No Reino da Palavra...

- Não grite.
Não permita que o seu modo de falar se
transforme em agressão.

- Conserve a calma.
Ao falar, evite comentários ou imagens
contrárias ao bem.

- Evite a maledicência.
Trazer assuntos infelizes à conversação,
lamentando ocorrências que já se foram, é requisitar
a poeira de caminhos já superados,
complicando paisagens alheias.

- Abstenha-se de todo adjetivo desagradável
para pessoas, coisas e circunstâncias.
Atacar alguém será destruir hoje o nosso
provável benfeitor de amanhã.

- Use a imaginação sem excesso.
Não exageres sintomas ou deficiências
com os fracos ou doentes, porque isso viria
fazê-los mais doentes e mais fracos.

- Responda serenamente em toda questão difícil.
Na base da esperança e bondade,
não existe quem não possa ajudar conversando.

- Guarde uma frase sorridente e amiga para
toda situação inevitável.
Da mente aos lábios, temos um trajeto
controlável para as nossas manifestações.

- Fuja a comparações, a fim de que seu
verbo não venha a ferir.
Por isso, tão logo a idéia negativa nos alcance
a cabeça, arredemo-la, porque um pensamento
pode ser substituído, de imediato, no silêncio
do espírito, mas a palavra solta é sempre um
instrumento ativo em circulação.

Recorde que Jesus legou o Evangelho,
exemplificando, mas conversando também.
ANDRÉ LUIZ



Distribui sorrisos e palavras de amor aos irmãos algemados a
rudes provas como se os visses falando por teus lábios, e
atravessarás os dias de tristeza ou de angústia com a luz da
esperança no coração, caminhando, em rumo certo, para o
reencontro feliz com todos eles, nas bênçãos de Jesus, em plena
imortalidade.

(Emmanuel).

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Pai Nosso - Narrado por Nicete Bruno










Pai Nosso, que estais  no céu, na terra, em todos os mundos espirituais, santificado e bendito seja sempre o Vosso Nome, mesmo quando a dor e a desilusão ferirem nosso coração. Bendito sejas! O pão nosso de cada dia dai-nos hoje. Pai, dai-nos o pão que revigora as forças físicas, mas dai-nos também o pão para o espírito. Perdoai as nossas dívidas, mas ensinai-nos antes a merecer o vosso perdão, perdoando aqueles que tripudiam sobre nossas dores, espezinham nossos corações e destróem nossas ilusões. Que possamos perdoá-los, não com os lábios, e sim com o coração. Afastai do nosso caminho todo sentimento contrário à caridade. Que este Pai Nosso seja dadivoso para todos aqueles que sofrem como espíritos encarnados ou desencarnados. Que uma partícula deste Pai Nosso vá até os cárceres, onde alguns sofrem merecidamente, mas outros pelo erro judiciário. Que vá até os hospícios, iluminando esses cérebros conturbados. Que vá aos hospitais, onde muitos choram e sofrem sem o consolo da palavra amiga. Que estes que neste momento transpõe o pórtico da vida terrena para a espiritual, tenham um guia e Vosso perdão. Que este Pai Nosso vá até os lupanares e erga estas pobres infelizes que ali foram tangidas pela fome, dando-lhes o apoio e a fé. Que vá até o seio da terra, onde o mineiro está exposto ao fogo do grisu. Que ele, findo o dia, possa voltar ao seio de sua família. Tende piedade dos órfãos e viúvas; daqueles que até esta hora não tiveram uma côdea de pão. Tende compaixão dos navegadores dos ares; dos que lutam com os vendavais no meio do mar bravio. Tende piedade da mulher que abre os olhos do ser à vida. Que este Pai Nosso vá até os dirigentes das Nações, para que evitem a guerra e cultivem a paz. Que a paz e a harmonia do bem fiquem entre nós e estejam com todos. Assim seja.


terça-feira, 19 de novembro de 2013

Gratidão



Gratidão: não esquecer de quem te deu apoio e acreditou em você quando "estava por baixo".

Para entender o que é gratidão é preciso começar pensando em memória. Jamais deixe ir para o esquecimento o que é nobre e positivo.

Não conseguimos ocupar nossa mente com muitas coisas. Por isto, temos sempre que escolher o que dar FOCO.

A maioria das pessoas estão acostumadas a dar foco e manter na consciência o que é negativo.

Para mudar este costume é necessário muito esforço. O primeiro esforço é: não vou esquecer o que é nobre, bom e positivo.

O segundo é agir. Sempre faça com que o que for positivo GERE outro positivo.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Em ação evangélica




Em ação evangélica

Emmanuel - Francisco Cândido Xavier

Mensagem extraída do livro "Passos da Vida"


Caso o livro repousasse indefinidamente na prateleira, o esforço do escritor teria sido inútil.

Se todo carro estivesse tão-somente destinado a enfeitar a residência, a industria automobilística desceria a estaca zero.

Quando o titulo acadêmico estiver arquivado, sem atividade que corresponda ás habilitações que ele oferta, o educandário terá funcionado em vão.

Nenhuma comunidade levanta navios unicamente para dar espetáculos de grandeza, e sim para valorizar a navegação e engrandecê-la nos perigos do mar; outrossim, não assalaria bombeiros nem lhes administra instrução para que eles apenas anotem a presença ou os estragos do fogo, mas sim para que extingam as forças desencadeadas do incêndio, ás vezes, com riscos da própria vida.

Assim também, nós, em ação evangélica.

O Senhor não nos chamou para exercer o papel de censores de Sua 
obra. Se lhe aceitaste o convite para colaborar na seara do amor e luz do Reino de Deus, recorda que fomos engajados, com a permissão d'Ele, nas fileiras do bem, para compreender e abençoar, trabalhar e servir.






Reforma Intima






Reforma Intima



Afonso Rubem Nunes/Expedito Luiz Leão

Somente o amor nos poderá permitir a libertação dos defeitos, vícios e imperfeições que nos acompanham de priscas eras. O amor, sim, mas o amor em movimento: a caridade.

Somente o amor em ação nos poderá abrir a porta da salvação. Através da caridade, a pouco e pouco, iremos vencendo o nosso egoísmo e o nosso orgulho, causas dos nossos insucessos e fracassos e mantenedores de nossa permanência nas trevas e descaminhos da vida. Entretanto, se começarmos a exercitar o amor, timidamente que seja, devagar iremos trabalhando a nossa reforma interior. Temos muito que aprender, muito a corrigir e muito que realizar para podermos iniciar a nossa redenção.

O nosso passado grita dentro de nós, clamando por correção. Nossas tendências, no entanto, ainda nos prendem a esse passado, trazendo-o para o presente, nessa repetição intérmina de erros e desacertos. Se, por alguns instantes, surge em nós a idéia de renovação, no tempo maior, nosso orgulho sufoca novamente, eliminando-a e alimentando os pendores antigos; por isso mesmo a necessidade da vigilância e da prece. Vigiemo-nos e oremos. Supliquemos ao Pai das Bênçãos a bênção da humildade; sem ela, não teremos condições de nos conhecer, e sem nos conhecermos, jamais nos modificaremos. Humildes, começaremos a conhecer os nossos defeitos. Conhecendo-os, certamente que iniciaremos a nossa modificação, mesmo que o façamos timidamente a princípio. Bem sabemos que somos nós próprios a causa do nosso insucesso na retomada de um novo rumo. Se ainda não vencemos, foi porque não nos sentimos suficientemente esclarecidos e fortes o bastante para começarmos a grande luta de nossa vida: a da nossa redenção.

Nossa vida tem sido um pervagar pelos caminhos da sombra. Ainda somos das sombras, por isso a luz nos aborrece. Entretanto, fomos criados luz para vivermos na Luz e nos fazemos trevas para vivermos nas Trevas. “Amaram mais as trevas...”

A luta será grande, se quisermos realmente nos transformar em novas criaturas. E precisamos fazê-lo. A batalha será renhida. Não podemos adia-la mais.Precisamos iniciá-la agora.

Analisemo-nos; muito e detidamente. Comecemos a reforma ou substituição dos defeitos menores, deixando os mais sérios por último. Defeitos menores serão certamente aqueles que nos prejudiquem a nós mesmos, que somente a nós prejudiquem. Por último, aqueles que nos levam a prejudicar mais os outros. Expliquemos: somos ainda muito fracos para combatermos os mais sérios. Se, no entanto, superar os menores, do menor ao maior, em pouco tempo esses defeitos serão substituídos ou vencidos e, enquanto estivermos entretidos em superar os defeitos menores, não teremos tempo para prejudicar a ninguém, pois estaremos absorvidos na eliminação de nossas deficiências. Quando nos vitoriarmos sobre essas deficiências, teremos condições de começar a luta maior de nossa vida, qual seja a de eliminarmos de vez as nossas más tendências, nossos pendores ruins, as nossas paixões malévolas, porque a nossa atenção não será mais distraída por defeitos menores. Ademais, se não tivermos a força para a superação do menor, como suplantaremos o mais sério?

Necessitamos começar já a nossa batalha. O tempo urge, é verdade! Mas é igualmente verdade que ainda temos tempo suficiente para a nossa transformação interior.

Hoje nos encontramos no que vulgarmente se chama a “encruzilhada do destino”.

É o momento de decisão. E decisão exige ação. Ninguém será capaz de permanecer inerte, inerme na hora presente. Nessa “encruzilhada do destino”, teremos que escolher o caminho a seguir. Sabemos que, até hoje, seguimos sempre o caminho das nossas tendências. Agora, também será assim. Daí a necessidade da substituição de valores, a fim de substituirmos os pendores, transformando-os de maus em bons. Se não nos modificarmos, seguiremos o caminho que as tendências indicarem, mas não ficaremos parados.

Aceitemos este fato: vivemos momentos decisivos na história da Terra e de sua humanidade. Logo, nossas decisões terão de ser rápidas e sábias, para sermos capazes de tomar a decisão certa.

A nossa missão, no entanto, nos exige uma tomada de posição bem diferente da maioria do gênero humano, em face do nosso grande endividamento. Embora defeituosos, como o somos, teremos de nos corrigir em serviço, porque para nós já não haverá tempo para, sozinhos, nos preocuparmos tão-somente conosco. Teremos de nos preocupar primeiramente com os outros, os que estão sofrendo ao nosso lado e que, quase sempre, fazem parte do grande contingente humano de vítimas de nossa maldade. Assim, a nossa missão, hoje, será a de nos preocuparmos, primeira e exclusivamente, com os outros, para, nos momentos de descanso, nos preocuparmos conosco. Dessa forma, não apenas refaremos o que erramos, como ainda deixaremos de pensar nós, vencendo, a pouco e pouco, o egoísmo e a presunção de nos julgarmos os melhores. Bem ao contrário do passado: primeiro nós, depois os outros.

