No Reino da Palavra...

- Não grite.
Não permita que o seu modo de falar se
transforme em agressão.

- Conserve a calma.
Ao falar, evite comentários ou imagens
contrárias ao bem.

- Evite a maledicência.
Trazer assuntos infelizes à conversação,
lamentando ocorrências que já se foram, é requisitar
a poeira de caminhos já superados,
complicando paisagens alheias.

- Abstenha-se de todo adjetivo desagradável
para pessoas, coisas e circunstâncias.
Atacar alguém será destruir hoje o nosso
provável benfeitor de amanhã.

- Use a imaginação sem excesso.
Não exageres sintomas ou deficiências
com os fracos ou doentes, porque isso viria
fazê-los mais doentes e mais fracos.

- Responda serenamente em toda questão difícil.
Na base da esperança e bondade,
não existe quem não possa ajudar conversando.

- Guarde uma frase sorridente e amiga para
toda situação inevitável.
Da mente aos lábios, temos um trajeto
controlável para as nossas manifestações.

- Fuja a comparações, a fim de que seu
verbo não venha a ferir.
Por isso, tão logo a idéia negativa nos alcance
a cabeça, arredemo-la, porque um pensamento
pode ser substituído, de imediato, no silêncio
do espírito, mas a palavra solta é sempre um
instrumento ativo em circulação.

Recorde que Jesus legou o Evangelho,
exemplificando, mas conversando também.
ANDRÉ LUIZ



Distribui sorrisos e palavras de amor aos irmãos algemados a
rudes provas como se os visses falando por teus lábios, e
atravessarás os dias de tristeza ou de angústia com a luz da
esperança no coração, caminhando, em rumo certo, para o
reencontro feliz com todos eles, nas bênçãos de Jesus, em plena
imortalidade.

(Emmanuel).

sábado, 17 de janeiro de 2015

Angústia e Espiritismo





1. INTRODUÇÃO

O que se entende por angústia? Há diferença entre angústia e ansiedade? Que tipo de subsídios a filosofia nos oferece? E a psicologia? Como vê-la segundo a perspectiva do Espiritismo?

2. CONCEITO

Angústia. Do latim angustia, significa estreiteza, espaço reduzido, carência, falta. Medo vago ou indeterminado, sem objeto real ou atual. É um medo intempestivo e invasor que nos sufoca (angere, em latim, significa apertar, estrangular) ou nos submerge.

3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A angústia não é fenômeno dos nossos dias. Ela acompanha a história da humanidade.

Platão, em sua “Alegoria da Caverna”, mesmo que indiretamente, já vislumbrava o problema da angústia, principalmente na sua distinção entre o mundo sensível e o mundo verdadeiro.

Na filosofia existencialista, a palavra "angústia" tomou sentido de "inquietação metafísica" em meio aos tormentos pessoais do homem.

Pela angústia o ser humano toma consciência, ao mesmo tempo, do nada de onde ele veio e do porvir no qual se engaja.

Para os existencialistas, a angústia não é lamentável nem condenável, porém simbólica, bastando-se por vezes a si mesma, o que explica o aspecto pessimista de muitas dessas correntes filosóficas.

Freud em seus estudos de psicanálise vê a angústia como castração, ou seja, ausência de objeto.

Lacan fala-nos que a angústia é um afeto que não engana.

O homem comum descreve a angústia como uma tragédia, uma coisa dentro de si, algo que aperta a sua garganta, mas não sabe o que é.

4. A ANGÚSTIA SEGUNDO ALGUNS CAMPOS DE INTERESSE

4.1. FILOSOFIA

Filosoficamente, a angústia é o sentimento do nada. Ela domina toda a temática da filosofia existencialista (Sartre e outros). Todos eles dão à angústia um valor exagerado, principalmente pelo enfrentamento do nada que se nos espera além-túmulo. Como não admitem que exista algo além da matéria, optam pela angústia, pelo desespero, pela aflição.

