal coisa eu não estaria em tal situação". (Kardec, 1984, p. 72)

6.2. CAUSAS ANTERIORES

Não encontrando uma resposta satisfatória na presente encarnação, devemos nos reportar à encarnação passada. "Os sofrimentos por causas anteriores são, freqüentemente, como o das causas atuais, a conseqüência natural da falta cometida; quer dizer, por uma justiça distributiva rigorosa, o homem suporta o que fez os outros suportarem; se foi duro e desumano, ele poderá ser, a se turno, tratado duramente e com desumanidade; se foi orgulhoso, poderá nascer em uma condição humilhante; se foi avarento, egoísta, ou se fez mal uso da fortuna, poderá ser privado do necessário; se foi mal filho, poderá sofrer com os próprios filhos etc." (Kardec, 1984, p. 74)

A regra é básica: devemos procurar a origem dos males nesta mesma encarnação. Não encontrando indícios, retornemos a uma outra. Mesmo tendo o esquecimento do passado, fica-nos uma lembrança, uma intuição.

6.3. JUSTIÇA DAS AFLIÇÕES

A dor não é castigo: é contingência inerente à vida, cuja atuação visa a restauração e o progresso.

A dor-expiação é cármica, de restauração, é libertação de carga que nos entrava a caminhada; é reajuste perante a vida, reposição da alma no roteiro certo. Passageira, nunca perene.

A dor-evolução, tem existência permanente, embora variável segundo as experiências vividas pelo espírito. Ela acompanha o desenvolvimento, é sua indicação, é sinal de dinamização, inevitável manifestação de crescimento. É a dor, na sua essência, uma vez que as outras são passageiras e evitáveis, mesmo que o Espírito se envolva em suas malhas, por séculos, às vezes.

Jesus, quando falava de dor, sede e fome, referia-se à dor-evolução, à dor insita no crescimento do Espírito impulsionado pela fome de aprender e pela sede de saber. (Curti, 1982, p. 39)

7. CONCLUSÃO

"Saibamos sofrer e sofreremos menos". Eis o dístico que devemos nos lembrar em todos os estados depressivos de nossa alma, a fim de nos fortalecermos para o futuro.

8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CURTI, R. Bem-Aventuranças e Parábolas. São Paulo, FEESP, 1982.

EQUIPE DA FEB. O Espiritismo de A a Z. Rio de Janeiro, FEB, 1995.

FERREIRA, A. B. de H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, s/d/p.

IDÍGORAS, J. L. Vocabulário Teológico para a América Latina. São Paulo, Edições Paulinas, 1983.

KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed., São Paulo, IDE, 1984.

XAVIER, F. C. Ação e Reação, pelo Espírito André Luiz. 5. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1976.

XAVIER, F. C., VIEIRA, W. A Vida Escreve, pelo Espírito Hilário Silva. 3. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1978.

Angústia e Espiritismo





1. INTRODUÇÃO

O que se entende por angústia? Há diferença entre angústia e ansiedade? Que tipo de subsídios a filosofia nos oferece? E a psicologia? Como vê-la segundo a perspectiva do Espiritismo?

2. CONCEITO

Angústia. Do latim angustia, significa estreiteza, espaço reduzido, carência, falta. Medo vago ou indeterminado, sem objeto real ou atual. É um medo intempestivo e invasor que nos sufoca (angere, em latim, significa apertar, estrangular) ou nos submerge.

3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A angústia não é fenômeno dos nossos dias. Ela acompanha a história da humanidade.

Platão, em sua “Alegoria da Caverna”, mesmo que indiretamente, já vislumbrava o problema da angústia, principalmente na sua distinção entre o mundo sensível e o mundo verdadeiro.

Na filosofia existencialista, a palavra "angústia" tomou sentido de "inquietação metafísica" em meio aos tormentos pessoais do homem.

Pela angústia o ser humano toma consciência, ao mesmo tempo, do nada de onde ele veio e do porvir no qual se engaja.

Para os existencialistas, a angústia não é lamentável nem condenável, porém simbólica, bastando-se por vezes a si mesma, o que explica o aspecto pessimista de muitas dessas correntes filosóficas.

Freud em seus estudos de psicanálise vê a angústia como castração, ou seja, ausência de objeto.

Lacan fala-nos que a angústia é um afeto que não engana.

O homem comum descreve a angústia como uma tragédia, uma coisa dentro de si, algo que aperta a sua garganta, mas não sabe o que é.