O tempo do sofrimento maior chegou. A Terra toda sofre; sofrerá mais. E o Brasil não ficará fora. A desarrumação é geral, para que, em seguida, as nações se organizem em melhores condições, suficientemente preparadas para participarem do surgimento do novo mundo, da nova Terra. “Haverá novos Céus, nova Terra”. Aproveitemos o momento que passa para nos prepararmos para essa grande luta de nossa libertação. Seremos convidados, estamos sendo convidados a participar de estudos e de atividades socorristas. Através dessas atividades assistenciais espirituais, realizaremos a nossa libertação, na justa medida em que participarmos da libertação de nosso semelhante. Na maioria das vezes, o nosso assistido de hoje foi, no passado o nosso grande prejudicado. Muitas vezes, ajudando o semelhante, estaremos tão-somente nos reajustando com ele. Em pouquíssimas ocasiões ajudamos a quem não prejudicamos.

Aproveitemos a hora e transformemo-nos em novas criaturas, porque o momento é hoje, a hora é agora.

Que o Pai das Bênçãos nos abençoe, ilumine os nossos caminhos e nos conduza à libertação. Assim seja.






sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Medo de Amar



MEDO DE AMAR

A insegurança emocional responde pelo medo de amar.
Como o amor constitui um grande desafio para o Self, o indivíduo enfermiço, de conduta transtornada, inquieto, ambicioso, vítima do egotismo, evita amar, a fim de não se desequipar dos instrumentos nos quais
oculta a debilidade afetiva, agredindo ou escamotean¬do-se em disfarces variados.
O amor é mecanismo de libertação do ser, median¬te o qual, todos os revestimentos da aparência cedem lugar ao Si profundo, despido dos atavios físicos e men¬tais, sob os quais o ego se esconde.
O medo de amar é muito maior do que parece no organismo social. As criaturas, vitimadas pelas ambi¬ções imediatistas, negociam o prazer que denominam como amor ou impõem-se ser amadas, como se tal con¬quista fosse resultado de determinados condicionamen¬tos ou exigências, que sempre resultam em fracasso.
Toda vez que alguém exige ser amado, demonstra desconhecimento das possibilidades que lhe dormem em latência e afirma os conflitos de que se vê objeto. O amor, para tal indivíduo, não passa de um recurso para uso, para satisfações imediatas, iniciando pela proje¬ção da imagem que se destaca, não percebendo que, aqueloutros que o louvam e o bajulam, demonstrando-lhe afetividade são, também, inconscientes, que se uti¬lizam da ocasião para darem vazão às necessidades de afirmação da personalidade, ao que denominam de um lugar ao Sol, no qual pretendem brilhar com a clarida¬de alheia.
Vemo-los no desfile dos oportunistas e gozadores, dos bulhentos e aproveitadores que sempre cercam as pessoas denominadas de sucesso, ao lado das quais se encontram vazios de sentimento, não preenchendo os espaços daqueles a quem pretendem agradar, igualmen¬te sedentos de amor real.
O amor está presente no relacionamento existente entre pais e filhos, amigos e irmãos. Mas também se expressa no sentimento do prazer, imediato ou que venha a acontecer mais tarde, em forma de bem-estar. Não se pode dissociar o amor desse mecanismo do prazer mais elevado, mediato, aquele que não atormenta nem exige, mas surge como resposta emergente do próprio ato de amar. Quando o amor se instala no ser humano, de imediato uma sensação de prazer se lhe apresenta natural, enriquecendo-o de vitalidade e de alegria com as quais adquire resistência para a luta e para os grandes desafios, aureolado de ternura e de paz.
O amor resulta da emoção, que pode ser definida
como uma reação intensa e breve do organismo a um lance inesperado, a qual se acompanha dum estado afetivo de concentração penosa ou agradável, do pon¬to de vista psicológico. Também pode ser definida como o movimento emergente de um estado de excitamen¬to de prazer ou dor.
Como conseqüência, o amor sempre se direciona àqueles que são simpáticos entre si e com os quais se pode manter um relacionamento agradável. Este con¬ceito, porém, se restringe à exigência do amor que se expressa pela emoção física, transformando-se em pra¬zer sensual.
Sob outro aspecto, háo amor profundo, não neces¬sariamente correspondido, mas feito de respeito e de carinho pelo indivíduo, por uma obra de arte, por algo da Natureza, pelo ideal, pela conquista de alguma coi¬sa superior ou transcendente, para cujo logro se empe¬nham todas as forças disponíveis, em expectativa de um prazer remoto a alcançar.
As experiências positivas desenvolvem os senti¬mentos de afetividade e de carinho, as desagradáveis propÕem uma postura de reserva ou que se faz caute¬losa, quando não se apresenta negativa.
No medo de amar, estão definidos os traumas de infância, cujos reflexos se apresentam em relação às demais pessoas como projeções dos tormentos so¬fridos naquele período. Também pode resultar de insatisfação pessoal, em conflito de comportamento por imaturidade psicológica, ou reminiscência de so¬frimentos, ou nos seus usos indevidos em reencar¬nações transatas.
De alguma forma, no amor, há uma natural neces¬sidade de aproximação física, de contato e de contigüi¬dade com a pessoa querida.
Quando se é carente, essa necessidade torna-se tor¬mentosa, deixando de expressar o amor real para tor¬nar-se desejo de prazer imediato, consumidor. Se for estabelecida uma dependência emocional, logo o amor se transforma e torna-se um tipo de ansiedade que se confunde com o verdadeiro sentimento. Eis porque, muitas vezes, quando alguém diz com aflição eu o amo, está tentando dizer eu necessito de você, que são sen¬timentos muito diferentes.
O amor condicional, dependente, imana uma pes¬soa à outra, ao invés de libertá-la.
Quando não existe essa liberdade, o significado do eu o amo, o transforma na exigência de você me deve amar, impondo uma resposta de sentimento inexisten¬te no outro.
O medo de amar também tem origem no receio de não merecer ser amado, o que constitui um complexo de inferioridade.
Todas as pessoas são carentes de amor e dele cre¬doras, mesmo quando não possuam recursos hábeis para consegui-lo. Mas sempre haverá alguém que este¬ja disposto a expandir o seu sentimento de amor, sintonizando com outros, também portadores de necessi¬dades afetivas.
O medo, pois, de amar, pelo receio de manter um compromisso sério, deve ser substituído pela busca da afetividade, que se inicia na amizade e termina no amor pleno. Tal sentimento é agradável pela oportunidade de expandir-se, ampliando os horizontes de quem de¬seja amigos e torna-se companheiro, desenvolvendo a emoção do prazer pelo relacionamento desinteressado, que se vai alterando até se transformar em amor legítimo.
Indispensável, portanto, superar o conflito do medo de amar, iniciando-se no esforço de afeiçoar-se a outrem, não gerando dependência, nem impondo condições.
Somente assim a vida adquire sentido psicológico e o sentimento de amor domina o ser.
Joanna de Angelis


