No Reino da Palavra...

- Não grite.
Não permita que o seu modo de falar se
transforme em agressão.

- Conserve a calma.
Ao falar, evite comentários ou imagens
contrárias ao bem.

- Evite a maledicência.
Trazer assuntos infelizes à conversação,
lamentando ocorrências que já se foram, é requisitar
a poeira de caminhos já superados,
complicando paisagens alheias.

- Abstenha-se de todo adjetivo desagradável
para pessoas, coisas e circunstâncias.
Atacar alguém será destruir hoje o nosso
provável benfeitor de amanhã.

- Use a imaginação sem excesso.
Não exageres sintomas ou deficiências
com os fracos ou doentes, porque isso viria
fazê-los mais doentes e mais fracos.

- Responda serenamente em toda questão difícil.
Na base da esperança e bondade,
não existe quem não possa ajudar conversando.

- Guarde uma frase sorridente e amiga para
toda situação inevitável.
Da mente aos lábios, temos um trajeto
controlável para as nossas manifestações.

- Fuja a comparações, a fim de que seu
verbo não venha a ferir.
Por isso, tão logo a idéia negativa nos alcance
a cabeça, arredemo-la, porque um pensamento
pode ser substituído, de imediato, no silêncio
do espírito, mas a palavra solta é sempre um
instrumento ativo em circulação.

Recorde que Jesus legou o Evangelho,
exemplificando, mas conversando também.
ANDRÉ LUIZ



Distribui sorrisos e palavras de amor aos irmãos algemados a
rudes provas como se os visses falando por teus lábios, e
atravessarás os dias de tristeza ou de angústia com a luz da
esperança no coração, caminhando, em rumo certo, para o
reencontro feliz com todos eles, nas bênçãos de Jesus, em plena
imortalidade.

(Emmanuel).

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Alerta contra a fascinação




Kardec informa, em O Livro dos Médiuns, que diante das diversas dificuldades que a prática do Espiritismo apresenta, precisamos colocar em primeiro plano o problema da obsessão. A palavra obsessão assume, assim, a função de termo genérico que designa o conjunto de características diversas resultantes do grau de constrangimento e da natureza dos efeitos que produz e que precisamos distinguir com precisão, cujas principais variedades são: a obsessão simples, a fascinação e a subjugação.

A obsessão simples é a forma de influenciação mais comum e de mais fácil diagnóstico e cura; a subjugação é o seu oposto, pois ela é um envolvimento que produz a paralisação da vontade da vítima, fazendo-a agir mesmo contra a sua vontade. Entretanto, neste estudo, nosso interesse maior é na problemática fascinação.

A fascinação define Allan Kardec, “trata-se de uma ilusão criada diretamente pelo Espírito no pensamento do médium e que paralisa de certa maneira a sua capacidade de julgar as comunicações. O médium fascinado não se considera enganado. O Espírito consegue inspirar-lhe uma confiança cega, impedindo-o de ver a mistificação e de compreender o que escreve, mesmo quando este salta aos olhos de todos” [1].

Os efeitos conseqüentes da fascinação são muito graves porque é graças a essa ilusão criada pelo espírito sobre o fascinado que pode levá-lo a aceitar as doutrinas ou teorias mais absurdas, como sendo a única expressão da verdade levando-o, ainda, a atitudes ridículas, comprometedoras e, até, muito perigosas.

É por isso que J. Herculano Pires afirma que “no meio espírita ela se manifesta de maneira ardilosa através de uma avalanche de livros comprometedores, tanto psicografados como sugeridos a escritores vaidosos, ou por meio de envolvimento de pregadores e dirigentes de instituições que se consideram devidamente assistidos para criticarem a Doutrina e reformularem os seus princípios” [2].

Assim sendo, é natural observar-se que na fascinação o espírito deve ser muito inteligente, ardiloso e profundamente hipócrita, pois, só assim conseguirá enganar e impor-se usando uma máscara e uma falsa aparência de virtude, usando as palavras caridade, humildade e amor como ‘carta de fiança’ para ser aceito.

O que desejam é impor a sua opinião e para isso procuram médiuns crédulos o suficiente para aceitá-los de olhos fechados. Eles são os mais perigosos pelo fato de não vacilarem em sofismar para melhor impor as mais ridículas utopias.

Normalmente utilizam uma linguagem empolada, mais superficial que profunda e cheia de termos técnicos, enfeitada com grandiosas palavras como Caridade e Moral, evitando inteligentemente os maus conselhos para que seus enganados possam dizer: observem que nada dizem que seja mau. Fica claro que os enganadores têm de misturar o joio e o trigo, pois de outra forma seriam repelidos.

Um fato interessante é que os espíritos desta classe (ver Escala Espírita [5]) são quase sempre escritores. É por isso que procuram médiuns flexíveis, que escrevam com facilidade, para poder transformá-los em dóceis instrumentos e, acima de tudo, verdadeiros entusiastas de suas ideias. Eles procuram compensar sua falta de qualidade pela quantidade de palavras, em escritos verdadeiramente volumosos, muitas vezes indigestos, num claro exemplo de prolixidade. Os espíritos verdadeiramente superiores são sóbrios nas palavras porque sabem dizer muita coisa usando poucas linhas e provando que devemos desconfiar sempre de toda fecundidade prodigiosa.

Aliás, sempre que se tratar da publicação destes tipos de escritos nunca será demais a prudência, pois as inúmeras utopias e excentricidades são um entrave enorme para todos aqueles que se iniciam no Espiritismo, dando-lhes uma ideia equivocada do que ele seja, desviando a atenção dos neófitos tanto dos princípios fundamentais espíritas quanto de suas inevitáveis conseqüências.

Pelo fato de que a obsessão propriamente dita só acontece quando o Espírito afasta voluntariamente todos aqueles que o poderiam ameaçar, impondo ao médium um isolamento que o impediria de ser alertado do engano a que se submete, é oportuno ressaltar que os bons Espíritos jamais se impõem, recomendando sempre que examinemos as comunicações, mediúnicas ou não, sob controle da razão e da lógica mais severa.

Outro fato digno de nota é que quando o Espírito vê que suas mensagens não são aceitas cegamente como queria, sendo submetidas à análise e discussão, além de não deixar o médium, redobrando suas forças para reter o fascinado, ainda pode sugeri-lo o pensamento de afastar-se do grupo, ou instituição espírita a que está ligado, quando não chega mesmo a impor como condição para o ‘sucesso’ do médium criar sua própria instituição, ou grupo de estudos, para dar prosseguimento aos seus ‘trabalhos’ e livros ‘reveladores’.

É por isso que todo médium, ou indivíduo, que, ao ouvir uma crítica a tais mensagens se irrita, aborrece ou embirra com as pessoas que não participam da sua admiração, que acha que suspeitar do seu obsessor é quase uma profanação não faz mais do que representar o desejo do fascinador, faltando somente que se ponham de joelhos ante as suas palavras para satisfazê-lo ainda mais.

Esse isolamento nunca é bom, pelo simples fato de que o médium fica sem possibilidades de controle sobre tudo o que recebe por sua psicografia. Pois quando o processo obsessivo é de origem ‘simples’ o médium está, geralmente, em condições de iniciar, ele mesmo o trabalho de ‘conversão’ do Espírito obsessor. Entretanto, na fascinação é o contrário, pois o Espírito pode adquirir um controle sobre a vítima sem limites. Reverter este quadro nem sempre é fácil, pois o fascinado se torna surdo a qualquer tipo de raciocínio, podendo chegar, até mesmo, a duvidar da Ciência quando o Espírito comete alguma heresia científica.

Deve o médium, se não quiser ser enganado, buscar esclarecer-se através da opinião de terceiros, bem como estudar todos os gêneros de comunicações, para poder aprender a compará-las. Pois se limitando somente ao que recebe, por mais sublimes que pareçam, fica exposto a enganar-se quanto ao seu valor, considerando-se que ele, o médium, não conhece tudo.

Não é à toa que, das nove características citadas por Kardec para se reconhecer uma obsessão [3], pelo menos quatro são facilmente observáveis em muitos médiuns, inclusive alguns famosos, nos dias de hoje:

1) Ilusão que, não obstante a inteligência do médium, o impede de reconhecer a falsidade e o ridículo das comunicações recebidas;
2) Crença na infalibilidade e na identidade absoluta dos Espíritos que se comunicam e que, sob nomes respeitáveis e venerados, dizem falsidades e absurdos;
3) Disposição para se afastar das pessoas que podem esclarecê-lo; e
4) Levar a mal a crítica das comunicações que recebe.

A obsessão é como já foi dito, um dos maiores escolhos da mediunidade, sendo um dos mais freqüentes, principalmente a fascinação, nunca sendo demais todas as providências tomadas para combatê-la.

É por isto que devemos ter sempre em mente este conselho de São Luís, quando nos encontrarmos em dúvida quanto à qualidade ou identidade de algum espírito: “por mais legítima confiança que vos inspirem os Espíritos [...], há uma recomendação que nunca seria demais repetir e que deveis ter sempre em mente ao vos entregardes aos estudos: a de pesar e analisar, submetendo ao mais rigoroso controle da razão todas as comunicações que receberdes; a de não negligenciar, desde que algo vos pareça suspeito, duvidoso ou obscuro, de pedir as explicações necessárias para formar a vossa opinião” (grifo nosso)[4].

Pois é, a experiência ensina, além disso, que não devemos tomar muito ao pé da letra certas expressões usadas pelos Espíritos, pelo simples fato de que se as interpretarmos segundo as nossas ideias nos expomos a enormes decepções e enganos. É por isso que precisamos analisar e aprofundar o sentido das suas palavras quando apresentam a menor ambigüidade. Só assim estaremos a salvo dos Espíritos pseudossábios e da problemática fascinação.