4. A ANGÚSTIA SEGUNDO ALGUNS CAMPOS DE INTERESSE

4.1. FILOSOFIA

Filosoficamente, a angústia é o sentimento do nada. Ela domina toda a temática da filosofia existencialista (Sartre e outros). Todos eles dão à angústia um valor exagerado, principalmente pelo enfrentamento do nada que se nos espera além-túmulo. Como não admitem que exista algo além da matéria, optam pela angústia, pelo desespero, pela aflição.

4.2. PSICOLOGIA

Psicologicamente, a angústia diz respeito ao futuro, à expectativa. É isso o que torna difícil vencê-la: como se precaver contra o que ainda não é, contra o que pode ser? Quer dizer, enquanto vivemos na expectativa, tanto o futuro quanto a serenidade estão fora de alcance. (Comte-Sponville, 2003)

4.3. MEDICINA

Para a medicina, a angústia, juntamente com a depressão, é a resposta do homem frente às diversas pressões do mundo contemporâneo. Os meios de comunicação, para expressá-la, usam os seguintes temos: estresse, tensão, síndrome do pânico, transtorno bipolar etc. (Leite, 2011, p. 17)

5. TERMOS RELACIONADOS COM A ANGÚSTIA

5.1. O NADA

O nada é um sentimento sem objeto. Como não há nada a combater, a angústia aparece. O angustiado tem medo do nada, contrariamente ao ansioso, que tem medo de tudo. Daí, a sensação de vazio ou de vagueza, que pode chegar ao sufocamento. “O angustiado tem falta de ser, como se tem falta de ar. O nada lhe dá medo, e isso é a própria angústia: sentimento apavorado do nada de seu objeto”. (Comte-Sponville, 2003)

5.2. O MEDO

Ter medo de um cachorro que rosna é menos angústia do que temor. Se o cachorro nos ataca, podemos correr ou enfrentá-lo com algum objeto. Se, porém, tivermos medo de ser atacado por um cachorro quando não há nenhum cachorro presente ou que o esteja ameaçando, é antes uma angústia. Contra ela estamos mais desarmados. O que podem a fuga ou o combate contra a ausência de um cachorro? Contra um perigo inexistente ou puramente imaginário?

5.3. A ANSIEDADE

Esta palavra é muitas vezes utilizada como sinônimo de angústia, especialmente na linguagem médica. No entanto, a ansiedade pende mais para o psicológico do que para a filosofia. “É muito mais um traço de caráter do que uma posição existencial, muito mais uma essência do que uma experiência, muito mais uma disposição patológica do que ontológica. O ansioso está sempre com o medo à frente. Ele verifica três vezes se fechou a porta, teme ser seguido ou agredido. Toma para si um arsenal de precauções que só fazem aumentar esse medo”. (Comte-Sponville, 2003)

6. ANGÚSTIA E ESPIRITISMO

6.1. VIDA FUTURA

Pelo simples fato de duvidar da vida futura, o homem dirige todos os seus pensamentos para a vida terrestre. Sem nenhuma certeza quanto ao porvir, dá tudo ao presente. Nenhum bem divisando mais precioso do que os da Terra, torna-se qual a criança que nada mais vê além de seus brinquedos. E não há o que não faça para conseguir os únicos bens que se lhe afiguram reais. A perda do menor deles lhe ocasiona uma tremenda angústia. (Kardec, 1984, cap. 2, item 5)

6.2. MUNDOS SUPERIORES

Como em mundos mais evoluídos, os Espíritos pensam mais no bem do que no mal, a angústia é mínima ou quase inexistente, porque já compenetrados dos ensinamentos do Cristo, darão maior valor à vida espiritual do que à vida material. Nos mundos que atingiram um grau superior, a vida se apresenta muito diferente daquela da terra. “O corpo nada tem da materialidade terrestre, e não está, por conseguinte, sujeito nem às necessidades, nem às doenças, nem às deteriorações que engendram a predominância da matéria”, ou seja, tudo o que pode ser motivo de angústia. (Kardec, 1984, cap. 3, item 9)

6.3. INFLUÊNCIA DE ESPÍRITOS INFERIORES

Para vencer a angústia advinda da influência de Espíritos menos felizes, tenhamos em mente: 1) a prece é a primeira das armas; 2) depois, vem a fé, pois ela é o remédio seguro do sofrimento; 3) estejamos sempre em estudo, em comunicação constante com os Espíritos de luz.

7. CONCLUSÃO

Se permanecêssemos constantemente em contato com os Espíritos de luz, não eliminaríamos a angústia, mas a diminuiríamos enormemente, pois a influência desses Espíritos nos livraria de muitos males.