Nostalgia e Depressão






NOSTALGIA E DEPRESSÃO

As síndromes de infelicidade cultivada tornam-se estados patológicos mais profundos de nostalgia, que induzem à depressão.
O ser humano tem necessidade de auto-expressão, e isso somente é possível quando se sente livre.
Vitimado pela insegurança e pelo arrependimen¬to, torna-se joguete da nostalgia e da depressão, per¬dendo a liberdade de movimentos, de ação e de as¬piração, face ao estado sombrio em que se homizia.
A nostalgia reflete evocações inconscientes, que parecem haver sido ricas de momentos felizes, que não mais se experimentam. Pode proceder de exis¬tências transatas do Espírito, que ora as recapitula nos recônditos profundos do ser, lamentando, sem dar-se conta, não mais as fruir; ou de ocorrências da atual.
Toda perda de bens e de dádivas de prazer, de júbilos, que já não retornam, produzem estados nos¬tálgicos. Não obstante, essa apresentação inicial é saudável, porque expressa equilíbrio, oscilar das emoções dentro de parâmetros perfeitamente natu¬rais. Quando porém, se incorpora ao dia-a-dia, ge¬rando tristeza e pessimismo, torna-se distúrbio que se agrava na razão direta em que reincide no com¬portamento emocional.
A depressão é sempre uma forma patológica do estado nostálgico.
Esse deperecimento emocional, faz-se também corporal, já que se entrelaçam os fenômenos físicos e psicológicos.
A depressão é acompanhada, quase sempre, da perda da fé em si mesmo, nas demais pessoas e em Deus... Os postulados religiosos não conseguem per¬manecer gerando equilíbrio, porque se esfacelam ante as reações aflitivas do organismo físico. Não se acre¬ditar capaz de reagir ao estado crepuscular, caracte¬riza a gravidade do transtorno emocional.
Tenha-se em mente um instrumento qualquer. Quando harmonizado, com as peças ajustadas, pro¬duz, sendo utilizado com precisão na função que lhe diz respeito. Quando apresenta qualquer irregulari¬dade mecânica, perde a qualidade operacional. Se a deficiência é grave, apresentando-se em alguma peça relevante, para nada mais serve.
Do mesmo modo, a depressão tem a sua reper¬cussão orgânica ou vice-versa. Um equipamento de¬sorganizado não pode produzir como seria de dese-jar. Assim, o corpo em desajuste leva a estados emo¬cionais irregulares, tanto quanto esses produzem sen¬sações e enarmonias perturbadoras na conduta psi¬cológica.
No seu início, a depressão se apresenta como desinteresse pelas coisas e pessoas que antes tinham sentido existencial, atividades que estimulavam àluta, realizações que eram motivadoras para o sen¬tido da vida.
À medida que se agrava, a alienação faz que o paciente se encontre em um lugar onde não está a sua realidade. Poderá deter-se em qualquer situação sem que participe da ocorrência, olhar distante e a mente sem ação, fixada na própria compaixão, na descrença da recuperação da saúde. Normalmente, porém, a grande maioria de depressivos pode con¬servar a rotina da vida, embora sob expressivo es¬forço, acreditando-se incapaz de resistir à situação vexatória, desagradável, por muito tempo.
Num estado saudável, o indivíduo sente-se bem, experimentando também dor, tristeza, nostalgia, an¬siedade, já que esse oscilar da normalidade é carac-terística dela mesma. Todavia, quando tais ocorrên¬cias produzem infelicidade, apresentando-se como
verdadeiras desgraças, eis que a depressão se está fixando, tomando corpo lentamente, em forma de reação ao mundo e a todos os seus elementos.
A doença emocional, desse modo, apresenta-se em ambos os níveis da personalidade humana: cor¬po e mente.
O som provém do instrumento. O que ao segun¬do afeta, reflete-se no primeiro, na sua qualidade de exteriorização.
Idéias demoradamente recalcadas, que se negam a externar-se — tristezas, incertezas, medos, ciúmes, ansiedades contribuem para estados nostálgicos e depressões, que somente podem ser resolvidos, à me¬dida que sejam liberados, deixando a área psicológi¬ca em que se refugiam e libertando-a da carga emo¬cional perturbadora.
Toda castração, toda repressão produz efeitos de¬vastadores no comportamento emocional, dando campo à instalação de desordens da personalidade, dentre as quais se destaca a depressão.
É imprescindível, portanto, que o paciente en¬tre em contato com o seu conflito, que o libere, desse modo superando o estado depressivo.
Noutras vezes, a perda dos sentimentos, a fuga para uma aparência indiferente diante das desgra¬ças próprias ou alheias, um falso estoicismo contri¬buem para que o fechar-se em si mesmo, se transfor¬me em um permanente estado de depressão, por negar-se a amar, embora reclamando da falta de amor dos outros.
Diante de alguém que realmente se interesse pelo seu problema, o paciente pode experimentar uma explosão de lágrimas, todavia, se não estiver inte
ressado profundamente em desembaraçar-se da cou¬raça retentiva, fechando-se outra vez para prosse¬guir na atitude estóica em que se apraz, negando o mundo e as ocorrências desagradáveis, permanecerá ilhado no transtorno depressivo.
Nem sempre a depressão se expressará de for¬ma autodestrutiva, mas com estado de coração pe¬sado ou preso, disfarçando o esforço que se faz para a rotina cotidiana, ante as correntes que prostram no leito e ali retêm.
Para que se logre prosseguir, é comum ao paci¬ente a adoção de uma atitude de rigidez, de deter¬minação e desinteresse pela sua vida interna, afive-lando uma máscara ao rosto, que se apresenta pati¬bular, e podem ser percebidas no corpo essas deci¬sões em forma de rigidez, falta de movimentos har¬mônicos...
Ainda podemos relacionar como psicogênese de alguns estados depressivos com impulsos suicidas, a conclusão a que o indivíduo chega, considerando-se um fracasso na sua condição, masculina ou femini¬na, determinando-se por não continuar a existência. A situação se torna mais grave, quando se acerca de uma idade especial, 35 ou 40 anos, um pouco mais, um pouco menos, e lhe parece que não conseguiu o que anelava, não se havendo realizado em tal ou qual área, embora noutras se encontre muito bem. Essa reflexão autopunitiva dá gênese a estado de¬pressivo com indução ao suicídio.
Esse sentimento de fracasso, de impossibilida¬de de êxito pode, também, originar-se em alguma agressão ou rejeição na infância, por parte do pai ou da mãe, criando uma negação pelo corpo ou por si mesmo, e, quando de causa sexual, perturbando completamente o amadurecimento e a expressão da libido.
Nesse capítulo, anotamos a forte incidência de fenômenos obsessivos, que podem desencadear o processo depressivo, abrindo espaço para o suicídio, ou se fixando, a partir do transtorno psicótiço, dire¬cionando o paciente para a etapa trágica da autodes¬truição.
Seja, porém, qual for a gênese desses distúrbi¬os, é de relevante importância para o enfermo con¬siderar que não é doente, mas que se encontra em fase de doença, trabalhando-se sem autocomisera¬ção, nem autopunição para reencontrar os objetivos da existência. Sem o esforço pessoal, mui dificilmente será encontrada uma fórmula ideal para o reequi¬líbrio, mesmo que sob a terapia de neurolépticos.
O encontro com a consciência, através de avali¬ação das possibilidades que se desenham para o ser, no seu processo evolutivo, tem valor primacial, por¬que liberta-o da fixação da idéia depressiva, da au¬tocompaixão, facultando campo para a renovação mental e a ação construtora.
Sem dúvida, uma bem orientada disciplina de movimentos corporais, revitalizando os anéis e pro¬porcionando estímulos físicos, contribui de forma valiosa para a libertação dos miasmas que intoxicam os centros de força.
Naturalmente, quando o processo se instala —nostalgia que conduz à depressão — a terapia bioe¬nergética (Reich, como também a espírita), a logote-rapia (Viktor Frankl), ou conforme se apresentem as síndromes, o concurso do psicoterapeuta especializado, bem como de um grupo de ajuda, se fazem in-dispensáveis.
A eleição do recurso terapêutico deve ser feita pelo paciente, se dispuser da necessária lucidez para tanto, ou a dos familiares, com melhor juízo, a fim de evitar danos compreensíveis, os quais, ocorren¬do, geram mais complexidades e dificuldades de re¬cuperação.
Seja, no entanto, qual for a problemática nessa área, a criação de uma psicosfera saudável em torno do paciente, a mudança de fatores psicossociais no lar e mesmo no ambiente de trabalho constituem va¬liosos recursos para a reconquista da saúde mental e emocional.
O homem é a medida dos seus esforços e lutas interiores para o autocrescimento, para a aquisição das paisagens emocionais.


Do livro:Amor ,imbatível Amor(Divaldo Pereira Franco),Espírito-Joanna de Angelis.





Homem de Bem



Será que podemos nos considerar como homens de bem ?

Homem de bem: é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza.

Vamos interrogar nossa consciência e analisarmos nossos atos para avaliarmos se realmente já nos podemos considerar como homens de bem:
1ª) Não praticou o mal ?
2ª) Fez todo o bem que podia ?
3ª) Desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil ?
4ª) Fez a outrem tudo o que desejara que lhe fizessem ?
5ª) Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria ?
6ª) Sabe que sem a Sua permissão nada acontece ?
7ª) Submete à vontade de Deus em todas as coisas ?
8ª) Tem fé no futuro ?
9ª) Aceita todas as provas ou expiações, dores, decepções sem murmurar ?
10ª) Faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma ?
11ª) Retribui o mal com o bem ?
12ª) Toma a defesa do fraco contra o forte ?
13ª) Sacrifica sempre seus interesses à justiça ?
14ª) Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos ?
15ª) Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse ?
16ª) É bom, humano e benevolente para com todos ?
17ª) Não distingue raças, crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus ?
18ª) Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam ?
19ª) Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança ?
20ª) A exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado ?
21ª) É indulgente para as fraquezas alheias ?
22ª) Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los ? Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal ?
23ª) Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las ?
24ª) Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera ?
25ª) Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros ?
26ª) Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado ?
27ª) Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões ?
28ª) Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho? Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram ?
29ª) Sendo o subordinado, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente ?
30ª) Respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus ?

E então... . já trilhas o caminho do Homem de Bem ?

Adversário Íntimo





ADVERSÁRIO ÍNTIMO


Jesus e Kardec, cada um na própria dimensão histórica, tiveram opositores implacáveis.

Jesus foi atacado pelos saduceus. Kardec, pelos materialistas.

Jesus foi perseguido pelos sacerdotes. Kardec, pelos religiosos intolerantes.

Jesus foi injuriado pelos escribas. Kardec, pelos teólogos.

Jesus foi ameaçado pelos fariseus. Kardec, pelos fanáticos.

Jesus foi desafiado pelos doutores da Lei. Kardec, pelos mestres da ciência.

Jesus foi incompreendido pelos sábios. Kardec, pelos intelectuais.

Jesus foi hostilizado nas sinagogas. Kardec, nos púlpitos.

Jesus foi torturado com espinhos. Kardec, com agressões morais.

Jesus foi injustiçado pelos juízes. Kardec, pelos críticos.

Jesus foi crucificado à vista de todos. Kardec teve as obras queimadas em público.

O Mestre da Boa Nova e o Professor da Nova Revelação colheram adversários declarados, durante a missão sublime de anunciar e restabelecer as verdades divinas.

De nossa parte, guardemos vigilância e fidelidade aos ideais, para que não nos transformemos, por negligência ou arrogância, em adversários íntimos da causa que abraçamos, recordando que Jesus foi traído pelo discípulo do Evangelho e Kardec tem sido negado por aqueles que mais dizem honrar a Codificação Espírita.


André Luiz (espírito), psicografia de Antônio Baduy Filho. Livro: Vivendo o Evangelho, vol. 1.




A Primeira Pedra




A PRIMEIRA PEDRA 

Há, sim, muitos companheiros errados. 
Ninguém nega. 
Esse, que te protegia a confiança, desabou, à maneira de tronco pesado, sobre a plantação, ainda frágil, 
de tua fé. 
O outro, que te parecia invulnerável no desassombro, acovardou-se e fugiu. 
Conheceste os que pregavam generosidade, agarrando-se à avareza, e notaste os que falavam em 
virtude, a tombarem no vício. 
Situavas a fonte do consolo em vários amigos, que acabaram no desespero e recolhias orientações de 
outros tantos, que se afundaram na corrente das sombras, quais barcos a matroca. 
Em muitos casos, trocaste entusiasmo por desalento e admiração por repugnância. 
Diante de semelhantes problemas, é natural te sintas entre a mágoa e a revolta. 
No entanto, entra no santuário de ti mesmo procurando compreender a nossa obrigação de auxiliar e 
servir, e reflete nas exigências de evolução. 
Coloca-te no lugar da criatura em dificuldade e enumera quantas vezes tenssido providencialmente 
auxiliado, para não caíres em tentação. 
Medita nas horas em que os pensamentos infelizes te dominam a alma; nos momentos em que tropeças 
e cais; nas ocasiões em que te enganas e sofres; nos instantes em que lastimas as faltas que não desejarias 
cometer; e se te sentes longe da possibilidade de errar e integralmente livre de todaculpa, poderás, então, 
ouvir, de novo, a lição de Jesus e atirar a primeira pedra. 
EMMANUEL.




Fluidos dos Pensamentos, Miasmas e Larvas Astrais



FLUIDOS DO PENSAMENTO, MIASMAS E LARVAS ASTRAIS

Nossos pensamentos são também fluidos que emanamos pela força mental que vezes carregam nossas emoções e assim, lançadas no espaço acabam criando as chamadas formas pensamento.

As formas pensamento por nós emitidas são capazes de alcançar pessoas, lugares, animais; costumamos ouvir que as preces emitem energia de amparo e amor a quem se destina e é acertada a afirmação.

Pois há uma ligação formada pelo pensamento e a pessoa a que se destina, de forma consciente.