Referências:

[1] Kardec, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução da 2ª edição francesa por J. Herculano Pires. São Paulo – LAKE, 2004, cap. XXIII, item 239, p. 217.

[2] Idem, ibidem. Nota de rodapé.

[3] Idem, ibidem. Item 243, p. 219.

[4] Idem, ibidem. Item 266, p. 236.

[5] Idem. O Livro dos Espíritos. Tradução de José Herculano Pires, revista e anotada. 7ª Ed. São Paulo, LAKE, 2003. Livro segundo, capítulo I, item VI, q. 104.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Palavras da vida eterna





“Tu tens as palavras da vida eterna.” – Simão Pedro. (João, 6:68.)

Rodeiam-te as palavras, em todas as fases da luta e em todos os ângulos do caminho.
Frases respeitáveis que se referem aos teus deveres.
Verbo amigo trazido por dedicações que te reanimam e consolam.
Opiniões acerca de assuntos que te não dizem respeito.
Sugestões de variadas origens.
Preleções valiosas.
Discursos vazios que os teus ouvidos lançam ao vento.
Palavras faladas… palavras escritas…
Dentre as expressões verbalistas articuladas ou silenciosas, junto das quais a tua mente se desenvolve, encontrarás, porém, as palavras da vida eterna.
Guarda teu coração à escuta.
Nascem do amor insondável do Cristo, como a água pura do seio imenso da Terra.
Muitas vezes te manténs despercebido e não lhes assinalas o aviso, o cântico, a lição e a beleza.
Vigia no mundo, isolado de ti mesmo, para que lhes não percas o sabor e a claridade.
Exortam-te a considerar a grandeza de Deus e a viver de conformidade com as Suas Leis.
Referem-se ao Planeta como sendo nosso lar e à Humanidade como sendo a nossa família.
Revelam no amor o laço que nos une a todos.
Indicam no trabalho o nosso roteiro de evolução e aperfeiçoamento.
Descerram os horizontes divinos da vida e ensinam-nos a levantar os olhos para o mais alto e para o mais além.
“Palavras, palavras, palavras..”
Esquece aquelas que te incitam à inutilidade, aproveita quantas te mostram as obrigações justas e te ensinam a engrandecer a existência, mas não olvides as frases que te acordam para a luz e para o bem; elas podem penetrar o nosso coração, através de um amigo, de uma carta, de uma página ou de um livro, mas, no fundo, procedem sempre de Jesus, o Divino Amigo das Criaturas.
Retém contigo as palavras da vida eterna, porque são as santificadoras do espírito, na experiência de cada dia, e, sobretudo, o nosso seguro apoio mental nas horas difíceis das grandes renovações.

Fonte Viva

domingo, 25 de agosto de 2013

Lei e Consciência



1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste estudo é mostrar a relevância da Lei Natural em todos os nossos comportamentos: em casa, no escritório ou na sociedade. Os tópicos para o desenvolvimento do tema são: pequeno escorço histórico, análise da Lei em seus vários aspectos, a consciência (moral): o bem e o mal, o Velho e o Novo Testamento, a aplicação prática da Lei e o Espiritismo.

2. HISTÓRICO

As Leis Naturais existem desde sempre: elas são tão velhas quanto o próprio Deus. Na Antigüidade, embora os grandes filósofos não a expressassem textualmente, podemos lê-las nas entrelinhas dos seus discursos. Sócrates e Platão falavam que o homem devia agir de acordo com a sua consciência, ou seja, praticar as virtudes que nada mais é do que escolher com justiça o bem e se apartar do mal. No campo político, Platão falava de um estado ideal, em que os mais sábios deviam governar por serem os mais conhecedores dessas leis da natureza.

A defesa textual desta lei natural começa a tomar corpo, principalmente no campo político, a partir de 1500. Commins no livro The Political Philosophers faz uma síntese das obras políticas de vários autores. Entre tais pensadores, citamos:

Thomas Hobbes (1588-1679) — A República, de acordo o próprio autor, nada mais é do que a aplicação da lei natural, conhecida como lei áurea: "Não fazermos aos outros o que não gostaríamos que fosse feito a nós". Em essência é o contrato celebrado por todos os participantes, em que uns delegam poderes aos outros, considerados mais sábios, a fim de poderem administrar a coisa pública. As pessoas investidas de poder devem visar não os seus interesses particulares, mas os da maioria, ou seja, da república constituída.

John Locke (1632-1704) — Sobre o Governo Civil. Começa o seu discurso reportando-se ao estado natural, em que viviam Adão e Eva. Naquela época, a Lei Natural e a Razão eram os elementos necessários para direcionar os atos de cada um. É, pois, sobre a hipótese da existência de uma lei natural, que traça o roteiro do seu livro. Significa dizer que o objetivo central do ser humano é conhecer melhor a Lei Divina, a qual o norteará no relacionamento consigo mesmo e com os demais. A função do um governo civil é por em prática essa lei, auxiliando cada membro a compreendê-la melhor.

John Stuart Mill (1806-1873) — O mais eminente do grupo de filósofos britânicos do século XIX, propôs e desenvolveu a doutrina do utilitarismo. Ele foi um reformador social, um defensor da liberdade tanto política quanto pessoal e um filósofo e lógico de considerável importância. Seu trabalho On Liberty, publicado em 1859, discute os sistemas legais e governamentais. Na introdução do seu ensaio dizia que a única liberdade que merece o nome de liberdade é aquela em que cada um procurando o seu próprio interesse não prejudica o próximo a conquistar o dele. Acha ele que as pessoas devem ser livres, mas muitas vezes acontece que os governos são constituídos de forma arbitrária. É a partir daí que discute todo o problema envolvido entre a autoridade e a liberdade.

Adam Smith (1723-1790) — A Riqueza das Nações não foi uma obra original na acepção da palavra. Na verdade é o esforço que Adam Smith empreendera para juntar num todo as teorias que os outros seus contemporâneos pinçavam aqui e ali. Queria dar uma resposta mais coerente às indagações levantadas na sua Teoria sobre os Sentimentos Morais, ou seja, como o interesse próprio pode gerar o bem-estar da sociedade. Tenta, também, partindo de uma confusão inicial visualizar o todo harmônico.

O nosso propósito é tratar mais especificamente da Lei e da consciência e não do conteúdo político social.

3. LEI E LEI NATURAL

3.1. DEFINIÇÃO DE LEI

Lei — Aurélio, no seu Dicionário, anota vários sentidos, entre os quais: norma, preceito, princípio, regra; obrigação imposta pela consciência e pela sociedade.

3.2. CONSIDERAÇÕES SOBRE A LEI

3.2.1. LEI FÍSICA
Há vários fenômenos que a ciência deve buscar respostas, pois tudo gira em torno de pressupostos que emanam da mente humana. Assim, ao longo do tempo, muitas ciências apareceram para dar respostas às mais diversas indagações. Aos fenômenos físicos surgiu a física, aos astronômicos, a astronomia, aos psicológicos, apsicologia e assim por diante.

Alguns pensadores, como Hume, mostraram que essa lei surge com o COSTUME. Pergunta-se: Por que a construção da ponte de um jeito fica de pé e de outro cai?

3.2.2. LEI MORAL

Paralelamente à lei física, que cabe às ciências particulares buscar as explicações, temos as leis morais. Estas pertencem à alma e concernem às noções do bem e do mal. Cabe ao Espiritismo desvendá-las.

3.2.3. LEI NATURAL

Refere-se tanto à lei física quanto à lei moral. Ela regula todos os acontecimentos no universo. São leis eternas, imutáveis, não estão sujeitas ao tempo, nem à circunstância, embora tenham em si o elemento do progresso.

Mas como o homem faz para conhecê-la? Há dois elementos básicos: unidade e universalidade. A lei matemática em que dois mais dois são quatro existe em todo o lugar do universo. Independe de tempo e espaço.

3.3. CONHECIMENTO DA LEI NATURAL

Na pergunta 621 de O Livro dos Espíritos - Onde está escrita a lei de Deus? Os Espíritos respondem que está escrita na consciência do ser. E em seguida dizem que há necessidade de sermos lembrados porque havíamos esquecidos.

Como entender que a lei está escrita em nossa consciência? De acordo com os princípios doutrinários, codificados por Allan Kardec, fomos criados simples e ignorantes, sujeitos ao progresso. Nesse sentido, o Espírito André Luiz, no livro Evolução em Dois Mundos, explica-nos que no reino mineral recebemos a atração; no reinovegetal a sensação; no reino animal o instinto; no reino hominal o pensamento contínuo, o livre-arbítrio e arazão. São os pródomos da lei moral, cujo objetivo é transformar os homens em "anjos", "arcanjos" e "querubins". É a potencialização das virtualidades de cada ser.

3.4. DIVISÃO DA LEI NATURAL

PILASTRA_DC — Sigla para lembrarmos das dez Leis Naturais. P da Lei do Progresso, I da Lei de Igualdade, Lda Lei de Liberdade, A da Lei de Adoração, S da Lei de Sociedade, T da Lei do Trabalho, R da Lei de Reprodução, A da Lei de Justiça, Amor e Caridade, D da Lei de Destruição e C da Lei de Conservação.