8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

COMTE-SPONVILLE, André, André. Dicionário de Filosofia. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984.

LEITE, Sonia. Angústia. Rio de Janeiro: Zahar, 2011 (Passo-a-passo, 92)











Ansiedade, Psicologia e Espiritismo



1. INTRODUÇÃO

O que se entende por ansiedade? Qual a concepção da Psicologia? Qual o contributo de Freud? Que subsídios a Psicologia e o Espiritismo podem nos oferecer para o seu controle? Como um Centro Espírita pode prestar auxílio?

2. CONCEITO

Ansiedade. É um intenso mal-estar físico e psíquico, acompanhado de aflição e agonia. Figuradamente, desejo veemente e impaciente.

Na Psicologia, a ansiedade pode variar de simples apreensão aos ataques de fobias, melancolia e síndrome de pânico. Pode-se dizer que é um estado de agitação motora e excitação intelectual, provocado por sentimentos de natureza penosa, que se revela por movimentos desordenados, mas pouco variados, indicando medo, angústia, desespero, pavor etc. (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira)

3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A ansiedade e os termos correlacionados, tais como, medo, angústia, melancolia, síndrome de pânico, não é somente de nossos dias, embora a correria do mundo moderno possa provocá-la mais intensamente do que no passado.

Observe as pessoas dentro do ônibus ou metrô. A maioria não pára de mexer nos seus aparelhos eletrônicos: parece que todos estão fugindo de si mesmos. Inconscientemente, provocam os sintomas da ansiedade.

Acrescentemos, também, as diversas preocupações de subsistência, de relacionamentos, de compromissos assumidos. Quando não são devidamente administradas, elas geram ânsia, que é a pressa para tudo resolver.

Todos, em menor ou maior grau, estamos sujeitos à ansiedade: uns preferem racionalizá-la, outros narcotizá-la e outros ainda evitá-la.

Diante de uma adversidade, devemos nos preparar para “lutar-ou-fugir”. A fuga pode gerar problemas futuros; a luta, embora penosa, pode gerar grandes benefícios.

4. ANSIEDADE E PSICOLOGIA

4.1. SINTOMAS DA ANSIEDADE


Fisicamente, palpitações, rigidez do tórax, suor, sequidão da boca, aumento da vontade de defecar ou urinar, dores de cabeça, tonturas.

Psicologicamente, sentimentos de medo, pânico e tendências para temas de desgraças dominando os seus pensamentos. (Sheehan, 2000, p. 13)

4.2. TRANSTORNOS DE ANSIEDADE

Transtorno de ansiedade é “Um estado de ansiedade e apreensão contínua e irracional, algumas vezes desencadeando um medo agudo que chega ao pânico, acompanhado por sintomas de perturbação autônoma; com efeitos secundários em outras funções mentais como a concentração, a atenção, a memória e o raciocínio”. (Sheehan, 2000, p. 13) Há cinco tipos: transtorno de ansiedade generalizada, transtorno de pânico, transtorno de pânico com agorafobia, fobia social e fobia simples.

As causas dos transtornos de ansiedade podem ser descritas: De uma lista de aproximadamente 40 itens (com pontuação de 0 a 100), tais como, casamento, férias, natal, ou seja, como passamos o nosso dia a dia, a morte do cônjuge recebeu 100, o divórcio, 73, a separação conjugal, 65, a aposentadoria, 45. (Sheehan, 2000, p. 25)

4.3. FREUD E A ANSIEDADE

Na concepção de Freud, a ansiedade é uma espécie de “sistema de alarme”, que nos previne do perigo quando certas ideias estão a ponto de alcançar a expressão consciente. Freud estabeleceu três tipos de ansiedade: moral,real e neurótica. A ansiedade moral decorre da censura do superego; a ansiedade real, pela percepção de um perigo que de fato existe; a ansiedade neurótica, expressa-se pelas fobias, medo persistente e irracional. (Souza, s.d.p.)

5. TIPOS DE AJUDA PSICOLÓGICA

Os psicólogos desenvolveram alguns métodos com o propósito de ajudar os indivíduos a manterem a ansiedade sob controle, uma vez que ela, em pequenas doses, é bastante útil. Para tanto, falam-nos do relaxamento, das visualizações criativas, da reeducação do pensamento, da programação Neurolinguística, da hipnose etc. Vejamos alguns deles:

5.1. RELAXAMENTO E AUTO-HIPNOSE

As pessoas que sofrem os transtornos de ansiedade têm muita dificuldade de relaxar, pois acreditam que o importante é estar sempre alertas e vigilantes. Não resta dúvida que os benefícios do relaxamento são muitos: depois de praticá-lo as pessoas relatam a mudança do tônus vital, do sono e da sua conduta diária.