Quando, por pensamento desejamos que alguém se saia bem em suas atividades (entrevistas, novo emprego, desejos de melhora e saúde, e refazimento,etc) estamos sim emanando energias que se tranformam em formas pensamento(com um emissor e um receptor).

Se o pensamento for negativo o mesmo ocorre e também formam e enviam ao receptor as formas pensamentos do emissor (inveja, raiva, preconceitos,etc) sendo muito comum observarmos que muitos chamam de "mau olhado" o efeito das formas pensamentos criadas.

Observa-se que estas formas pensamentos são além de energias, energias plásticas; pois quando geradas se plastificam em formatos (formas) variados e correspondentes ao tipo de pensamento emanado.

Se forem positivas de fato sentimos suas boas vibrações independente do fator tempo/espaço; se são negativas percebemos ou captamos as vibrações da mesma maneira e podemos percebe-las (já se sentiu mal estando ao lado de alguma pessoa ou lugar? ou quando comenta sobre determinados assuntos?)

Todas essas sensações se dão de acordo com a energia que se emana, reflita aqui, neste ponto sobre sí mesmo, seus pensamentos e o que emana, pois o que emana também atrai na faixa das sintonias. Assim



Formas pensamento ou fluidos (escreve-se e lê-se fluido e não fluído) partem do pensamento e plastificando-se se tornam miasmas, estes de acordo sempre com a fonte (boa ou não).

Miasmas podem afetar nossa psicosfera (ou aura) por ser uma emanação eletromagnética, capaz de alterar nosso padrão psíquico, nosso estado emocional e físico do momento.

Se estes miasmas forem miasmas deletérios (fluidos negativos) a energia poderá, de acordo com o estado em que nos encontramos, nos acercar e perturbar. Influenciando-nos aos maus pensamentos e atingindo não somente a nós como ao ambiente, carregando-o de negatividade.

Para que tal cenário não aconteça devemos estar conscientes de nossos próprios pensamentos e equilibrados com energias boas (nossos bons atos, bons pensamentos, orações servem de bloqueio para as más energias pois vibram em outra faixa, nos distanciando dos efeitos das faixas vibracionais mais baixas ou densas).

O Evangelho no Lar, feito constantemente acaba gerando um bloqueio das formas pensamentos emitidas por outros quando nocivas; por questão de afinidade são formadas barreiras de proteção, em que nossos amigos espirituais nos auxiliam a criar para nosso próprio bem.

Outra possibilidade existente é a formação das chamadas larvas astrais. Neste caso a viciação do pensamento negativo (não um simples pensamento negativo,mas um pensamento negativo constante alimentado) são capazes de criá-las.Daí os efeitos são mais nocivos, quem se interessar poderá encontrar material na internet.

Escolhi um para o post para exemplificar, a partir da transcrição do livro pscicografado por Chico Xavier pelo espírito André Luiz, postado no forumespirita.net:

Para entender como surgem as larvas astrais vamos continuar com o que diz o instrutor Alexandre a André Luiz, no capítulo 4 do livro Missionários da Luz: "Você não ignora que, no círculo das enfermidades terrestres, cada espécie de micróbio tem o seu ambiente preferido. ... Acredita você que semelhantes formações microscópicas se circunscrevem à carne transitória? Não sabe que o macrocosmo está repleto de surpresas em suas formas variadas? No campo infinitesimal, as revelações obedecem à mesma ordem surpreendente. André, meu amigo, as doenças psíquicas são muito mais deploráveis. A patogênese da alma está dividida em quadros dolorosos. A cólera, a intemperança, os desvarios do sexo, as viciações de vários matizes, formam criações inferiores que afetam profundamente a vida íntima. Quase sempre o corpo doente assinala a mente enfermiça. A organização fisiológica, segundo conhecemos no campo das cogitações terrestres, não vai além do vaso de barro, dentro do molde preexistente do corpo espiritual. Atingido o molde em sua estrutura pelos golpes das vibrações inferiores, o vaso refletirá imediatamente."

Ainda no mesmo capítulo, Alexandre continua: "Primeiramente a semeadura, depois a colheita; ... Não tenha dúvida. Nas moléstias da alma, como nas enfermidades do corpo físico, antes da afecção existe o ambiente. As ações produzem efeitos, os sentimentos geram criações, os pensamentos dão origem a formas e conseqüências de infinitas expressões. E, em virtude de cada Espírito representar um universo por si, cada um de nós é responsável pela emissão das forças que lança em circulação nas coerentes da vida. A cólera, a desesperação, o ódio e o vício oferecem campo a perigosos germens psíquicos na esfera da alma. E, qual acontece no terreno das enfermidades do corpo, o contágio aqui é fato consumado, desde que a imprevidência ou a necessidade de luta estabeleça ambiente propício, entre companheiros do mesmo nível. ... Cada viciação particular da personalidade produz as formas sombrias que lhe são conseqüentes, e estas, como as plantas inferiores que se alastram no solo, por relaxamento do responsável, são extensivas às regiões próximas, onde não prevalece o espírito de vigilância e defesa."

Como vemos, as larvas astrais surgem dos excessos e desequilíbrios físicos, emocionais e espirituais de toda sorte, pela repetição contínua de uma mesma conduta, física e/ ou mental, o que causa o acúmulo de energias mais densas em determinadas regiões do organismo, as quais se organizam na forma de colônias de microorganismos astrais.

As conseqüências são as mais variadas, podendo ir desde problemas físicos, graves ou não, até perturbações espirituais que, se não combatidas a tempo, podem se transformar em sérios distúrbios psíquicos, acarretando sérias complicações para o encarnado, nesta vida e nas próximas. Larvas astrais são bastante "aderentes" e se multiplicam com muita facilidade, bastando, para isso, que se lhes ofereçam as mínimas condições mentais e energéticas.

Dependendo da extensão do problema, serão necessárias muitas aplicações energéticas para limpeza, desinfecção e re-harmonização da região afetada, o que pode exigir a atuação de vários aplicadores, em várias sessões, para que estas colônias sejam enfraquecidas e não possam mais se expandir, vindo a desaparecer. Mas, como em qualquer tratamento físico, a colaboração do "paciente" é imprescindível, uma vez que estas larvas são criadas e alimentadas pelas energias geradas pelos seus próprios pensamentos e sentimentos. Assim, além das aplicações energéticas, é necessário que se oriente e conscientize a pessoa sobre como e porque mudar os seus hábitos mentais e as suas atitudes, garantindo que ela mesma não mais oferecerá condições para que estas larvas se instalem e espalhem.

Se larvas astrais são criações mentais, geradas a partir de pensamentos e sentimentos desequilibrados, a prevenção se faz, também aqui, pelo equilíbrio e o controle do que pensamos e sentimos. Não há outro meio. Como já dito muitas vezes, sintonia é a "alma" do universo. Tudo funciona segundo as suas leis e só viveremos com aquilo que nós mesmos criarmos ou atrairmos a partir do que geramos dentro de nós.


Infalibilidade



Infalibilidade

Filhos, não vos considereis criaturas isentas de erros, para que a compaixão vos inspire na apreciação da conduta alheia.
Todos, a qualquer momento, poderemos cair, equivocados.
Em sua maioria, os adeptos da Doutrina estão longe de ser os missionários que se imaginam, ou que companheiros desavisados f os supõem nas tarefas em que se redimem.
Não vos consintais a idolatria e nem [provoqueis elogios a vosso respeito, suscitando ilusões que muito vos haverão de custar.
Esquecei o passado e, sob qualquer hipótese ou pretexto, fugi de rememorá-lo, principalmente no que tange às vossas ligações afetivas do pretérito.
O esquecimento das vidas que se foram representa uma das maiores dadivas da Lei Divina para o espírito na reencarnação.
Observai as vossas tendências e inclinações no presente e tereis uma ideia aproximada do que fostes e do que fizestes outrora.
Se reparardes um companheiro em queda, em vez de injuriá-lo, procurai socorrê-lo para que se levante e prossiga no desempenho das obrigações que lhe pesam.
Quem escarnece da Humanidade, escar¬nece de si mesmo; quem apedreja o pecador, lança pedras sobre a sua própria imagem...
Feliz de quem já sabe reconsiderar o caminho percorrido e, se necessário, alterar o curso da caminhada.
Quase sempre, os erros que identificais nos outros vos servem apenas de justificativa para os erros que cometestes ou pretendeis cometer,..

Não contemporizeis com o mal que subsiste em vós. Dos outros procurai, única e tão-somente, imitar o que for bom.
Pretender a infalibilidade, vossa ou do próximo, na atual conjuntura evolutiva do espírito humano no Planeta, seria pretender o inexequível.
Filhos, compadecei-vos uns dos outros e não fomenteis discórdias entre vós.
Cada qual se encontra estagiando em um degrau especifico da simbólica escada do conhecimento espiritual, de que as mais diversas religiões não passam de simples representantes na Terra.

BEZERRA DE MENEZES.

Enquanto Houver Amizade




Enquanto Houver Amizade


Um professor perguntou, certa vez, a um de seus alunos qual era o significado da palavra amigo.

O menino não soube, de pronto, responder.

Ficou, por alguns momentos, em silêncio e, por fim, repetiu a palavra amigo separando devagar as sílabas

O professor, porém, insistiu: Vamos! Responda-me. Que significa a palavra amigo?

Ao fim de dois ou três minutos, então, o jovem respondeu:

- Penso que amigo é uma pessoa que nos conhece perfeitamente, sabe da nossa vida e, apesar de tudo, ainda nos quer muito bem!

- Bravo! – exclamou o mestre – eis uma resposta que me parece simples e perfeita! Um dos tesouros mais preciosos na vida é a boa amizade! – terminou dizendo ele com vibração.



“A amizade redobra as alegrias e reparte as penas em duas metades.

A amizade é um raio de sol que ilumina a vida. Não há rosto por mais imperfeito, nem espírito por mais sofredor, que um relâmpago da verdadeira amizade não possa tornar encantador.

A amizade é um sentimento raro; só são capazes de senti-lo aqueles que são capazes de inspirá-lo”.

Eis as palavras do escritor Malba Tahan, elevando à sublimidade este laço bendito que nos une ao próximo.

Talvez apenas a arte, tocada pelo condão da espiritualidade, consiga trazer em versos pronunciáveis, o que a amizade significa para o espírito.



“Pode ser que um dia deixemos de nos falar.

Mas enquanto houver amizade,

Faremos as pazes de novo.

Pode ser que um dia o tempo passe.

Mas, se a amizade permanecer,

Um do outro há de se lembrar.