Na pergunta 648 de O Livro dos Espíritos — Que pensais da divisão da lei natural em dez partes? — "Essa divisão da lei de Deus em dez partes é a de Moisés e pode abranger todas as circunstâncias da vida, o que é essencial. Podes segui-la, sem que ela tenha entretanto nada de absoluto, como não o têm os demais sistemas de classificação, que dependem sempre do ponto de vista sob o qual se considera um assunto. A Lei de Justiça, Amor e Caridade é a mais importante; é por ela que o homem pode avançar mais na vida espiritual, porque resume todas as outras".

4. CONSCIÊNCIA

4.1. DEFINIÇÃO DE CONSCIÊNCIA

Consciência - do lat. conscientia significa etimologicamente um saber testemunhado ou concomitante. Por analogia, dualidade ou multiplicidade de saberes ou de aspectos num mesmo e único ato de conhecimento.

Em sentido amplo, entende-se por "consciência" a capacidade de perceber as realidades internas e externas.

Na teologia e ética, o termo refere-se ao senso interior do certo e do errado quando de uma escolha moral. É o seu sentido moral.

Escreve A. Montalvão: "Em qualquer ato de conhecimento há sempre um indivíduo que pretende conhecer, que é o "sujeito do conhecimento", e um assunto que deve ficar conhecido, que é o "objeto do conhecimento".

O sentido de "consciência" não é o mesmo que o de "lei". A lei sempre expressa as normas gerais de conduta. A consciência, ao contrário, é a luz concreta que ilumina o homem em seu "aqui e agora" sobre o que há de bom ou de mal em uma ação. (Santos, 1965)

4.2. GRAUS DA CONSCIÊNCIA

Na psicologia clássica, distinguem-se dois modos ou graus de consciência:

Consciência espontânea - é a consciência direta, imediata, primitiva, isto é, não separada do objeto.

Consciência reflexiva (do latim reflexu + ivo = voltado para trás) - é a consciência mediata, é o retorno do espírito sobre as idéias. Ela é dirigida para as idéias.

As pessoas emotivas têm o campo da consciência mais estreito do que as não emotivas. (Santos, 1965)


4.3. CONSCIÊNCIA E INCONSCIÊNCIA


Apesar de sua base etimológica precisa e clara, enquanto negação da consciência, torna-se contudo extremamente difícil definir o inconsciente. Pode-se, também, definir a inconsciência com relação ao ser: que não possui qualquer consciência (átomo); que é pouco ou nada capaz de debruçar sobre si próprio, e (relativamente) que não tem consciência de tal fato particular: "uma alma inconsciente das suas verdadeiras crenças".

Muitos são os psicólogos que negam a existência de fenômenos psicológicos inconscientes, pois alegam que, sendo a consciência própria do pensamento, o que não é consciência, deixa de ser psicológico.

Crítica - Uma análise dos fatos da vida mostra-nos, patentemente, o quanto o inconsciente penetra e intervém no que fazemos. O pianista, ao executar um trecho da música não é consciente de todos os seus movimentos; o mesmo acontece com o operário ou o artista. Mozart declara ter ouvido todo um acorde, antes de compor uma melodia — o consciente, nesse caso, estaria ligado ao trabalho de coordenação. (Santos, 1965)

4.4. A CASA MENTAL

O Espírito André Luiz, no livro No Mundo Maior, explica-nos que não podemos dizer que possuímos três cérebros simultaneamente. Temos apenas um que se divide em três regiões distintas. Tomemo-lo como se fosse um castelo de três andares:

subconsciente: 1º andar, onde situamos a residência de nossos impulsos automáticos, simbolizando o sumário vivo dos serviços realizados - hábitos e automatismos;

consciente: 2º andar, localizamos o "domínio das conquistas atuais", onde se erguem e se consolidam as qualidades nobres que estamos edificando - esforço e vontade;

superconsciente: 3º andar, temos a "casa das noções superiores", indicando as iminências que nos cumpre atingir - ideal e meta superiores. (Xavier, No Mundo Maior, 1977, p. 47)

5. BÍBLIA, JESUS E ESPIRITISMO

5.1. BÍBLIA

Na Bíblia, a consciência costuma ser designada como "coração". Ou seja, trata-se da dimensão interior do homem, em contraposição com a dimensão exterior da lei ou das realizações externas. No mito do paraíso já se revela o drama da consciência humana, através da qual se realiza a liberdade. Adão e Eva deliberam sobre a sua conduta futura. Por um lado, sentem o peso da ordem divina, mas, por outro lado, sentem a atração da fruta e o anseio da autonomia que lhes é sugerido pela serpente. E agem livremente, mesmo contra aquilo que sua consciência lhes aponta como justo.

Os profetas constituem uma consciência social viva na história de Israel. Diante da falta de desenvolvimento de consciência interior do povo, a Lei se havia tornado a expressão primeira da vontade de Deus, à qual todos tinham de se adaptar em cada situação concreta. Mas a Lei era letra morta e, além disso, exterior. Assim, com a sua palavra ardorosa e eficaz, os profetas despertam a consciência dos homens, ricos e pobres, sacerdotes e leigos, tendo em vista uma justa conduta aos olhos de Deus. (Idígoras, 1983)

5.2. JESUS CRISTO

Antes da vinda de Cristo, os fariseus procuraram realizar a santidade da Lei através de uma exatidão escrupulosa. Desprezando a voz interior da consciência, o resultado foi a desumanização da santidade e o abandono dos bens supremos do amor pelas insignificâncias mais meticulosas da antiga Lei.

Já Cristo combate a moral exterior (codificada nos preceitos), e revela o valor íntimo da consciência aberta para o olhar de Deus. É Deus quem julga as intenções ocultas. Para Cristo, a lâmpada do corpo é o olho da intenção. Se esse olho for puro, o será também todo o corpo. Mas, se a luz do homem tornar-se trevas, ele só poderá caminhar rumo à perdição Paulo, o apóstolo dos gentios, desenvolveu grandemente a doutrina sobre a consciência. A moralidade não pode estar ligada à Lei, que é exterior e não é conhecida pelos gentios. Dentro do homem está a sua consciência, que lhe serve como lei. Quer dizer, se os gentios desconhecem a Lei, mas agem de acordo com a lei, eles mesmos são a Lei. (Idígoras, 1983)

5.3. ESPIRITISMO

Lembremo-nos de que Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, nada inventou. Apenas que, com a ajuda dos Espíritos superiores, fornece-nos subsídios para melhor entender essa lei, que segundo os próprios Espíritos, está escrita em nossa consciência. É meditando sobre as questões de número 614 até 892 de O Livro dos Espíritos, que realmente alicerçaremos a nossa mente nos verdadeiros preceitos divinos sobre a nossa conduta interior e exterior. Em síntese: a Lei está no livro da natureza.

6. CONCLUSÃO

Tomar consciência da Lei Natural é o melhor caminho que devemos seguir na vida. Saber ouvir, saber falar e principalmente saber refletir, a fim de não desprezarmos os deveres da consciência impostos por nós mesmos no íntimo de nosso coração.

7. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

COMMINS, S. e LINSCOTT, R. N. The World’s Great Thinkers - Man and the State: the Political Philosophers.New York, EUA, Random House, 1947.
IDÍGORAS, J. L. Vocabulário Teológico para a América Latina. São Paulo, Edições Paulinas, 1983.
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. São Paulo, FEESP, 1972.
SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed., São Paulo, Matese, 1965.
XAVIER, F. C. e VIEIRA, W. Evolução em Dois Mundos, pelo Espírito André Luiz, 4. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.
XAVIER, F. C. No Mundo Maior, pelo Espírito André Luiz. 7. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.



Depressão e Espiritismo



1. INTRODUÇÃO

O que é depressão? Há diferença entre depressão normal (“estar para baixo”) daquela defendida pela psiquiatria? Que subsídios podemos extrair do Espiritismo?

2. CONCEITO

Depressão é o estado de abatimento psíquico e físico. Quando se trata do primeiro temos a “depressão nervosa”. É normal que as pessoas tenham períodos de depressão nervosa, mas quando ela é muito acentuada ou quando tende a se manter por períodos muito longos, pode-se tratar de uma perturbação mental. (Edipe)

Na psiquiatria, podemos definir a depressão como o resultado de certas forças biológicas e sociais que de maneira complexa exercem funções depressivas sobre o sistema nervoso do indivíduo. A atividade depressiva, por sua vez, altera o comportamento, os sentimentos e os pensamentos do indivíduo e é este conjunto de disfunções que constituem a enfermidade depressiva. (Cammer, 1978, p. 5)

3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Na Bíblia, há diversos relatos sobre os padecimentos dos atingidos pelo infortúnio, principalmente dos seres humanos que perderam a fé em Deus, e com isso a esperança no futuro.

Hipócrates, o pai da medicina, no século IV a.C., estabeleceu os quatro temperamentos do ser humano – fleumático, sanguíneo, colérico e melancólico. O temperamento melancólico referia-se à depressão. Hoje, ainda usamos o termo melancolia para caracterizar o estado de desesperança e de desânimo da pessoa em depressão.

Na Idade Média, a depressão esteve associada à força mística de alguma entidade misteriosa. Daí reforçar-se a crença de que não é uma doença, mas influência dos espíritos maus, dos demônios.

Apenas no final do século XVIII se iniciaram estudos sobre a matéria em instituições recém-fundadas e, os hospitais especializados desvendaram a natureza médica das perturbações mentais.

4. VARIEDADE E ESTATÍSTICAS SOBRE A DEPRESSÃO

4.1. TIPOS MAIS COMUNS DE DEPRESSÃO
A depressão endógena (depressão cíclica, psicose maníaco-depressiva).
A depressão das doenças orgânicas (hepatite, câncer, enfarte, Parkinson).
A depressão traumática (acidentes automobilísticos, acidentes de trabalho).
Os lutos patológicos.
A decepção amorosa.
A derrocada dos dirigentes.
A depressão decorrente de um parto ou aborto.0
Depressões crônicas (neurastenia, psicastenia).

