No Reino da Palavra...

- Não grite.
Não permita que o seu modo de falar se
transforme em agressão.

- Conserve a calma.
Ao falar, evite comentários ou imagens
contrárias ao bem.

- Evite a maledicência.
Trazer assuntos infelizes à conversação,
lamentando ocorrências que já se foram, é requisitar
a poeira de caminhos já superados,
complicando paisagens alheias.

- Abstenha-se de todo adjetivo desagradável
para pessoas, coisas e circunstâncias.
Atacar alguém será destruir hoje o nosso
provável benfeitor de amanhã.

- Use a imaginação sem excesso.
Não exageres sintomas ou deficiências
com os fracos ou doentes, porque isso viria
fazê-los mais doentes e mais fracos.

- Responda serenamente em toda questão difícil.
Na base da esperança e bondade,
não existe quem não possa ajudar conversando.

- Guarde uma frase sorridente e amiga para
toda situação inevitável.
Da mente aos lábios, temos um trajeto
controlável para as nossas manifestações.

- Fuja a comparações, a fim de que seu
verbo não venha a ferir.
Por isso, tão logo a idéia negativa nos alcance
a cabeça, arredemo-la, porque um pensamento
pode ser substituído, de imediato, no silêncio
do espírito, mas a palavra solta é sempre um
instrumento ativo em circulação.

Recorde que Jesus legou o Evangelho,
exemplificando, mas conversando também.
ANDRÉ LUIZ



Distribui sorrisos e palavras de amor aos irmãos algemados a
rudes provas como se os visses falando por teus lábios, e
atravessarás os dias de tristeza ou de angústia com a luz da
esperança no coração, caminhando, em rumo certo, para o
reencontro feliz com todos eles, nas bênçãos de Jesus, em plena
imortalidade.

(Emmanuel).

domingo, 16 de dezembro de 2012

Tempo




Tempo



Todas as criaturas gozam o tempo, 
mas raras vezes aproveitam-no.
Corre a oportunidade espalhando bênçãos.
Arrasta-se o homem estragando dádivas 
recebidas. Cada dia é um país de vinte e 
quatro províncias. Cada hora é uma província 
de sessenta unidades.
O homem, contudo, é o semeador que não 
despertou ainda. Distraído cultivador, 
pergunta: “que farei?! E o tempo silencioso 
responde com ensejos benditos:
De servir, ganhando autoridade; 
de obedecer, conquistando o mundo;
de lutar escalando os céus.
O homem, todavia, voluntariamente cego, 
roga sempre mais tempo
para zombar da vida, porque se obedece, 
revolta-se, orgulhoso; se sofre, injuria e 
blasfema; se chamando as contas, 
lavra reclamações descabidas.
Cientistas fogem da verdadeira ciência.
Filósofos ausentam-se dos próprios ensinos.
Religiosos negam a religião.
Administradores retiram-se da 
responsabilidade.
Médicos subtraem-se à Medicina.
Literatos furtam-se à divina verdade.
Estadistas centralizam a dominação.
Servidores do povo buscam interesses 
privados. Lavradores abandonam a terra.
Trabalhadores escapam do serviço.
Gozadores temporários entronizam ilusões.
Ao invés de suar no trabalho, 
apanham borboletas da fantasia.
Desfrutam a existência, assassinando-a 
em si próprios.
Possuem os bens da Terra acabando 
possuídos. Reclamam liberdade, 
submetendo-se à escravidão.
Mas chega um dia, porque há sempre 
um dia mais claro 
que os outros, em que a morte surge 
reclamando trapos velhos...
O tempo recolhe, então, apressado, as 
oportunidades que pareciam sem fim... 
E o homem reconhece, tardiamente 
preocupado, que a Eternidade infinita 
pede conta do minuto



_André Luiz_



Existência



Existência


Nasceste no lar que precisavas, 
Vestiste o corpo físico que merecias, 
Moras onde melhor Deus te proporcionou, 
De acordo com teu adiantamento. 
Possuis os recursos financeiros coerentes 
Com as tuas necessidades, nem mais, 
nem menos, mas o justo para as tuas lutas 
terrenas. Teu ambiente de trabalho é o
que elegeste espontaneamente para a tua 
realização. Teus parentes, amigos são as almas 
que atraíste, com tua própria afinidade. 
Portanto, teu destino está constantemente 
sob teu controle. 
Tu escolhes, recolhes, eleges, atrais, 
buscas, expulsas, modificas tudo aquilo 
que te rodeia a existência. 
Teus pensamentos e vontade são a chave de 
teus atos e atitudes... 
São as fontes de atração e repulsão na tua 
jornada vivência. 
Não reclames nem te faças de vítima. 
Antes de tudo, analisa e observa. 
A mudança está em tuas mãos. 
Reprograma tua meta, 
Busca o bem e viverás melhor. 
Embora ninguém possa voltar atrás e 
fazer um novo começo, 
Qualquer Um pode Começar agora e 
fazer um Novo Fim.