Pode ser que um dia nos afastemos.

Mas, se formos amigos de verdade,

A amizade nos reaproximará.

Pode ser que um dia não mais existamos.

Mas, se ainda sobrar amizade,

Nasceremos de novo, um para o outro.

Pode ser que um dia tudo acabe.

Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,

Cada vez de uma forma diferente,

Sendo único e inesquecível cada momento que juntos viveremos, e nos lembraremos para sempre”.

* * *

A dádiva de um coração amigo é sempre acolhida com benevolência.

Ter amizade é ter coração que ama e esclarece, que compreende e perdoa, nas horas mais amargas da vida.

A amizade pura é uma flor que nunca fenece.

Talvez tenha sido por isso que o filósofo francês Voltaire disse:

Todas as glórias deste mundo não valem um amigo fiel.

Quando Perceber a Irritação







QUANDO PERCEBER A IRRITAÇÃO

Meu irmão, não creia em milagre. Procure compreender que cada homem vive, sofre o resultado de sua própria evolução. Para alcançar o equilíbrio é necessário alcançar o autoconhecimento que permite a disciplina pessoal.

Não estrague o seu dia; coragem, o seu mau humor, a sua ira, o seu ódio, não fazem outra coisa senão destruir, criar desolação, angústia, provocando insegurança em todos os que o cercam.

Não esqueça que para vencer a dor o homem precisa conhecer os seus objetivos, saber administrar o seu interior, pois assim fará sublimação com dignidade. A provação aumenta a visão interior, abre os horizontes da alma, liberta o ser.

Mostre a sua boa vontade em qualquer situação. Revele- se, colabore, seja solidário, trabalhe em benefício de todos; guarde a calma, faça a paz, seja sensato.

Intensifique a consciência do bem, estude, pesquise, trabalhe, não reclame, não se deixe amedrontar pelo desânimo; esteja sempre preparado para não perder o sentido inteligente da vida.

O acadêmico da espiritualidade tem certeza de que o exercício do bem se traduz pela luz no espírito, na qual a visão interior amplia os horizontes, elucida, promove grandes transformações.

Na escolaridade da Terra, aquele que compreendeu o seu significado é solidário, respeitoso e justo com o seu igual; está sempre pronto à renúncia do “EU”, portanto sua vida significa dedicação ao trabalho, compreensão, serenidade, esperança, resignação, calma, perdão, amor, paz, humildade, permanente renovação, alegria constante.

O homem que faz autoconhecimento percebe que o silêncio interior é a celebração plena da vida, o encontro do ser com o SER em todo o Universo, dentro de cada um, num processo constante de aprendizado.

Quando você perceber que a irritação está tomando conta de sua pessoa, reaja, procure em seu interior os momentos de alegria vividos, revise os seus ideais, não lastime, caminhe com determinação. A prece e a vigiliatura respondem a todas as questões humanas, são responsáveis pelo equilíbrio.

O homem marca o seu lugar na Terra pela força de seu trabalho, pelo desprendimento, pela renúncia moral, pelo caráter, pela consciência de seus objetivos; a dignidade humana está sempre presente quando a intenção é boa.

Aquele que crê na justiça do Criador é paciente, benigno, aplicado ao bem, caritativo, esperançoso; sabe suportar, esperar, sofrer as provações com altruísmo; reconhece que não há efeito sem causa, tem perene juventude, é feliz sem exigências.






Presidiários da alma





Presidiários da alma

Emmanuel

Quando os companheiros em aflição se aproximem de ti, compadece-te deles, antes de ouvi-los.

Acolhe-os na condição de presidiários da alma, a suportarem conflitos íntimos que talvez desconheças.

Prisioneiros do sofrimento: será essa designação provavelmente a mais adequada para definir a condição dos que buscam socorro, situados nas últimas raias da resistência ao desespero!... 


*

Este enlaçou-se aos problemas da culpa quando se supunha conquistando a felicidade e ignora como reaver a tranquilidade perdida; aquele recusou a provação em que se redimiria e algemou-se a compromissos difíceis de resgatar; outro desperdiçou força e tempo, caindo nas malhas do desgaste orgânico que lhe exige cuidado e conformação; aquele outro tem o espírito encadeado ao frio de um túmulo em que se lhe guardam as derradeiras lembranças de um ente amado!...

Encontrarás os desencorajados e os tristes, os encarcerados em desânimo e azedume e ainda aqueles outros que a rebeldia trancafiou em celas de angústia, a te pedirem amparo e libertação!...

A nenhum desconsideres nem firas com advertências inoportunas.

Recordemos que ninguém se arroja em vulcões de pranto simplesmente porque o deseje.

Os que te cercam, implorando socorro, habitualmente já lutaram o bastante para se conscientizarem quanto à própria situação.

Constrói a ponte da misericórdia entre a fé que te ilumina e a dor dos irmãos que te apresentam o coração ferido e dá-lhes o braço salvador a fim de que se transfiram da treva para a luz.

Quantos se tresmalharam nas estradas do mundo, tantas vezes ludibriados por eles mesmos, não precisam tanto da interferência baseada em nossos recursos de austeridade e conhecimento.

Eles todos esperam de nós, acima de tudo, um gesto de simpatia e urna bênção de amor.

Do cap. 32 do livro Diálogo dos Vivos, de autoria de Francisco Cândido Xavier, J. Herculano Pires e Espíritos diversos.

O Sonho de Kardec - Chico Xavier




Em dada passagem do Evangelho, Jesus salientou a responsabilidade maior que cabe a quem conhece o bom caminho.
Ele afirmou que muito se pedirá àquele a quem muito se houver dado.
A respeito dessa assertiva, narra-se que, certa feita, Allan Kardec, o codificador da Doutrina Espírita, teve um sonho.
Em pleno processo de elaboração do Espiritismo, foi levado em desdobramento para uma região muito triste do plano espiritual.
Tratava-se de um local nevoento e feio, no qual gemiam milhares de entidades em sofrimento estarrecedor.
Ouviam-se soluços de aflição, gritos de cólera e gargalhadas de loucura.
Atônito, Kardec lembrou dos tiranos da História.
Então, inquiriu à entidade luminosa que o acompanhava:
Encontram-se aqui os crucificadores de Jesus?
O guia lhe esclareceu que nenhum deles lá estava.
Disse que, embora responsáveis, eles desconheciam, na essência, o mal que praticavam.
O próprio Cristo os havia auxiliado a se desembaraçarem do remorso.
Conseguira-lhes abençoadas reencarnações, nas quais se resgataram perante a lei.
Kardec imediatamente pensou nos imperadores romanos.
Mas também eles ali não se encontravam.
O anjo lhe disse que homens como Tibério e Calígula não possuíam a mínima noção de espiritualidade.
Alguns deles, depois de estágios regenerativos na Terra, já se haviam elevado a esferas superiores.
Outros ainda se demoravam na Terra, mas já à beira da redenção.
Diante dessa resposta, o codificador aventou a possibilidade de estarem ali os algozes dos primitivos cristãos.
A resposta também foi negativa.
Embora esses carrascos possuíssem algumas tintas de civilização, eram homens e mulheres quase selvagens.
Todos tinham sido encaminhados à reencarnação, para adquirirem instrução e entendimento.
Os conquistadores da Antiguidade, como Átila e Gengis Khan, foram a próxima aposta de Kardec.
Contudo, a entidade luminosa lhe afirmou que também esses já se encontravam no bom caminho.
Como erraram, em plena ignorância das realidades do Espírito, sua responsabilidade era menor.
Finalmente, o codificador perguntou quem eram os sofredores.
O anjo lhe respondeu que se tratava dos que estiveram no mundo plenamente educados.
Residiam naquela região os conhecedores dos ditames do bem e da verdade.
Ali se encontravam especialmente os cristãos infiéis de todas as épocas.
Embora cientes da lição e dos exemplos do Cristo, decidiram se entregar ao mal.
Para eles, era especialmente difícil um novo berço na Terra.
Conta-se que Allan Kardec retornou ao corpo fundamente impressionado.
E logo tratou de enfatizar na Doutrina Espírita a responsabilidade do homem quanto aos seus deveres.
Conclui-se que é preciso abandonar desculpas e ilusões.
Talentos, conhecimentos e fé é um depósito sagrado.
O homem ilustrado precisa movimentar suas mãos no bem, sob pena de incidir em grave responsabilidade.
Pense nisso.

Redação do Momento Espírita, com base no cap.
7, do livro Cartas e crônicas, pelo Espírito Irmão X,
psicografia de Francisco Cândido Xavier.

O Passe nas Casas Espíritas



Os fenômenos mediúnicos ao lado do magnetismo foram os precursores da Doutrina Espírita e Allan Kardec a partir deles compôs todo o arcabouço teórico e prático do Espiritismo.
A meta maior da Doutrina Espírita é a cura do Espírito, com a elevação das pessoas em todos os níveis: intelectual, moral e espiritual. O tratamento é mais uma técnica desse conjunto harmônico.
O termo “passe” tem significados distintos, mas pode ser entendido como uma terapia espírita, como uma parte do magnetismo, como uma técnica de cura ou ainda como o sentido genérico da “fluidoterapia”.
O uso do magnetismo como forma de cura é bastante antigo, sendo utilizado desde a antiguidade e não surgiu com o Espiritismo, não sendo uma criação da Doutrina Espírita. Esse meio de socorrer os enfermos do corpo e da alma já era conhecido e empregado na antiguidade. Na Caldéia e na Índia, os magos e brâmanes, respectivamente, curavam pela aplicação do olhar.
Jesus o utilizou, “impondo as mãos” sobre os enfermos e perturbados espiritualmente, para beneficiá-los e ensinou essa prática aos seus discípulos e apóstolos, que também a empregaram, largamente, como vemos em “Atos dos Apóstolos”.
André Luiz define que o passe “é o equilibrante ideal da mente”, funcionando como coadjuvante em todos os tratamentos, não só físicos, mas igualmente da alma. Com isso o objetivo de passe fica categorizado como elementos a serem alcançados em dois campos: materiais e espirituais.
Segundo Jacob Melo, “o passe é uma transfusão objetiva de fluidos de um ser para o outro ou ainda a interferência intencional do campo fluídico de alguém sobre idêntico campo de outro alguém, tanto em termos físicos como espirituais.” Ou ampliando a definição diz que “o passe nada mais é do que a transmissão ou a manipulação de um fluido, de uma energia curadora, de quem a possui para quem necessita.” E conclui dizendo que “o passe atua diretamente sobre o corpo espiritual através dos campos vitais, diretamente sobre o corpo orgânico, propiciando interações intermoleculares de refazimento e recomposição, e diretamente sobre a mente, ensejando refrigérios psíquicos e/ou atenuando envolvimentos espirituais negativos.”
O passe é uma transfusão de fluidos de um ser para outro. Emmanuel o define como uma “transfusão de energias físiopsíquicas”. Beneficia a quem o recebe porque oferece novo contingente de fluidos já existentes. Considera “equilibrante ideal da mente, apoio eficaz de todos os tratamentos” e compara sua ação à do antibiótico e à assepsia, que servem ao corpo frustrando instalação de doenças.