A auto-hipnose assemelha-se à meditação, pois estimula o lado direito do cérebro, parte responsável pela intuição e conhecimento interior. Na auto-hipnose não se deve forçar o relaxamento, pois isso prejudica a concentração. Deveríamos fazê-lo de acordo com o nosso ritmo, no sentido de nos sentirmos confortáveis. (Sheehan, 2000, cap. 6)

5.2. PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA

A Programação Neurolinguística lida com o modo como estruturamos nossa experiência subjetiva. Há pensamentos negativos tão enraizados em nosso subconsciente, que temos dificuldade de nos libertar deles. Por isso, propõe-se o método “pare”, no sentido de quebrar a seqüência deles em nosso consciente. Um exemplo: Posso morrer durante um ataque de pânico. PARE! Enfoque positivo: já passei tantas vezes por isso no passado e sempre sobrevivi. Isso é totalmente inofensivo. (Sheehan, 2000, cap. 4)

5.3. ENFRENTANDO A ANSIEDADE


Há lembranças do passado que interferem de tal maneira no presente que absorve toda a nossa energia mental. Para isso, a psicologia diz-nos que o passado já está morto, mas que podemos interpretar aquelas lembranças com outras imagens. O fato antigo não é o mesmo que recordamos hoje; ele tem uma interpretação atual, mais positiva.

Para este enfrentamento, propõe diversos exercícios de visualizações mentais no sentido de identificar o que está acarretando o problema e mudar para um enfoque positivo, pois não se deve dar ordem negativa ao cérebro. Ele acaba aceitando como positivo. Exemplo: dizer para uma criança não pegar o pedaço de bolo que está na geladeira é dar-lhe a pista para pegá-lo. (Sheehan, 2000, cap. 7)

6. ANSIEDADE E ESPIRITISMO

6.1. A CODIFICAÇÃO ESPÍRITA


A codificação espírita, como um todo, é um convite à paz e à harmonia interior, antídotos da ansiedade. Especificamente, o capítulo V (Bem-Aventurados os Aflitos), de O Evangelho Segundo o Espiritismo, oferece-nos subsídios valiosos para o tratamento da ansiedade, pois fala-nos das causas e da justiça das aflições, o que estimula o equilíbrio do nosso pensamento.

6.2. ORIENTAÇÕES DO ESPÍRITO EMMANUEL

Ele nos diz que as ansiedades armam muitos crimes e jamais edificam algo de útil na Terra. Se o homem nascesse para andar ansioso, seria dizer que veio ao mundo, não na categoria de trabalhador em tarefa santificante, mas por desesperado sem remissão. Muitas ocasiões incitam-nos à ansiedade, porém pensemos com Pedro: “Lança as inquietudes sobre as tuas esperanças em Nosso Pai Celestial, porque o Divino Amor cogita do bem-estar de todos nós”. (Xavier, 1977, cap. 8)

6.3. O CENTRO ESPÍRITA

O Centro Espírita é a Universidade da alma. Nele, podemos encontrar auxílio para qualquer tipo de dor. Suponha que a ansiedade seja acompanhada por influência de Espíritos imperfeitos. Nesse caso, o diálogo com essa entidade pode afastá-la do nosso convívio e nos dar calma para o nosso dia a dia. As palestras evangélicas, os passes, os cursos de Espiritismo são outros tantos alimentos para modificar os nossos reflexos condicionados infelizes.

7. CONCLUSÃO

Os estímulos psicológicos e as orientações dos Espíritos superiores ajudam sobremaneira o controle da ansiedade. Contudo, o trabalho maior compete a nós mesmos, pois temos de “lutar-ou-fugir”.

8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E BRASILEIRA. Lisboa/Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia, [s.d. p.].

SHEEHAN, Elaine. Ansiedade, Fobias e Síndrome do Pânico: Esclarecendo as suas Dúvidas. Tradução de ZLF Assessoria Editorial. São Paulo: Ágora, 2000. (Guias Ágora)

SOUZA, Irene Sales de (org.). Dicionário de Psicologia Prática. Rio de Janeiro: Esparsa, s.d.p.

XAVIER, F. C. Pão Nosso, pelo Espírito Emmanuel. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1977.



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