4.2. DADOS SOBRE AFETAÇÃO E TRATAMENTO
Depressão afeta 15 a 20% das mulheres e 5 a 10% dos homens.
Mulheres são 2 vezes mais afetadas que os homens.
Aproximadamente 2/3 (dois terços) das pessoas com depressão não fazem tratamento.
Dos pacientes que procuram o clínico geral, apenas 50% são diagnosticados corretamente.
A maioria dos pacientes deprimidos que não são tratados irão tentar suicídio pelo menos uma vez. 17% deles conseguem se matar.
Com o tratamento correto, 70 a 90% dos pacientes se recuperam da depressão. (1)

4.3. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE E NÚMEROS GLOBAIS
Estima-se que nos países ocidentais (como os Estados Unidos), 6% da população sofrem de depressão. (nos EUA isso representa cerca de 17 milhões de pessoas).
Há previsão de que, em algum momento, uma em cada cinco pessoas venha a ter depressão. Atualmente 10% da população mundial sofrem do mal. Em dez anos, acredita-se que esse número será de 20%.
Recentemente, a Organização Mundial da Saúde classificou a depressão como uma das doenças que mais causam incapacidade. É a 4.ª numa lista de 5. Até 2020 terá ocupado o 2.º posto.

5. DEPRESSÃO E PSIQUIATRIA

5.1. CAUSA DA DEPRESSÃO

A verdadeira causa da depressão permanece desconhecida. A explicação mais aceite é o desequilíbrio bioquímico dos neurônios responsáveis pelo controle do estado de humor. Esta afirmação baseia-se na comprovada eficácia dos antidepressivos. O fato de ser um desequilíbrio bioquímico não exclui tratamentos não farmacológicos.

5.2. A DEPRESSÃO, COMO DOENÇA, ATINGE QUALQUER UM

Sermos inteligentes, termos uma profissão rentável e estarmos bem estabelecidos não nos livra da depressão. Ela surge quando menos a esperamos. Sugerir passeios, idas ao cinema e conversação com amigos ao depressivo pode parecer lógico, mas é possível que estejamos mais desajudando do que ajudando. Como é uma doença, todas essas sugestões não conseguem tirar-lhe o sentimento de tristeza e de melancolia que nele se incrustou.

5.3. O LUTO E A MELANCOLIA EM FREUD

“Luto e Melancolia” é um texto de 1917, em que Freud, juntamente com outros artigos sobre metapsicologia, objetiva elaborar uma teoria sobre a melancolia, partindo de questionamentos sobre o luto. Queria saber o que é normal e o que é patológico na relação entre esses dois termos.

Para Freud, aquele que não consegue administrar a perda de algo, principalmente a de um ente querido, acaba se fossilizando e caindo em depressão.

Nota: o estado melancólico pode levar ao suicídio.

6. DEPRESSÃO E ESPIRITISMO

6.1. PASSE E EVANGELHO CURAM A DEPRESSÃO?


A depressão é uma doença e, como tal, deve ser tratada por especialistas que, no caso, é o psiquiatra. Os passes e as palestras evangélicas auxiliam sobremaneira. Observe, por exemplo, a frase cunhada nas papeletas de passes: “A Assistência Espiritual não dispensa o tratamento médico. No livro O Evangelho Segundo o Espiritismoencontrará a solução para muitos dos seus problemas”.

O tratamento médico deve estar em primeiro lugar. Os passes e as palestras são complementos. Inverter essa ordem pode trazer graves incômodos ao sujeito com depressão.

6.2. CÉREBROS INTOXICADOS

A depressão começa com a tristeza, a melancolia. As suas causas, porém podem estar em vivências passadas. O Espírito André Luiz, em “No Mundo Maior”, oferece-nos subsídios para compreendermos o cérebro intoxicado. É caso do sujeito que assassinou o padrasto, roubou-lhe certa quantia de dinheiro, mas não deixou pista alguma à justiça. “Conseguiu ludibriar os homens, mas não pode iludir a si mesmo”. O padrasto, já no mundo espiritual, concentrando a mente na ideia de vingança, passou a segui-lo ininterruptamente. Daí em diante não teve mais sossego, por mais que trabalhasse e cuidasse dos seus familiares. (Xavier, 1977, cap. 4)

6.3. NOSTALGIA E DEPRESSÃO

O Espírito Joana de Ângelis, na mensagem “Nostalgia e Depressão”, esclarece-nos que as infelicidades cultivadas tornam-se estados patológicos mais profundos de nostalgia, que induzem à depressão.

Diz-nos: “Vitimado pela insegurança e pelo arrependimento, torna-se joguete da nostalgia e da depressão, perdendo a liberdade de movimentos, de ação e de aspiração, face ao estado sombrio em que se homizia. A nostalgia reflete evocações inconscientes, que parecem haver sido ricas de momentos felizes, que não mais se experimentam. Pode proceder de existências transatas do Espírito, que ora as recapitula nos recônditos profundos do ser, lamentando, sem dar-se conta, não mais as fruir; ou de ocorrências da atual”. (2)

7. CONCLUSÃO

Em vista da gravidade da depressão, que é o desarranjo do nosso estado mental, saibamos cultivar pensamentos de paz, alegria e bom ânimo, alicerçados nas prédicas trazidas por Jesus.

8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAMMER, Dr. Leonardo. Saindo da Depressão. Tradução de Pedro Ernesto Correa Ventura. São Paulo, Rio: Difec, 1978.

Céu, Inferno, Purgatório e Paraíso Perdido



1. C É U

· DEFINIÇÃO: espaço ilimitado e indefinido onde se movem os astros; espaço acima de nossas cabeças. Vem do latim coelum, formada do grego coilos, côncavo, porque o céu parece uma imensa concavidade.

· SEGUNDO A RELIGIÃO: região para onde, de acordo com as crenças religiosas, vão as almas dos justos. (lugar circunscrito).

· SEGUNDO O ESPIRITISMO: a palavra céu indica o espaço universal; são os planetas, as estrelas e todos os mundos superiores em que os Espíritos gozam de todas as suas faculdades, sem as tribulações da vida material nem as angústias inerentes à inferioridade.

· SEGUNDO A CIÊNCIA: a idéia que fazemos do Céu é fruto da concepção grega e babilônica (imutável, calmo, vida eterna). Copérnico, no Século XVI, quebra a tradição milenar e coloca o Sol no centro do Universo. Com isto a Terra entrou no Céu. Mais tarde, Galileu, com a descoberta do telescópio, corrobora tal afirmação. A Ciência parecia ir contra a Bíblia; mas a Bíblia ensina como ir ao Céu, não como ele foi feito.

2. I N F E R N O

· CONCEITO PAGÃO: o conhecimento do Inferno pagão nos é fornecido quase exclusivamente pela narrativa dos poetas. Citam-se Homero, Virgílio e Dante Alighiere. Dante Alighiere, por exemplo, na sua "Divina Comédia" descreve os aspectos lúgubres dos lugares, preocupando-se em realçar o gênero de sofrimento dos culpados.(1) cap. IV

· NA MITOLOGIA: lugar subterrâneo, onde estão as almas dos mortos.

· SEGUNDO O CRISTIANISMO: lugar ou situação pessoal em que se encontram os que morreram em estado de pecado. O Inferno perpetuado pela religião cristã dogmática foi elevado a um lugar de maiores suplícios do que aquele dos pagãos (caldeiras ferventes, tonéis de óleo, rochedo em brasa etc.).(1) cap. IV

· PARA O ESPIRITISMO: Céu e Inferno são figuras de linguagem e não lugares circunscritos. O Inferno não é lugar materializado (fogo, tridentes etc.), mas “uma vida de provas extremamente penosas” (revezes, doenças, dificuldades etc.), com a incerteza de melhoria.(2) perg. 1014a

3. P U R G A T Ó R I O

· PROVENIENTE DE PURGAR: tornar puro, purificar, limpar.