O passe sempre se dirige da mente de um Espírito para a mente de outro, independentemente da forma em que se encontram, encarnada ou desencarnada. Por isso consideramos que o passe é sempre uma ação espírita, que se desenvolve invariavelmente, de um para outro Espírito.
A finalidade da reunião de fluidoterapia é aliviar os companheiros quando se instalam doenças físicas, com um tratamento de natureza essencialmente espiritual. (“Vinde a mim todos vós que vos achais sobrecarregados e aflitos, que eu vos aliviarei.”) S. Mateus, cap. XI, vv. 28 a 30.
Para as Casas Espíritas, Jacob Melo acrescenta “a magnetização ou o passe é um serviço importante, pois a sua simplicidade aliada ao seu reconfortante alcance, principalmente quando utilizado de forma concomitante a doutrinação e a elucidação evangélico-doutrinária, é de tamanha envergadura que não se deveria deixar jamais de praticá-lo nas Instituições Espíritas”.
Como afirmou Jacob Melo “O passe Espírita objetiva no consulente o reequilíbrio orgânico (físico), psíquico, perispiritual e espiritual. Para os médiuns o passe é uma oportunidade sagrada de praticar a caridade sem mesclas, desde que imbuídos do verdadeiro Espírito cristão, sem falar na bênção de podermos estar em companhia de bons Espíritos que, com carinho, diligência, amor, compreensão e humildade se utilizam de nossas ainda limitadas potencialidades energéticas em benefício do próximo e de nós mesmos”.
O paciente deve atentar para algumas instruções para que o passe seja eficiente. O ideal é que esteja receptivo, pois o passe será tanto mais eficiente quanto mais intensa a adesão da vontade do paciente ao influxo recebido. No dia do tratamento a alimentação deve merecer atenção especial: ausência de qualquer tipo de carne (animais, frango ou peixes). Não ingerir produtos ricos em proteínas (eles dificultam a recepção dos fluidos que agem no corpo perispiritual, sede principal das doenças físicas). Devem abster-se de alcoólicos de qualquer natureza, tabaco (cigarro) e vícios gerais (jogo de cartas etc.), durante o tratamento da fluidoterapia. Quando possível, manter um clima de tranqüilidade íntima, com preces, leituras e reflexões em que pese os compromissos diários (sem qualquer envolvimento em condutas de agressividade, rebeldia, ódios etc.). O paciente deve realizar todas as recomendações solicitadas pelo passista, cultivando no lar, o Estudo do Evangelho Segundo o Espiritismo (não sendo possível com a família, fazê-lo individualmente) e aconselha-se a observância irrestrita da orientação médica, pois o tratamento espiritual não atua no corpo físico e sim no Espírito e no perispírito.


O tratamento por magnetização requer assiduidade e perseverança e atendimento das recomendações indicadas, pois sabemos que fluidificação não dura mais de uma semana e que faltar ao tratamento interrompemos e não teremos os benefícios que queremos.

BIBLIOGRAFIA

- O Passe, Seus Estudos, Suas Técnicas, Sua Prática – Jacob Melo – FEB 1991.
- Cure-se e Cure Pelos Passes – Jacob Melo – 2008.
- O Passe nos Centros Espíritas e nas Visitas aos Enfermos – Luiz Carlos Barros Costa.
- Técnicas do Passe – Wladimir Sanches. USE – São Paulo.

Merecimento e Gratidão



MERECIMENTO E GRATIDÃO

Recentemente estive pensando sobre muitas pessoas bem sucedidas. Entenda-se por bem sucedidas aquelas que realizaram aquilo que se propuseram, seja isso uma conquista material, o alcance de uma meta profissional ou uma realização pessoal. Em sua maioria, essas pessoas possuem dois sentimentos que são, na verdade, as duas mãos de uma única estrada: a estrada das realizações. Suas mãos são o senso de merecimento e o de gratidão.

Senso de merecimento

Só é possível conseguir algo se antes você sentir, no fundo do seu coração, que você é merecedor daquilo que deseja conquistar. O merecimento é a porta principal pela qual qualquer conquista irá entrar em nossas vidas. Muitas pessoas não atingem aquilo que almejam simplesmente por não se sentirem merecedoras. Acham que sonham "alto" demais, que aquilo não é para elas ou que o esforço para conquistar um grande obejtivo ainda não foi suficiente. Em suas mentes há crenças limitantes do tipo: "Eu ainda não tenho direito a isso" - talvez uma desculpa para se sentirem confortáveis frente à inanição que as coloca confortavelmente na posição de espectadores e não protagonistas de suas próprias vidas. Uma boa desculpa para não tentar, com medo de não ser capaz de alcançar.

O senso de merecimento nos mostra que precisamos apenas ir atrás daquilo que nos realiza e nos faz felizes, pois ninguém é mais merecedor de um sonho do que a pessoa que o criou. Merecemos pelo simples motivo de estarmos vivos e por percebermos que cada segundo é único e que amanhã poderemos não ter uma nova chance. Quando percebemos o quanto merecemos tudo o que queremos, nos sentimos fortes para lutar pelos nossos objetivos, pois eles já são nossos por direito adquirido.

Senso de gratidão

O senso de gratidão é a outra mão da via das conquistas. Ser grato é essencial para usufruir o que se conquistou, mas sobretudo para ter direito de conquistar ainda mais.

A gratidão está diretamente relacionada à humildade, por reconhecermos que o caminho da conquista não é um caminho solitário. Precisamos das pessoas, das oportunidades e de nosso próprio esforço para alcançar uma meta, seja ela qual for.

A gratidão é a porta capaz de abrir muitas outras portas. Quando chego a uma empresa para palestrar, a primeira coisa que digo é: "Obrigado pela oportunidade de estar com vocês". È que frente a tantas opções fui escolhido, e isso já me inspira a dar o meu melhor. Portanto, agradeça seus clientes e parceiros. Agradeça seus colegas de trabalho, seu líder e seus subordinados. Agradeça àquela senhora quase anônima que limpa o chão e o banheiro que você usa todos os dias. Agradeça a Deus por estar vivo e por realizar tantas coisas que você sempre desejou.

Agradecendo, você sempre se lembrará o quanto as outras pessoas e as circunstâncias são importantes para seu sucesso, e isso o manterá em uma posição de humildade. que o fará ainda mais merecedor de tudo o que deseja.

É assim que merecimento gera gratidão e gratidão gera merecimento. A propósito, muito obrigado por você ter lido este artigo até o final...

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Alerta contra a fascinação




Kardec informa, em O Livro dos Médiuns, que diante das diversas dificuldades que a prática do Espiritismo apresenta, precisamos colocar em primeiro plano o problema da obsessão. A palavra obsessão assume, assim, a função de termo genérico que designa o conjunto de características diversas resultantes do grau de constrangimento e da natureza dos efeitos que produz e que precisamos distinguir com precisão, cujas principais variedades são: a obsessão simples, a fascinação e a subjugação.

A obsessão simples é a forma de influenciação mais comum e de mais fácil diagnóstico e cura; a subjugação é o seu oposto, pois ela é um envolvimento que produz a paralisação da vontade da vítima, fazendo-a agir mesmo contra a sua vontade. Entretanto, neste estudo, nosso interesse maior é na problemática fascinação.

A fascinação define Allan Kardec, “trata-se de uma ilusão criada diretamente pelo Espírito no pensamento do médium e que paralisa de certa maneira a sua capacidade de julgar as comunicações. O médium fascinado não se considera enganado. O Espírito consegue inspirar-lhe uma confiança cega, impedindo-o de ver a mistificação e de compreender o que escreve, mesmo quando este salta aos olhos de todos” [1].

Os efeitos conseqüentes da fascinação são muito graves porque é graças a essa ilusão criada pelo espírito sobre o fascinado que pode levá-lo a aceitar as doutrinas ou teorias mais absurdas, como sendo a única expressão da verdade levando-o, ainda, a atitudes ridículas, comprometedoras e, até, muito perigosas.

É por isso que J. Herculano Pires afirma que “no meio espírita ela se manifesta de maneira ardilosa através de uma avalanche de livros comprometedores, tanto psicografados como sugeridos a escritores vaidosos, ou por meio de envolvimento de pregadores e dirigentes de instituições que se consideram devidamente assistidos para criticarem a Doutrina e reformularem os seus princípios” [2].

Assim sendo, é natural observar-se que na fascinação o espírito deve ser muito inteligente, ardiloso e profundamente hipócrita, pois, só assim conseguirá enganar e impor-se usando uma máscara e uma falsa aparência de virtude, usando as palavras caridade, humildade e amor como ‘carta de fiança’ para ser aceito.

O que desejam é impor a sua opinião e para isso procuram médiuns crédulos o suficiente para aceitá-los de olhos fechados. Eles são os mais perigosos pelo fato de não vacilarem em sofismar para melhor impor as mais ridículas utopias.

Normalmente utilizam uma linguagem empolada, mais superficial que profunda e cheia de termos técnicos, enfeitada com grandiosas palavras como Caridade e Moral, evitando inteligentemente os maus conselhos para que seus enganados possam dizer: observem que nada dizem que seja mau. Fica claro que os enganadores têm de misturar o joio e o trigo, pois de outra forma seriam repelidos.

Um fato interessante é que os espíritos desta classe (ver Escala Espírita [5]) são quase sempre escritores. É por isso que procuram médiuns flexíveis, que escrevam com facilidade, para poder transformá-los em dóceis instrumentos e, acima de tudo, verdadeiros entusiastas de suas ideias. Eles procuram compensar sua falta de qualidade pela quantidade de palavras, em escritos verdadeiramente volumosos, muitas vezes indigestos, num claro exemplo de prolixidade. Os espíritos verdadeiramente superiores são sóbrios nas palavras porque sabem dizer muita coisa usando poucas linhas e provando que devemos desconfiar sempre de toda fecundidade prodigiosa.