4.2. PSICOLOGIA

Psicologicamente, a angústia diz respeito ao futuro, à expectativa. É isso o que torna difícil vencê-la: como se precaver contra o que ainda não é, contra o que pode ser? Quer dizer, enquanto vivemos na expectativa, tanto o futuro quanto a serenidade estão fora de alcance. (Comte-Sponville, 2003)

4.3. MEDICINA

Para a medicina, a angústia, juntamente com a depressão, é a resposta do homem frente às diversas pressões do mundo contemporâneo. Os meios de comunicação, para expressá-la, usam os seguintes temos: estresse, tensão, síndrome do pânico, transtorno bipolar etc. (Leite, 2011, p. 17)

5. TERMOS RELACIONADOS COM A ANGÚSTIA

5.1. O NADA

O nada é um sentimento sem objeto. Como não há nada a combater, a angústia aparece. O angustiado tem medo do nada, contrariamente ao ansioso, que tem medo de tudo. Daí, a sensação de vazio ou de vagueza, que pode chegar ao sufocamento. “O angustiado tem falta de ser, como se tem falta de ar. O nada lhe dá medo, e isso é a própria angústia: sentimento apavorado do nada de seu objeto”. (Comte-Sponville, 2003)

5.2. O MEDO

Ter medo de um cachorro que rosna é menos angústia do que temor. Se o cachorro nos ataca, podemos correr ou enfrentá-lo com algum objeto. Se, porém, tivermos medo de ser atacado por um cachorro quando não há nenhum cachorro presente ou que o esteja ameaçando, é antes uma angústia. Contra ela estamos mais desarmados. O que podem a fuga ou o combate contra a ausência de um cachorro? Contra um perigo inexistente ou puramente imaginário?

5.3. A ANSIEDADE

Esta palavra é muitas vezes utilizada como sinônimo de angústia, especialmente na linguagem médica. No entanto, a ansiedade pende mais para o psicológico do que para a filosofia. “É muito mais um traço de caráter do que uma posição existencial, muito mais uma essência do que uma experiência, muito mais uma disposição patológica do que ontológica. O ansioso está sempre com o medo à frente. Ele verifica três vezes se fechou a porta, teme ser seguido ou agredido. Toma para si um arsenal de precauções que só fazem aumentar esse medo”. (Comte-Sponville, 2003)

6. ANGÚSTIA E ESPIRITISMO

6.1. VIDA FUTURA

Pelo simples fato de duvidar da vida futura, o homem dirige todos os seus pensamentos para a vida terrestre. Sem nenhuma certeza quanto ao porvir, dá tudo ao presente. Nenhum bem divisando mais precioso do que os da Terra, torna-se qual a criança que nada mais vê além de seus brinquedos. E não há o que não faça para conseguir os únicos bens que se lhe afiguram reais. A perda do menor deles lhe ocasiona uma tremenda angústia. (Kardec, 1984, cap. 2, item 5)

6.2. MUNDOS SUPERIORES

Como em mundos mais evoluídos, os Espíritos pensam mais no bem do que no mal, a angústia é mínima ou quase inexistente, porque já compenetrados dos ensinamentos do Cristo, darão maior valor à vida espiritual do que à vida material. Nos mundos que atingiram um grau superior, a vida se apresenta muito diferente daquela da terra. “O corpo nada tem da materialidade terrestre, e não está, por conseguinte, sujeito nem às necessidades, nem às doenças, nem às deteriorações que engendram a predominância da matéria”, ou seja, tudo o que pode ser motivo de angústia. (Kardec, 1984, cap. 3, item 9)

6.3. INFLUÊNCIA DE ESPÍRITOS INFERIORES

Para vencer a angústia advinda da influência de Espíritos menos felizes, tenhamos em mente: 1) a prece é a primeira das armas; 2) depois, vem a fé, pois ela é o remédio seguro do sofrimento; 3) estejamos sempre em estudo, em comunicação constante com os Espíritos de luz.

7. CONCLUSÃO

Se permanecêssemos constantemente em contato com os Espíritos de luz, não eliminaríamos a angústia, mas a diminuiríamos enormemente, pois a influência desses Espíritos nos livraria de muitos males.

8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

COMTE-SPONVILLE, André, André. Dicionário de Filosofia. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984.

LEITE, Sonia. Angústia. Rio de Janeiro: Zahar, 2011 (Passo-a-passo, 92)











Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...