· PARA O CRISTIANISMO: lugar de purificação das almas dos justos, antes de admitidos na bem-aventurança. P. ext. qualquer lugar onde se sofre por algum tempo. O Evangelho não faz menção alguma do purgatório, que só foi admitido pela Igreja no ano de 593, como dogma: era o lugar menos doloroso para as almas, bastando preces ditas ou encomendadas (orações pagas), para que o interessado não fosse ao fogo, mas ao Céu. Isto deu origem à venda de indulgência, ou seja, a remissão do pecado pelo pagamento de uma determinada quantia em dinheiro. (1) cap. V

· SEGUNDO O ESPIRITISMO: entende-se como sofrimento físico e moral. É o tempo de expiação. Na Terra, como encarnado, o homem expia suas faltas, submetendo-se às provas e fazendo suas reparações. Não é, portanto, um lugar definido, fora da vida encarnada, mas o estado dos Espíritos imperfeitos que estão em busca do aperfeiçoamento moral e intelectual. (2) perg. 1013

4. D O U T R I N A D A S P E N A S E T E R N A S

· SEGUNDO O CRISTIANISMO: conseqüência da concepção do Inferno material. Principal argumento invocado a seu favor: "é doutrina sancionada entre os homens que a gravidade da ofensa é proporcionada à qualidade do ofendido. O crime de lesa-majestade, por exemplo, o atentado à pessoa de um soberano, sendo considerado mais grave do que o fora em relação a qualquer súdito, é, por isso mesmo, mais severamente punido. E sendo Deus muito mais que um soberano, pois é Infinito, deve ser infinita a ofensa a Ele, como infinito o respectivo castigo, isto é, eterno". (1) cap. VI item 10

· SEGUNDO O ESPIRITISMO: o prazo da expiação está subordinado ao melhoramento do culpado. Dos trinta e três itens do código da vida futura segundo o Espiritismo, resumem-se em: arrependimento,expiação e reparação, ou seja, apagar os traços de uma falta e suas conseqüências. (1) cap. VII, pág. 93

5. P E C A D O O R I G I N A L

· SEGUNDO O CRISTIANISMO: Deus criou Adão e Eva que teriam ofendido a Deus por quererem assemelhar-se-lhe. É o pecado original, uma ofensa proporcional à grandeza do ofendido. Infinita, portanto. Por isso merecem castigo que se estendeu a toda sua descendência. Mas, infinitamente misericordioso que Ele é, Deus, na pessoa do Filho, Jesus, fez-se homem a fim de sofrer ele próprio a dor do resgate e, com isto, redimir a humanidade e proporcionar-lhe a salvação. Confunde-se Jesus com Deus. Cria-se, também, o ritual do batismo. (3) pág. 33

· SEGUNDO O ESPIRITISMO: para o Espiritismo o pecado original não existe. Contudo, a respeito dobatismo, o Espírito Emmanuel, na pergunta 298 do livro O Consolador, comenta que o espiritista deve entender o batismo como o apelo do seu coração ao Pai de misericórdia para a cristianização dos filhos , no apostolado do trabalho e da dedicação.

6. P E R D A D O P A R A í S O

· RELATO BÍBLICO: Adão e Eva comem o fruto proibido, em virtude da tentação de Eva, pela serpente. São expulsos do paraíso.

· SEGUNDO O ESPIRITISMO: o paraíso terrestre, cujos vestígios tem sido inutilmente procurados na Terra, era, por conseguinte, a figura dum mundo ditoso, onde vivera Adão, ou, antes, a raça dos Espíritos que ele personifica. Para o Espiritismo os anjos decaídos e a perda do paraíso estão presos à progressão dos mundos. Os mundos progridem, fisicamente, pela elaboração da matéria e, moralmente, pela purificação dos Espíritos que os habitam. Logo que um mundo tem chegado a um de seus períodos de transformação, a fim de ascender na hierarquia dos mundos, operam-se mutações na sua população encarnada e desencarnada. É quando se dão as grandes emigrações e imigrações. (4) item 43

7. S I S T E M A D E C A P E L A

· CAPELA: uma grande estrela da Constelação de Cocheiro, que recebeu, na Terra, o nome de Cabra ou Capela. Sua luz gasta cerca de 42 anos para chegar à face da Terra. Quase todos os mundos que lhe são dependentes já se purificaram física e moralmente. Há muitos milênios, um dos orbes de Capela, que guarda muitas afinidades com o globo terrestre, atingira a culminância de um dos seus extraordinários ciclos evolutivos. Alguns Espíritos que não acompanharam essa evolução, foram, sob a anuência de Jesus, recambiados para o nosso Planeta, dando origem às RAÇAS ADÂMICAS.

8. A S R A Ç A S A D Â M I C A S

· GRUPO DOS ARIAS: dele descende a maioria dos povos brancos da família indo-européia.

· CIVILIZAÇÃO DO EGITO: foram os que mais se destacaram na prática do Bem e no culto da Verdade.

· POVO DE ISRAEL: a raça mais forte e mais homogênea, mostrando inalterados os seus caracteres através de todas as mutações.

· CASTAS DA ÍNDIA: foram os primeiros a formar os pródomos de uma sociedade organizada, cujos núcleos representariam a grande percentagem de ascendentes das coletividades do porvir. (5) cap. III

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

(1) KARDEC, A. O Céu e o Inferno ou A Justiça Divina Segundo o Espiritismo. 22.ed., Rio de Janeiro, FEB, 1975.
(2) KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. São Paulo, FEESP, 1972.
(3) CURTI, R. Cristianismo (de Jesus a Kardec). São Paulo, FEESP.
(4) KARDEC, A. A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. 17.ed., Rio de Janeiro, FEB, 1975.
(5) XAVIER, F. C. A Caminho da Luz (História da Civilização à Luz do Espiritismo). Rio de Janeiro, FEB, 1972.

Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho





1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho é captar a influência do plano espiritual nos processos decisórios de política econômica, principalmente aquela que nos foge da mente quando estudamos a História Econômica do Brasil só pelo aspecto material. Então, procuramos dar como conhecida a história material e tentamos visualizar, resumidamente, a interrelação dos dois planos da vida, valendo-nos das citações de ordem material somente para uma melhor compreensão da linha mestra que se formou desde o descobrimento do Brasil até os nossos dias.

2. BRASIL, A NOVA PÁTRIA DO EVANGELHO

Por volta do último quartel do século catorze, Jesus dispôs-se a visitar o planeta Terra, a fim de verificar o processo realizado pela sua doutrina de amor. Após observar que o mundo político, econômico e social do ocidente estava conturbado pelo egoísmo, orgulho e vaidade dos habitantes das grandes potências européias, Jesus, juntamente com Helil, traçam um novo roteiro para o desenvolvimento espiritual dos terráqueos. Para isso, Helil deveria reencarnar em Portugal e direcionar o povo português às conquistas marítimas, com o objetivo de descobrir as terras-virgens da América.

Encarnado no período 1394-1460, como o heróico infante de Sagres, operou a renovação das energias portuguesas, expandindo as suas possibilidades realizadoras para além mar, criando as condições necessárias para o futuro descobrimento da "Pátria do Evangelho", que aconteceu em 1500, por Pedro Álvares Cabral.

Helil, depois do seu desencarne, continuou a luta pela causa do Evangelho. Sua influência espiritual junto a D. Duarte e D. Afonso V não fora marcada pelo êxito, porém, com relação a D. João II, consegue que diversas expedições sejam organizadas e enviadas ao mar.

A grande expedição de Cabral deixou Portugal no dia sete de março de 1500. Em alto mar, as noites do grande expedicionário são povoadas de sonhos sobrenaturais e, insensivelmente, as caravelas inquietas cedem ao impulso de uma orientação imperceptível, desviando os caminhos das Índias para o coração geográfico do Brasil.

Compreendemos, também, que enquanto outros países se fragmentavam o fato do Brasil permanecer com o coração geográfico completo é porque havia realmente a preocupação de Jesus em arrebanhar toda a população, que deveria estar envolta com o lema: "Deus, Cristo e Caridade". (Xavier, 1977, cap. I e II)

3. ORIGENS ESPIRITUAIS DO POVO BRASILEIRO

Para uma compreensão mais ampla da formação espiritual do povo brasileiro, devemos lembrar que os séculos quinze e dezesseis foram marcados pela influência do "capitalismo comercial", que impulsionou as grandes potências européias ao mar, a fim de colonizar a nova terra. O Brasil, recebe assim, imigrantes das várias regiões do mundo.

Dentro desse quadro, Jesus entregava o comando do Brasil a Ismael, cuja missão era reunir os sedentos de justiça divina (degregados), os simples de coração (índios), os humildes e aflitos (escravos) sob a influência dos missionários para que o alicerce espiritual fosse edificado sobre a rocha firma, de modo que com o passar dos anos não houvesse fragmentação. (Xavier, 1977, cap. III)

4. HOLANDESES, FRANCESES E ESPANHÓIS
Para que pudéssemos ter essa formação mesclada deveríamos aceitar as várias influências das grandes companhias de comércio, cujas sedes se localizavam na Europa, principalmente em França, Holanda e Inglaterra.

Primeiramente vieram os franceses, que encantados com a beleza da Bahia de Guanabara, estabeleceram aí a sua feitoria, onde Villegaignon, com sua mentalidade religiosa e honesta, capta a confiança dos indígenas por três anos, pois em 1558 são expulsos por Mem de Sá.

De 1580 a 1640 recebemos a influência indireta da Espanha, porque como sabemos Portugal ficou sob a direção deste país, desestimulando a colonização das terras brasileiras.

Em 1624, a pretexto da guerra com a Espanha, os holandeses invadem o Brasil, originando cenas dolorosas, porém não organizadas pelas falanges do mundo invisível.

Em 1637, entregava em Pernambuco o General holandês João Maurício, príncipe de Nassau, cuja estada no Brasil fora preparada no plano espiritual com a intenção de desenvolver os germes do amor, respeito, tolerância e liberdade. Assim, os escravos tornam-se livres à sombra de sua bandeira, os índios encontram, no seu coração, o apoio de um nobre e leal amigo e todos obtém um novo clarão de justiça no caminho a seguir.

Em 1661, os holandeses deixam o Brasil sem lutas cruéis, mas ficou a semente da gratidão e do amor por um dos abnegados servidores do Cristo. (Xavier, 1977, cap. VIII)

5. A PROCURA DO OURO

Sabemos da história econômica que a razão básica da manutenção do domínio político português nas terras brasileiras era a possibilidade de descobrir imensos tesouros de metais preciosos. No plano espiritual, essa missão de expandir o espaço conquistado foi entregue a Fernão Dias Paes, que antes de reencarnar fora consolado por Ismael acerca da causa sinistra do ouro, recebendo instruções de que a procura desse metal seria um fator de desenvolvimento econômico, porque edificar-se-iam cidades e fomentar-se-iam a pecuária e a agricultura.