Aliás, sempre que se tratar da publicação destes tipos de escritos nunca será demais a prudência, pois as inúmeras utopias e excentricidades são um entrave enorme para todos aqueles que se iniciam no Espiritismo, dando-lhes uma ideia equivocada do que ele seja, desviando a atenção dos neófitos tanto dos princípios fundamentais espíritas quanto de suas inevitáveis conseqüências.

Pelo fato de que a obsessão propriamente dita só acontece quando o Espírito afasta voluntariamente todos aqueles que o poderiam ameaçar, impondo ao médium um isolamento que o impediria de ser alertado do engano a que se submete, é oportuno ressaltar que os bons Espíritos jamais se impõem, recomendando sempre que examinemos as comunicações, mediúnicas ou não, sob controle da razão e da lógica mais severa.

Outro fato digno de nota é que quando o Espírito vê que suas mensagens não são aceitas cegamente como queria, sendo submetidas à análise e discussão, além de não deixar o médium, redobrando suas forças para reter o fascinado, ainda pode sugeri-lo o pensamento de afastar-se do grupo, ou instituição espírita a que está ligado, quando não chega mesmo a impor como condição para o ‘sucesso’ do médium criar sua própria instituição, ou grupo de estudos, para dar prosseguimento aos seus ‘trabalhos’ e livros ‘reveladores’.

É por isso que todo médium, ou indivíduo, que, ao ouvir uma crítica a tais mensagens se irrita, aborrece ou embirra com as pessoas que não participam da sua admiração, que acha que suspeitar do seu obsessor é quase uma profanação não faz mais do que representar o desejo do fascinador, faltando somente que se ponham de joelhos ante as suas palavras para satisfazê-lo ainda mais.

Esse isolamento nunca é bom, pelo simples fato de que o médium fica sem possibilidades de controle sobre tudo o que recebe por sua psicografia. Pois quando o processo obsessivo é de origem ‘simples’ o médium está, geralmente, em condições de iniciar, ele mesmo o trabalho de ‘conversão’ do Espírito obsessor. Entretanto, na fascinação é o contrário, pois o Espírito pode adquirir um controle sobre a vítima sem limites. Reverter este quadro nem sempre é fácil, pois o fascinado se torna surdo a qualquer tipo de raciocínio, podendo chegar, até mesmo, a duvidar da Ciência quando o Espírito comete alguma heresia científica.

Deve o médium, se não quiser ser enganado, buscar esclarecer-se através da opinião de terceiros, bem como estudar todos os gêneros de comunicações, para poder aprender a compará-las. Pois se limitando somente ao que recebe, por mais sublimes que pareçam, fica exposto a enganar-se quanto ao seu valor, considerando-se que ele, o médium, não conhece tudo.

Não é à toa que, das nove características citadas por Kardec para se reconhecer uma obsessão [3], pelo menos quatro são facilmente observáveis em muitos médiuns, inclusive alguns famosos, nos dias de hoje:

1) Ilusão que, não obstante a inteligência do médium, o impede de reconhecer a falsidade e o ridículo das comunicações recebidas;
2) Crença na infalibilidade e na identidade absoluta dos Espíritos que se comunicam e que, sob nomes respeitáveis e venerados, dizem falsidades e absurdos;
3) Disposição para se afastar das pessoas que podem esclarecê-lo; e
4) Levar a mal a crítica das comunicações que recebe.

A obsessão é como já foi dito, um dos maiores escolhos da mediunidade, sendo um dos mais freqüentes, principalmente a fascinação, nunca sendo demais todas as providências tomadas para combatê-la.

É por isto que devemos ter sempre em mente este conselho de São Luís, quando nos encontrarmos em dúvida quanto à qualidade ou identidade de algum espírito: “por mais legítima confiança que vos inspirem os Espíritos [...], há uma recomendação que nunca seria demais repetir e que deveis ter sempre em mente ao vos entregardes aos estudos: a de pesar e analisar, submetendo ao mais rigoroso controle da razão todas as comunicações que receberdes; a de não negligenciar, desde que algo vos pareça suspeito, duvidoso ou obscuro, de pedir as explicações necessárias para formar a vossa opinião” (grifo nosso)[4].

Pois é, a experiência ensina, além disso, que não devemos tomar muito ao pé da letra certas expressões usadas pelos Espíritos, pelo simples fato de que se as interpretarmos segundo as nossas ideias nos expomos a enormes decepções e enganos. É por isso que precisamos analisar e aprofundar o sentido das suas palavras quando apresentam a menor ambigüidade. Só assim estaremos a salvo dos Espíritos pseudossábios e da problemática fascinação.

Referências:

[1] Kardec, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução da 2ª edição francesa por J. Herculano Pires. São Paulo – LAKE, 2004, cap. XXIII, item 239, p. 217.

[2] Idem, ibidem. Nota de rodapé.

[3] Idem, ibidem. Item 243, p. 219.

[4] Idem, ibidem. Item 266, p. 236.

[5] Idem. O Livro dos Espíritos. Tradução de José Herculano Pires, revista e anotada. 7ª Ed. São Paulo, LAKE, 2003. Livro segundo, capítulo I, item VI, q. 104.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Palavras da vida eterna





“Tu tens as palavras da vida eterna.” – Simão Pedro. (João, 6:68.)

Rodeiam-te as palavras, em todas as fases da luta e em todos os ângulos do caminho.
Frases respeitáveis que se referem aos teus deveres.
Verbo amigo trazido por dedicações que te reanimam e consolam.
Opiniões acerca de assuntos que te não dizem respeito.
Sugestões de variadas origens.
Preleções valiosas.
Discursos vazios que os teus ouvidos lançam ao vento.
Palavras faladas… palavras escritas…
Dentre as expressões verbalistas articuladas ou silenciosas, junto das quais a tua mente se desenvolve, encontrarás, porém, as palavras da vida eterna.
Guarda teu coração à escuta.
Nascem do amor insondável do Cristo, como a água pura do seio imenso da Terra.
Muitas vezes te manténs despercebido e não lhes assinalas o aviso, o cântico, a lição e a beleza.
Vigia no mundo, isolado de ti mesmo, para que lhes não percas o sabor e a claridade.
Exortam-te a considerar a grandeza de Deus e a viver de conformidade com as Suas Leis.
Referem-se ao Planeta como sendo nosso lar e à Humanidade como sendo a nossa família.
Revelam no amor o laço que nos une a todos.
Indicam no trabalho o nosso roteiro de evolução e aperfeiçoamento.
Descerram os horizontes divinos da vida e ensinam-nos a levantar os olhos para o mais alto e para o mais além.
“Palavras, palavras, palavras..”
Esquece aquelas que te incitam à inutilidade, aproveita quantas te mostram as obrigações justas e te ensinam a engrandecer a existência, mas não olvides as frases que te acordam para a luz e para o bem; elas podem penetrar o nosso coração, através de um amigo, de uma carta, de uma página ou de um livro, mas, no fundo, procedem sempre de Jesus, o Divino Amigo das Criaturas.
Retém contigo as palavras da vida eterna, porque são as santificadoras do espírito, na experiência de cada dia, e, sobretudo, o nosso seguro apoio mental nas horas difíceis das grandes renovações.

Fonte Viva

domingo, 25 de agosto de 2013

Lei e Consciência



1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste estudo é mostrar a relevância da Lei Natural em todos os nossos comportamentos: em casa, no escritório ou na sociedade. Os tópicos para o desenvolvimento do tema são: pequeno escorço histórico, análise da Lei em seus vários aspectos, a consciência (moral): o bem e o mal, o Velho e o Novo Testamento, a aplicação prática da Lei e o Espiritismo.

2. HISTÓRICO

As Leis Naturais existem desde sempre: elas são tão velhas quanto o próprio Deus. Na Antigüidade, embora os grandes filósofos não a expressassem textualmente, podemos lê-las nas entrelinhas dos seus discursos. Sócrates e Platão falavam que o homem devia agir de acordo com a sua consciência, ou seja, praticar as virtudes que nada mais é do que escolher com justiça o bem e se apartar do mal. No campo político, Platão falava de um estado ideal, em que os mais sábios deviam governar por serem os mais conhecedores dessas leis da natureza.

A defesa textual desta lei natural começa a tomar corpo, principalmente no campo político, a partir de 1500. Commins no livro The Political Philosophers faz uma síntese das obras políticas de vários autores. Entre tais pensadores, citamos:

Thomas Hobbes (1588-1679) — A República, de acordo o próprio autor, nada mais é do que a aplicação da lei natural, conhecida como lei áurea: "Não fazermos aos outros o que não gostaríamos que fosse feito a nós". Em essência é o contrato celebrado por todos os participantes, em que uns delegam poderes aos outros, considerados mais sábios, a fim de poderem administrar a coisa pública. As pessoas investidas de poder devem visar não os seus interesses particulares, mas os da maioria, ou seja, da república constituída.

John Locke (1632-1704) — Sobre o Governo Civil. Começa o seu discurso reportando-se ao estado natural, em que viviam Adão e Eva. Naquela época, a Lei Natural e a Razão eram os elementos necessários para direcionar os atos de cada um. É, pois, sobre a hipótese da existência de uma lei natural, que traça o roteiro do seu livro. Significa dizer que o objetivo central do ser humano é conhecer melhor a Lei Divina, a qual o norteará no relacionamento consigo mesmo e com os demais. A função do um governo civil é por em prática essa lei, auxiliando cada membro a compreendê-la melhor.

John Stuart Mill (1806-1873) — O mais eminente do grupo de filósofos britânicos do século XIX, propôs e desenvolveu a doutrina do utilitarismo. Ele foi um reformador social, um defensor da liberdade tanto política quanto pessoal e um filósofo e lógico de considerável importância. Seu trabalho On Liberty, publicado em 1859, discute os sistemas legais e governamentais. Na introdução do seu ensaio dizia que a única liberdade que merece o nome de liberdade é aquela em que cada um procurando o seu próprio interesse não prejudica o próximo a conquistar o dele. Acha ele que as pessoas devem ser livres, mas muitas vezes acontece que os governos são constituídos de forma arbitrária. É a partir daí que discute todo o problema envolvido entre a autoridade e a liberdade.

Adam Smith (1723-1790) — A Riqueza das Nações não foi uma obra original na acepção da palavra. Na verdade é o esforço que Adam Smith empreendera para juntar num todo as teorias que os outros seus contemporâneos pinçavam aqui e ali. Queria dar uma resposta mais coerente às indagações levantadas na sua Teoria sobre os Sentimentos Morais, ou seja, como o interesse próprio pode gerar o bem-estar da sociedade. Tenta, também, partindo de uma confusão inicial visualizar o todo harmônico.

O nosso propósito é tratar mais especificamente da Lei e da consciência e não do conteúdo político social.