A missão seria árdua e exigiria o máximo de disciplina e para exemplificá-la viu-se na contingência de enforcar o próprio filho, quando esteve encarnado.

Paralelamente às bandeiras, outros movimentos realizavam-se na busca desse metal, criando um clima de ilusões, ambição e comentários acerca da riqueza, que levava os indivíduos à guerra, às revoluções e às emboscadas tendo como resultado a aflição, o sofrimento e a morte, inclusive com a possibilidade de despovoamento de Portugal. Citamos, como exemplo, a guerra das Emboabas, a Guerra dos Mascates.

Ao mesmo tempo que no plano material estávamos envoltos com um pequeno derramamento de sangue, no plano espiritual, os agentes invisíveis estavam amparando-nos e podemos perceber claramente pelo Tratado de Methuen que, o Brasil, ao transferir a posse do ouro à Inglaterra, vetava as investidas das grandes potências européias que cobiçavam nossas riquezas. (Xavier, 1977, cap. X)

6. PRENÚNCIO DA LIBERDADE

Os preparativos da Revolução Francesa, isto é, as discussões a respeito da liberdade influenciaram sobremaneira a classe dos poucos intelectuais brasileiros, que observando a ganância pelo ouro por parte dos padres — para aumentar o luxo das igrejas, dos magistrados — para aumentar suas fortunas que levariam a Portugal e do fisco — para incrementar a receita de Portugal, resolvem por em prática esses ideais políticos e econômicos.

Dos vários encontros realizados para tal finalidade, escolheu-se a personalidade de Tiradentes para ser o líder do movimento. Os desejos de liberdade foram vetados por autoridades portuguesas tão logo ficaram sabendo do ocorrido, mandando imediatamente extinguir a figura que se sobressaia nas ditas articulações. A morte de Tiradentes do ponto de vista espiritual representava o resgate de delitos cruéis do passado, quando inquisidor da Igreja.

Os estudos e discussões acerca de nossa doutrina mostra-nos que o acaso não existe e que os fatos se sucedem no devido tempo. Assim, verificamos que os intelectuais brasileiros quanto os da França foram precipitados com as reivindicações de liberdade, contrariando a vontade de Deus, o qual prefere que cada qual vença a si mesmo e seja avessos à guerra e à Revolução. Percebemos, mais uma vez, a mão protetora de Ismael, pois enquanto em França assistíamos à perda de muitas vidas, no Brasil tivemos apenas um enforcamento. (Xavier, 1977, cap. XIV)

7. A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

A conseqüência da Revolução Francesa, para nós, foi a vinda da família real ao Brasil, que seria o estopim inicial de nossa emancipação política, porque D. João VI estando no Brasil começou a tomar resoluções políticas que iriam criar condições de desenvolvimento econômico.

Primeiramente, abrem-se os portos para a livre concorrência com a Inglaterra e, posteriormente, para as nações amigas. Em segundo lugar, declaram-se livres as indústrias nacionais. Mesmo com grande parte da corte colada ao orçamento da despesa, o Brasil caminhava para o alto destino que o eterno lhe assinalara.

D. João VI estava envolto com a mãe demente, esposa desleal, filho perdulário, excesso de despesas administrativas, revolução constitucionalista de Portugal e problemas pessoais de alta responsabilidade, quando teve de voltar a sua Pátria natal, deixando D. Pedro I, como príncipe-regente, o qual deveria cumprir a constituição da junta Revolucionária de Lisboa.

O plano espiritual presidindo a todos os acontecimentos instrui-nos que o problema da liberdade é delicado, sendo preciso formar os Espíritos antes das obras, pois todos os direitos adquiridos exigem responsabilidade e nem sempre estamos aptos a enfrentá-los. Expõe-nos, também, que D. Pedro não era a pessoa indicada para o processo de libertação do povo brasileiro, mas ele encarnava o princípio da autoridade e caberiam ao próprio plano espiritual — povoar suas noites de sonho, a fim de colocá-lo em condições de assumir atitudes corretas e justas segundo a vontade de Deus.

D. Pedro atendendo à frase de seu pai, quando deixou o Brasil. "Pedro, se o BRASIL se separar de Portugal, antes seja para ti, que me respeitarás, do que para alguns desses aventureiros". — resolve iniciar a separação dos dois países, sem prever que Avilez, representante de Portugal tencionava criar barreiras a esse intento. Durante esse período negro vemos a presença de Ismael manipulando as preces e as vibrações das mães sofredoras e concentrando-as na mente e coração de Avilez, deixando o caminho livre a D. Pedro para a consolidação da liberdade.

A presença de Ismael, dos abnegados cooperadores do plano espiritual e principalmente, da figura de Tiradentes, em espírito, acompanhavam através de viagens e contatos com diversos líderes políticos em várias regiões do país, culminando com a famosa frase: "INDEPENDÊNCIA OU MORTE", a sete de setembro de mil oitocentos e vinte e dois. (Xavier, 1977, cap. XVI a XVIII)



8. MAIORIDADE POLÍTICA BRASILEIRA (I)



O aumento das responsabilidades brasileiras deveria ser provido por alma nobre e valorosa. O plano espiritual estava atento e começou a dialogar com Longinus, a fim de cientificá-lo da grande missão que os mensageiros de Ismael estavam lhe propondo e se saísse vencedor não precisaria retornar neste planeta de expiação e provas. Reencarnaria, assim como D. Pedro II e se incumbiria de polarizar as atenções do povo a sua pessoa no que dizia respeito aos exemplos e virtudes, renúncia e sacrifícios abnegação e desprendimento.

Enquanto no outro plano da vida estes assuntos eram ventilados, aqui, D. Pedro I, depois de consolidada a Independência, tratava de dar continuidade ao processo de liberdade da Pátria do Evangelho, sempre assessorado pelas falanges de Ismael, que aproveitavam o minuto psicológico para auxiliá-lo nesta consolidação. Apesar de lutar pelos interesses do Brasil foi acusado injustamente de proteger os de Portugal, e por esta razão, inspirado pelos agentes do invisível, abdica na pessoa do filho, a sete de abril de mil oitocentos e trinta e um.

Após a abdicação de D. Pedro I o país sob o comando dos regentes interinos atravessou momentos de crise, notando-se o desenrolar da guerra civil ao Norte e o movimento republicano no Rio Grande do Sul. As falanges de Ismael eram obrigadas a aumentar os reforços intuindo os homens da regência a praticarem os mais sublimes atos de renúncia pelo bem coletivo a fim de que a luz do porvir na pátria não se transformasse em trevas e não paralisasse os interesses do Senhor para com a nossa terra natal.

D. Pedro II reencarna dentro dessa conjuntura e aos quinze anos de idade adquire o poder de governar o país. Para bem cumprir sua missão, abstraia-se dos textos legais e norteava suas decisões mais pela imprensa do que pelos seus ministros, desgostando os políticos da época. Conseguiu com seu caráter evolucionista um grande progresso de liberdade de opinião e a calma voltara ao Brasil. Por não seguir as inspirações do mundo invisível, interfere na liberdade do Uruguai, ocasionando com isto a guerra do Paraguai, pois este país se sentindo ameaçado na sua segurança declarou-se contra o Brasil, iniciando uma contenda que durou cinco anos de martírio e sofrimentos. (Xavier, 1977, cap. XX)



9. A MAIORIDADE POLÍTICA BRASILEIRA (II)

À medida que o tempo passava, as repercussões internacionais e a experiência dos políticos brasileiros clamava por uma mudança estrutural do nosso modelo de economia política, muito embora D. Pedro II fosse um exemplo de discórdia e benevolência. Os políticos da época pressionaram-no e nos primeiros meses de 1888, sob a influência dos mentores invisíveis da pátria, o imperador é afastado do trono, voltando a Regência à Princesa Isabel, promulgando a treze de maio de mil oitocentos e oitenta e oito a lei que extinguia o cativeiro no Brasil.

Ao se extinguir a servidão, o Brasil passava ao regime de maioridade política, isto é, os habitantes deste território receberiam doravante influências indiretas do plano espiritual, mas seriam responsáveis diretos pelos seus erros e acertos. Denominamos República à oficialização desse índice de maioridade, firmado a quinze de novembro de 1889 por Deodoro da Fonseca e uma plêiade de inteligências cultas e vigorosas.

É útil recordarmos o grau de evolução de Longinus, que deixou a coroa sem derramamento de sangue, repeliu todas as sugestões dos Espíritos apaixonados pelo poder, não aceitou dinheiro pelo seu exílio, porém levou consigo um punhado de terra brasileira que muito soubera amar.

O plano espiritual, afim de corroborar este grau de liberdade adquirido, delegava autoridade aos grandes médiuns, que seriam os portadores da luz do Cristo, com a função de concentrar as energias do povo, dirigindo-as para o alvo sagrado da evolução material e espiritual. Dentre eles citamos a personalidade de Bezerra de Menezes, aclamado na noite de julho de1895 diretor de todos os trabalhos de Ismael no Brasil. (Xavier, 1977, cap. XXI a XXX).

10. CONCLUSÃO

Este estudo da História Econômica do Brasil, à luz da espiritualidade, deu-nos a oportunidade de aumentarmos os nossos conhecimentos a respeito do povo, do governo e dos agentes do mundo invisível

acompanhamos o desenrolar dos fatos históricos e percebemos que a maioridade política se desenvolve da mesma forma que o livre-arbítrio no campo individual; que as decisões que julgávamos individuais abrangem uma amplitude mais ampla, porque aquele que decide recebe influências dos ministros, da imprensa, da esposa, e muito mais do plano espiritual, que até a proclamação da república a ascendência espiritual era direta, passando depois a fazer por sugestões telepáticas; que ainda hoje estamos com a boa influência, embora o livro de Humberto de Campos só explica até o período republicano.