3. LEI E LEI NATURAL

3.1. DEFINIÇÃO DE LEI

Lei — Aurélio, no seu Dicionário, anota vários sentidos, entre os quais: norma, preceito, princípio, regra; obrigação imposta pela consciência e pela sociedade.

3.2. CONSIDERAÇÕES SOBRE A LEI

3.2.1. LEI FÍSICA
Há vários fenômenos que a ciência deve buscar respostas, pois tudo gira em torno de pressupostos que emanam da mente humana. Assim, ao longo do tempo, muitas ciências apareceram para dar respostas às mais diversas indagações. Aos fenômenos físicos surgiu a física, aos astronômicos, a astronomia, aos psicológicos, apsicologia e assim por diante.

Alguns pensadores, como Hume, mostraram que essa lei surge com o COSTUME. Pergunta-se: Por que a construção da ponte de um jeito fica de pé e de outro cai?

3.2.2. LEI MORAL

Paralelamente à lei física, que cabe às ciências particulares buscar as explicações, temos as leis morais. Estas pertencem à alma e concernem às noções do bem e do mal. Cabe ao Espiritismo desvendá-las.

3.2.3. LEI NATURAL

Refere-se tanto à lei física quanto à lei moral. Ela regula todos os acontecimentos no universo. São leis eternas, imutáveis, não estão sujeitas ao tempo, nem à circunstância, embora tenham em si o elemento do progresso.

Mas como o homem faz para conhecê-la? Há dois elementos básicos: unidade e universalidade. A lei matemática em que dois mais dois são quatro existe em todo o lugar do universo. Independe de tempo e espaço.

3.3. CONHECIMENTO DA LEI NATURAL

Na pergunta 621 de O Livro dos Espíritos - Onde está escrita a lei de Deus? Os Espíritos respondem que está escrita na consciência do ser. E em seguida dizem que há necessidade de sermos lembrados porque havíamos esquecidos.

Como entender que a lei está escrita em nossa consciência? De acordo com os princípios doutrinários, codificados por Allan Kardec, fomos criados simples e ignorantes, sujeitos ao progresso. Nesse sentido, o Espírito André Luiz, no livro Evolução em Dois Mundos, explica-nos que no reino mineral recebemos a atração; no reinovegetal a sensação; no reino animal o instinto; no reino hominal o pensamento contínuo, o livre-arbítrio e arazão. São os pródomos da lei moral, cujo objetivo é transformar os homens em "anjos", "arcanjos" e "querubins". É a potencialização das virtualidades de cada ser.

3.4. DIVISÃO DA LEI NATURAL

PILASTRA_DC — Sigla para lembrarmos das dez Leis Naturais. P da Lei do Progresso, I da Lei de Igualdade, Lda Lei de Liberdade, A da Lei de Adoração, S da Lei de Sociedade, T da Lei do Trabalho, R da Lei de Reprodução, A da Lei de Justiça, Amor e Caridade, D da Lei de Destruição e C da Lei de Conservação.

Na pergunta 648 de O Livro dos Espíritos — Que pensais da divisão da lei natural em dez partes? — "Essa divisão da lei de Deus em dez partes é a de Moisés e pode abranger todas as circunstâncias da vida, o que é essencial. Podes segui-la, sem que ela tenha entretanto nada de absoluto, como não o têm os demais sistemas de classificação, que dependem sempre do ponto de vista sob o qual se considera um assunto. A Lei de Justiça, Amor e Caridade é a mais importante; é por ela que o homem pode avançar mais na vida espiritual, porque resume todas as outras".

4. CONSCIÊNCIA

4.1. DEFINIÇÃO DE CONSCIÊNCIA

Consciência - do lat. conscientia significa etimologicamente um saber testemunhado ou concomitante. Por analogia, dualidade ou multiplicidade de saberes ou de aspectos num mesmo e único ato de conhecimento.

Em sentido amplo, entende-se por "consciência" a capacidade de perceber as realidades internas e externas.

Na teologia e ética, o termo refere-se ao senso interior do certo e do errado quando de uma escolha moral. É o seu sentido moral.

Escreve A. Montalvão: "Em qualquer ato de conhecimento há sempre um indivíduo que pretende conhecer, que é o "sujeito do conhecimento", e um assunto que deve ficar conhecido, que é o "objeto do conhecimento".

O sentido de "consciência" não é o mesmo que o de "lei". A lei sempre expressa as normas gerais de conduta. A consciência, ao contrário, é a luz concreta que ilumina o homem em seu "aqui e agora" sobre o que há de bom ou de mal em uma ação. (Santos, 1965)

4.2. GRAUS DA CONSCIÊNCIA

Na psicologia clássica, distinguem-se dois modos ou graus de consciência:

Consciência espontânea - é a consciência direta, imediata, primitiva, isto é, não separada do objeto.

Consciência reflexiva (do latim reflexu + ivo = voltado para trás) - é a consciência mediata, é o retorno do espírito sobre as idéias. Ela é dirigida para as idéias.

As pessoas emotivas têm o campo da consciência mais estreito do que as não emotivas. (Santos, 1965)


4.3. CONSCIÊNCIA E INCONSCIÊNCIA


Apesar de sua base etimológica precisa e clara, enquanto negação da consciência, torna-se contudo extremamente difícil definir o inconsciente. Pode-se, também, definir a inconsciência com relação ao ser: que não possui qualquer consciência (átomo); que é pouco ou nada capaz de debruçar sobre si próprio, e (relativamente) que não tem consciência de tal fato particular: "uma alma inconsciente das suas verdadeiras crenças".

Muitos são os psicólogos que negam a existência de fenômenos psicológicos inconscientes, pois alegam que, sendo a consciência própria do pensamento, o que não é consciência, deixa de ser psicológico.

Crítica - Uma análise dos fatos da vida mostra-nos, patentemente, o quanto o inconsciente penetra e intervém no que fazemos. O pianista, ao executar um trecho da música não é consciente de todos os seus movimentos; o mesmo acontece com o operário ou o artista. Mozart declara ter ouvido todo um acorde, antes de compor uma melodia — o consciente, nesse caso, estaria ligado ao trabalho de coordenação. (Santos, 1965)

4.4. A CASA MENTAL

O Espírito André Luiz, no livro No Mundo Maior, explica-nos que não podemos dizer que possuímos três cérebros simultaneamente. Temos apenas um que se divide em três regiões distintas. Tomemo-lo como se fosse um castelo de três andares:

subconsciente: 1º andar, onde situamos a residência de nossos impulsos automáticos, simbolizando o sumário vivo dos serviços realizados - hábitos e automatismos;

consciente: 2º andar, localizamos o "domínio das conquistas atuais", onde se erguem e se consolidam as qualidades nobres que estamos edificando - esforço e vontade;

superconsciente: 3º andar, temos a "casa das noções superiores", indicando as iminências que nos cumpre atingir - ideal e meta superiores. (Xavier, No Mundo Maior, 1977, p. 47)

5. BÍBLIA, JESUS E ESPIRITISMO

5.1. BÍBLIA

Na Bíblia, a consciência costuma ser designada como "coração". Ou seja, trata-se da dimensão interior do homem, em contraposição com a dimensão exterior da lei ou das realizações externas. No mito do paraíso já se revela o drama da consciência humana, através da qual se realiza a liberdade. Adão e Eva deliberam sobre a sua conduta futura. Por um lado, sentem o peso da ordem divina, mas, por outro lado, sentem a atração da fruta e o anseio da autonomia que lhes é sugerido pela serpente. E agem livremente, mesmo contra aquilo que sua consciência lhes aponta como justo.

Os profetas constituem uma consciência social viva na história de Israel. Diante da falta de desenvolvimento de consciência interior do povo, a Lei se havia tornado a expressão primeira da vontade de Deus, à qual todos tinham de se adaptar em cada situação concreta. Mas a Lei era letra morta e, além disso, exterior. Assim, com a sua palavra ardorosa e eficaz, os profetas despertam a consciência dos homens, ricos e pobres, sacerdotes e leigos, tendo em vista uma justa conduta aos olhos de Deus. (Idígoras, 1983)

5.2. JESUS CRISTO

Antes da vinda de Cristo, os fariseus procuraram realizar a santidade da Lei através de uma exatidão escrupulosa. Desprezando a voz interior da consciência, o resultado foi a desumanização da santidade e o abandono dos bens supremos do amor pelas insignificâncias mais meticulosas da antiga Lei.

Já Cristo combate a moral exterior (codificada nos preceitos), e revela o valor íntimo da consciência aberta para o olhar de Deus. É Deus quem julga as intenções ocultas. Para Cristo, a lâmpada do corpo é o olho da intenção. Se esse olho for puro, o será também todo o corpo. Mas, se a luz do homem tornar-se trevas, ele só poderá caminhar rumo à perdição Paulo, o apóstolo dos gentios, desenvolveu grandemente a doutrina sobre a consciência. A moralidade não pode estar ligada à Lei, que é exterior e não é conhecida pelos gentios. Dentro do homem está a sua consciência, que lhe serve como lei. Quer dizer, se os gentios desconhecem a Lei, mas agem de acordo com a lei, eles mesmos são a Lei. (Idígoras, 1983)

5.3. ESPIRITISMO

Lembremo-nos de que Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, nada inventou. Apenas que, com a ajuda dos Espíritos superiores, fornece-nos subsídios para melhor entender essa lei, que segundo os próprios Espíritos, está escrita em nossa consciência. É meditando sobre as questões de número 614 até 892 de O Livro dos Espíritos, que realmente alicerçaremos a nossa mente nos verdadeiros preceitos divinos sobre a nossa conduta interior e exterior. Em síntese: a Lei está no livro da natureza.

6. CONCLUSÃO

Tomar consciência da Lei Natural é o melhor caminho que devemos seguir na vida. Saber ouvir, saber falar e principalmente saber refletir, a fim de não desprezarmos os deveres da consciência impostos por nós mesmos no íntimo de nosso coração.

7. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

COMMINS, S. e LINSCOTT, R. N. The World’s Great Thinkers - Man and the State: the Political Philosophers.New York, EUA, Random House, 1947.
IDÍGORAS, J. L. Vocabulário Teológico para a América Latina. São Paulo, Edições Paulinas, 1983.
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. São Paulo, FEESP, 1972.
SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed., São Paulo, Matese, 1965.
XAVIER, F. C. e VIEIRA, W. Evolução em Dois Mundos, pelo Espírito André Luiz, 4. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.
XAVIER, F. C. No Mundo Maior, pelo Espírito André Luiz. 7. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.



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