Vimos, por fim, que o poder é transitório, que as paixões inflamam os indivíduos, que pouco é o que sabemos e, por essa razão, devemos ter muita humildade, a fim de podermos trilhar o caminho da felicidade, o qual nos conduzirá ao Cristo e à caridade.

Allan Kardec e O Livro dos Espíritos






1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste estudo é captar não só o momento cultural histórico em que antecedeu a publicação de O Livro dos Espíritos como também as conseqüências que daí dimanam.

2. DADOS BIOGRÁFICOS

Hippolyte-Léon Denizard Rivail — Allan Kardec — nasceu no dia 03 de outubro de 1804, às 19 horas, na Cidade de Lyon, na França. Seu pai, Jean-Baptiste-Antoine Rivail, era magistrado, juiz de direito; sua mãe, Jeanne Duhamel, era professora; sua esposa, Amélie Grabielle Boudet, também, era professora. Como homem podemos dizer que foi professor, escritor, filósofo e cientista. Faleceu no dia 31 de março de 1869, com 64 anos de idade.

3. MOMENTO CULTURAL

Depois da Idade Média, em que se atrofiou o espírito crítico, o mundo começou a assistir à chamada revolução intelectual, em que o iluminismo foi o ponto de destaque.

A filosofia do iluminismo ergueu-se sobre certo número de concepções fundamentais, entre as quais: 1) a razão é o único guia infalível da sabedoria; 2) o universo é uma máquina governada por leis inflexíveis que o homem não pode desprezar; 3) não existe pecado original.

Este movimento, iniciado por René Descartes (1596-1650), foi enfatizado na Inglaterra, por volta de 1680, pelos trabalhos de Sir Isaac Newton (1642-1727) — que submeteu toda a natureza a uma interpretação mecânica precisa, e John Locke (1632-1704) — que rejeitando a teoria das idéias inatas de Descartes, afirmou que todo o conhecimento provém da percepção sensorial.

O apogeu do iluminismo se deu na França, especificamente nas obras de Voltaire e dos enciclopedistas. Voltaire é o campeão da liberdade individual. Disse: "Não concordo com uma única palavra que dizeis, mas defenderei até a morte o vosso direito de dizê-la".

No campo político, o advento do Parlamentarismo na Inglaterra, em 1688, a Independência dos Estados Unidos, em 1776 e a Revolução Francesa, em 1789 consolidaram os preceitos de liberdade que o mundo necessitava.

Em outros campos de conhecimento, lembramo-nos de Franz Anton Mesmer (1734-1815) e da sua descoberta da teoria do magnetismo animal (1779). Afirmava existir um fluido que interpenetrava tudo, dando, às pessoas, propriedades análogas àquelas do ímã. Em 1787, o marquês de Puysegur descobre o sonambulismo. Em 1841, Braid descobre o hipnotismo. Charcot o estuda metodicamente; Liebault o aplica à clínica; Freud o utiliza ao criar a Psicanálise.

Quanto ao fenômeno mediúnico, as repercussões do episódio de Hydesville, em 1848, ainda se faziam sentir nos chamados encontros das "mesas girantes".

4. OBRAS BÁSICAS E COMPLEMENTARES

4.1. OBRAS BÁSICAS

O Livro dos Espíritos (1857);

O Livro dos Médiuns - ou Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores (1861);

O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864);

O Céu e o Inferno - ou Justiça Divina Segundo o Espiritismo (1865);

A Gênese - os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo (1868).

4.2. OBRAS COMPLEMENTARES

4.2.1 OUTRAS OBRAS DE ALLAN KARDEC

Além dos cinco livros acima, Kardec escreveu também:

O que é o Espiritismo (1859);

O Espiritismo em sua Expressão Mais Simples (1862);

Viagem Espírita (1862);

Obras Póstumas (1.ª edição — 1890);

Revista Espírita, periódico mensal (1.ª edição — 1.º de janeiro de 1858)

4.2.2. AUTORES ENCARNADOS

Citam-se os escritos de Gabriel Delanne, Leon Denis, Camile Flammarion, J. Herculano Pires, Edgar Armond e outros.

4.2.3. AUTORES MEDIÚNICOS

Entre as obras mediúnicas, estão os livros psicografados por Francisco Cândido Xavier, Divaldo Pereira Franco e outros.

5. O LIVRO DOS ESPÍRITOS

5.1. COMO FOI CODIFICADO?

De acordo com Canuto Abreu, Allan Kardec começou a freqüentar as reuniões mediúnicas, em que a médium Caroline recebia o Espírito Zéfiro, o qual respondia às perguntas dos freqüentadores. Levava um caderno e anotava aquilo que lhe chamava a atenção.

"Certa feita, quebrando o hábito, indagou se lhe era possível evocar o Espírito SÓCRATES. Recebeu a seguinte resposta: "Sim. Sócrates já tem assistido a alguns de nossos colóquios, pois você o consulta amiúde mentalmente". Essa resposta arrancou o professor da costumada reserva. Declarou-nos ter, de fato, pensado muita vez no filósofo grego, esperançado de obter dele a verdadeira "filosofia dos Espíritos" de elite". (Abreu,1992)

Posteriormente, levava as suas próprias perguntas, o que lhe deu ensejo de compor O Livro dos Espíritos.

5.2. 501 PERGUNTAS

A primeira edição de O Livro dos Espíritos era em formato grande, in-8.º, com 176 páginas de texto, e apresentava o assunto distribuído em duas colunas. Quinhentas e uma perguntas e respectivas respostas estavam contidas nas três partes em que então se dividia a obra: "Doutrina Espírita", "Leis Morais" e "Esperanças e Consolações". A primeira parte tem dez capítulos; a segunda, onze; e a terceira, três. Cinco páginas eram ocupadas com interessante índice alfabético das matérias, índice que nas edições seguintes foi cancelado. (Equipe da FEB, 1995)

5.3. PALAVRAS DE G. DU CHALLARD

"Faz pouco tempo publicou o editor Dentu uma obra muito notável; diríamos mesmo muito curiosa, se não houvesse coisas às quais repugna qualquer classificação banal.

O Livro dos Espíritos, do Sr. Allan Kardec, é uma página nova do próprio grande livro do infinito e, estamos persuadidos, uma marca será posta nesta página"

"... Lendo as admiráveis respostas dos Espíritos, na obra do senhor Kardec, nós dissemos que haveria aí um belo livro para se escrever. Bem cedo reconhecemos que estávamos enganados: o livro está todo feito. Não poderíamos senão estragá-lo, procurando completá-lo. Sois homem de estudo, e possuis a boa-fé que não pede senão para se instruir? Lede o livro primeiro sobre a Doutrina Espírita Estais colocado na classe das pessoas que não se ocupam senão de si mesmas, fazem, como se diz seus pequenos negócios tranqüilamente, e não vêem nada ao redor de seus interesses? Lede as Leis morais. A infelicidade vos persegue encarniçadamente, e a dúvida vos cerca, às vezes, com seu abraço glacial? Estudai o livro terceiro: Esperanças e Consolações.Todos vós, que tendes nobres pensamentos no coração, que credes no bem, lede o livro inteiro. Se se encontrar alguém que ache, no seu interior, matéria de gracejo, nós o lamentaremos sinceramente". (Revista Espírita, 1858, p. 31 e 32)

6. O LIVRO DOS ESPÍRITOS E O FUTURO

6.1. NOVA ORDEM DE IDÉIAS

Os conhecimentos, veiculados nas 1019 questões, são alimento para toda a eternidade. Estes ensinamentos, trazidos pelos benfeitores do espaço, quando bem refletidos, marcarão uma nova ordem no estado da humanidade, pois provocarão profundas modificações nos alicerces corroídos pela fé dogmática.

6.2. DEBRUÇANDO-SE SOBRE A SUA FILOSOFIA

Para que possamos alicerçar todo o seu conteúdo doutrinal, devemos estar sempre nos debruçando sobre os seus princípios fundamentais, com o intuito de torná-los atualizados em nosso consciente.

6.3. O LIVRO DOS ESPÍRITOS NA ATUALIDADE

Recentemente foi traduzido para o árabe, povo inteiramente voltado para o Islamismo. É uma inserção genuína, pois nenhuma outra religião conseguiu tal desideratum.

7. CONCLUSÃO

O Livro dos Espíritos, marco de uma grande evolução espiritual da humanidade, deve ser um livro de cabeceira. Os adeptos sinceros, que percebem as suas conseqüências, devem estar constantemente o estudando, a fim alicerçá-lo nos meandros da consciência.

8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ABREU, Canuto. O Livro dos Espíritos e sua tradição histórica e lendária. 

domingo, 11 de agosto de 2013

A Necessidade de Ser Útil a Alguém





A única maneira de se sentir realizado é fazendo algo de útil em proveito de alguém. Por isso, em algum momento, surge a necessidade de ser útil ao próximo.

Quantas pessoas você conhece que não têm objetivo na vida? Quantas pessoas do seu convívio não veem o menor sentido em nada, apenas vivem por viver? Muitos são os que apenas sobrevivem. Fazem as mesmas coisas sempre, sem pensar o porquê de fazerem o que fazem.

Quantas pessoas você conhece que trabalham a vida inteira numa atividade de que não gostam? Quantas pessoas você sabe que são casadas há anos e anos com alguém de quem não gostam, alguém que mal aturam?

E as pessoas que trocam a vida real pela vida virtual? Passam a vida em função de televisão, rádio, jornal, internet. Acompanham as novelas com mais interesse do que pela própria vida. Acompanham os campeonatos de que seu time participa como se isso acrescentasse algo de importância vital para sua vida.

Todos precisamos de lazer, todos temos necessidade de descontração. Mas vai uma grande diferença entre o espaço para a diversão diária e o dia tomado por essas atividades artificiais. E a sua própria vida, como é que fica?

O que você vem fazendo da sua vida? Você já parou pra pensar por que você nasceu? Você deve saber disso, mas é bom lembrar: antes de nascer você se propôs a fazer um monte de coisas! Você quis nascer para realizar! Lembre da sua infância, o mais longe que puder. Lembrou? Vê como você tinha sonhos e planos?

Você queria crescer pra fazer um montão de coisas. Agora você cresceu, e daí? Vai esperar ficar muito velho pra dizer que não dá mais tempo? Sempre é tempo de fazer algo de útil. É isso! É isso que preenche a vida, é isso que dá sentido à vida, é isso que é a vida. Ser útil! E a única maneira de ser útil de verdade é sendo útil ao próximo.

Como escrevo sobre espiritismo, parto do princípio de que você é reencarnacionista. Mas nem é preciso reconhecer a reencarnação para constatar que as pessoas trazem, ao nascer, a vontade firme de se destacarem, de se imortalizarem através de suas obras. Alguns poderosos criam fundações com o seu nome, outros escrevem livros ou criam obras de arte, outros nos legam invenções, outros almejam virar estátuas ou nomes de ruas e praças.

Mas o que dá sentido real à vida é ser útil aos outros. Viver pra si mesmo é bom. Viver em busca de prazeres é bom. Ninguém aqui é santo. Mas enquanto vivemos só pra nós mesmos, por mais prazer que tenhamos, por mais coisas boas e agradáveis que experimentemos, nunca é o suficiente. O prazer alcançado nunca é o bastante. É por isso que quem vive voltado para as coisas materiais, quem vive em função de prazeres materiais, sempre quer mais.

Sempre mais comida, mais álcool, mais drogas, mais roupas e sapatos e bolsas e aparelhos e tudo o que o consumismo oferece, sempre mais sexo, mais jogo, mais velocidade, mais prazeres de todo tipo. Porque o prazer não preenche o vazio no peito, o prazer material não é capaz de suprir a necessidade íntima de ser útil aos outros.

A única maneira de se sentir realizado é fazendo algo de útil em proveito de alguém. Ninguém consegue se sentir realizado, ninguém experimenta a maravilhosa sensação do dever cumprido se não se dedica a fazer alguma coisa de útil a alguém que não seja a si mesmo.

Não há como ver sentido na vida se não for para ser útil aos outros. Quem são os outros? Isso é você quem decide. Seus amigos, seus vizinhos, seus colegas, empregados, alunos, parentes, sua família, os espíritos sofredores, a lista é enorme. Sempre há alguém precisando de você. Sempre há alguém que precisa exatamente do tipo de ajuda que você pode oferecer.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Não Julgar o Próximo - Mas Acolhê-lo





Temos também no texto do capítulo 4, de título “O que procede do coração“, do Livro REFORMA ÍNTIMA SEM MARTÍRIO, de Ermance Dufaux, psicografia de Wanderley S. de Oliveira, a questão do acolhimento daqueles que erram como elemento de sucesso espiritual.

Todo julgamento é sofrível. Especialmente quando temos à nossa análise uma pessoa que não tem como se defender de nossa forma de pensar.

As pessoas são individualidades. Possuem formas de pensar diferentes. Possuem conhecimentos diferentes. Possuem entendimentos diferentes… Valores… objetivos… planejamento… e só por isso devemos respeitar cada um a sua forma de agir. Mas não só por isso.

As pessoas são individualidades. Seus pensamentos geram consequências que somente a pessoa, e outras que estão em volta de sua vida é que suportam. E, se o centro da consequência é a pessoa que age, o limite da circunferência de sua ação dependerá do tamanho da ação em relação a vida. Se a ação tem relação com a vida do agente, sua influência poderá se reportar na vida de milhares de pessoas, como por exemplo, o uso de bombas e explosivos, o uso de armamento, ou de uma doença como agente agressor a muitos. As consequências de nossos atos, então, não influenciam apenas a nós mesmos. Da mesma forma, podemos entender que recebemos a influência da ação de outras pessoas na medida que nos relacionamos com elas. Quanto mais profundo o relacionamento, maior a influência dessa pessoa em nossa vida e da consequência de seus atos em relação a nossa vida. Um exemplo disso são os atos de nossos pais, mães, avós, avôs, filhos, filhas, tias, tios, sobrinhas e sobrinhos… marido, mulher, companheiro, companheira, namorado ou namorada… amantes, etc. Chefes, subordinados, colega de repartição… amigos, amigas, colegas, simpatizantes… adversários, inimigos, etc… Dependendo do circulo de amizade que temos, nossa ação poderá interferir em uma ou mais pessoas, com maior ou menor intensidade. Vivemos em uma simbiose social muito elevada e essa simbiose social nos transfere também responsabilidade espiritual nas ações privadas e coletivas.

Mas, embora influencie a muitas pessoas, direta e indiretamente, a responsabilidade da pessoa é real e intransferível entre todos aqueles que participaram da realizaçao do evento, na mesma proporção de sua influência. As pessoas realizam barbaridades ou ações mais simples, boas e más, sem ou com a influência e participação de outras pessoas, de forma que a responsabilidade se divide entre aqueles que deram vazão ao evento. Nada há que ficará escondida e sem sua devida responsabilização, a esperar dos seus realizadores a necessária retificação, renovação, reordenação ou atitude que venha a corrigir eventual erro praticado.

se observarmos atentamente, um determinado evento acabará tendo uma série de frentes de reajustamento, de forma que nunca somos os únicos credores das atitudes alheias, sentindo-nos únicas vítimas de determinada ação. Se cada pessoa recebe essas diversas frentes de retificação, eventual cobrança através da vingança acabará se constituindo em exasperação, até porque nunca saberemos realmente qual o grau de cobrança que tenho direito a “cobrar” do próximo.

A vingança acaba se constituindo em uma perda completa de tempo e de energia em desfavor de nós mesmos que perdemos a liberdade de agir conforme a lei, garantindo assim um futuro mais feliz, para nos sujeitar primeiro a “cobrar” com “juros e correção”, e depois a termos que “pagar” pela cobrança indevida.

Ainda precisamos lembrar que o “erro”, para a economia do universo criado por Deus, se constitui em um acidente de percurso para o espírito, tão comum e natural de acontecer como “acertar” já que em muitas situações – especialmente as novas – a proporção é bem similar e, quando a escolha se processa ainda no “erro” conhecido, não podemos esquecer as tendências e rotinas que imperam ainda dentro de nossa animalidade que nos direcionam em ações menos edificantes.

Compreendendo isso, fica claro que para alguém abandonar o “erro” necessitará do apoio das outras pessoas, que possam lhe oferecer outros caminhos para seus passos, e até ânimo para sua alma, de forma a ter o combustível psicológico e moral para agir de forma adequada. Esse apoio sempre nós damos a quem amamos, ou que tenhamos uma afinidade mais acentuada, mas quando não possuímos essa afinidade, geralmente, ofertamos a crítica e outras energias que não servem para apoio de uma transformação.

Aquele que tem a sabedoria de entender que estamos em processo evolutivo, sujeitos a imperfeição – todos nós -, perceberá o quanto precisamos do apóio mútuo para desenvolvermos nossas potencialidades individuais, especialmente quando a gente vem a cometer atitudes equivocadas ou que reconheçamos somente de algum tempo depois erradas. O perdão e a compreensão alheia pode ser a energia diferencial para nosso sucesso na nossa reabilitação.

E, porque não pensar isso quando temos o outro na nossa frente. Quando ao invés de sermos nós, é o outro que precisa do nosso apoio e do nosso perdão?

Desejar ser perdoado todo mundo deseja, como se isso fosse um direito pessoal que temos. E tem pessoas que em não sendo perdoadas, acabam irritando-se por conta disso. Mas e perdoar? E quando somos nós quem precisamos mostrar nosso desenvolvimento moral e espiritual? Será que podemos achar que temos o direito de não perdoar? Que não precisamos dar apoio ao que precisa?

Ao invés de julgarmos o próximo que erra, não é mais valioso espiritualmente acolhê-lo sem constrangimento ou qualquer condição imposta a ele pelo erro, esperando que sua inteligência deficitária com o erro se recomponha e encontre a solução mais adequada ao caso. É o abraço àquele que erra e oferece apoio moral que nos faz levantar e tentar novamente.

O melhor para nós é procurarmos nos afastar do mal, esquecendo-o mesmo. E ao agente que o pratica, mais adequado que nós o recebamos em nossos braços, compreendendo que nosso auxilio pode ser importante para que a pessoa encontre o caminho correto. O acolhimento também será fundamental para o não estabelecimento da culpa, mas sim da responsabilidade em relação a vida. De forma que essa nossa ação venha não apenas a fazer efeito em nós e no outro, mas pode ser um momento de estalecimento de vínculos indiretos com muitas outras pessoas.

O acolhimento daquele que erra acaba sendo uma forma de nós também compreendermos que tanto ele como eu podemos errar, e dá-nos coragem para continuar tentando, porque sabemos que a felicidade precisa ser alcançada pelo nosso esforço, e sabemos que nosso esforço com a confiança alheia faz o caminho ser mais suave e o sucesso ser mais certo.

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