Benção do Chico.

A alma do mundo








A alma do mundo



Quando você conseguir superar graves 
problemas de relacionamentos,
não se detenha na lembrança dos momentos 
difíceis, mas na alegria
de haver atravessado mais essa prova em sua vida.
Quando sair de um longo tratamento de saúde, 
não pense no sofrimento
em que foi necessário enfrentar, 
mas na benção de Deus que permitiu a cura.
Leve na sua memória, para o resto da vida, 
as coisas boas que surgiram
nas dificuldades. Elas serão a uma prova de sua capacidade, e lhe darão
confiança diante de qualquer obstáculo.
Uns queriam um emprego melhor, 
outros só um emprego.
Uns queriam uma refeição mais farta; 
outros só uma refeição.
Uns queriam uma vida mais amena; 
outros. Apenas viver.
Uns queriam uns pais mais esclarecidos; 
outros, ter pais.
Uns queriam ter olhos claros; outros enxergar.
Uns queriam ter uma voz bonita; outros, falar.
Uns queriam silêncio; outros ouvir.
Uns queriam sapato novo; outros, ter pés.
Uns queriam um carro; outros, andar.
Uns queriam o supérfluo; outros, apenas 
o necessário. Há dois tipos de sabedoria: 
a inferior e a superior.
A sabedoria inferior é dada pelo quanto 
uma pessoa sabe e a superior é dada pelo 
quanto ela tem consciência de que não sabe. 
Tenha a sabedoria superior.
Seja um eterno aprendiz na escola da vida. 
A sabedoria superior tolera, a inferior julga; 
a superior alivia, a inferior culpa;
a superior perdoa, a inferior condena.
Tem coisas que o coração só fala 
para quem sabe escutar!



Chico Xavier

sábado, 8 de dezembro de 2012

Divino Amigo Vem






DIVINO AMIGO, VEM!
Emmanuel
(Psicografia de Francisco Cândido Xavier)

Senhor,
Tu que nos deste no Tempo
O sábio condutor de nossos destinos,
Faze-nos entender a bênção dos minutos,
A fim de não perdermos o tesouro dos séculos...
Porque o Tempo, Senhor,
Guardando-nos a alma
Nos braços das horas incessantes,
Embora nos amadureça o entendimento,
Não nos ergue da Terra
Ao encontro de Ti.

Por ele, temos a hora do berço
E a hora do túmulo,
A hora de semear
E a hora de colher,
A hora de rir
E a hora de chorar...

Com ele, temos a experiência
Da dor e da alegria,
Da ilusão e da realidade,
Do conforto e da angústia,
Que, em nos transformando o raciocínio,
Não nos alteram o coração.
É por isso, Senhor,
Que Te rogamos
Assistência e socorro ...

Ajuda-nos a cooperar com os dias,
Para que os dias colaborem conosco.
Ensina-nos a buscar
A hora de buscar-Te,
No respeito aos Teus desígnios,
No trabalho bem vivido,
No estudo de Tuas leis,
No serviço aos semelhantes,
Na contemplação de Tua grandeza
E na ação constante do bem.

Livra-nos da inércia,
Porque sem Tua bênção
A ronda dos milênios
É só repetição,
Prova e monotonia...
Divino Amigo, vem!...
E ampara-nos a senda
Porque, sem Ti, o Tempo,
Embora sendo luz
E embora sendo vida,
Sem que Te procuremos,
Deixar-nos-á clamando
Nos abismos da sombra,
Da aflição e da morte!...


Mocidade e Velhice




MOCIDADE E VELHICE

"O jovem de hoje, pelas determinações biológicas do Planeta, 
será o velho de amanhã; e o ancião de agora, pela lei sublime da reencarnação, será o moço do futuro." - André Luiz




Infância, juventude, madureza e velhice são simples fases da experiência material.
A vida é essência divina e a juventude é seiva eterna do espírito imperecível.
Mocidade da alma é condição de todas as criaturas que receberam com a existência o aprendizado sublime, em favor da iluminação de si mesmas e que acolheram no trabalho incessante do bem o melhor programa de engrandecimento e ascensão da personalidade.
A velhice, pois, como índice de senilidade improdutiva ou enfermiça, constitui, portanto, apenas um estado provisório da mente que desistiu de aprender e de progredir nos quadros de luta redentora e santificante que o mundo nos oferece.
Nesse sentido, há jovens no corpo físico que revelam avançadas características de senectude, pela ociosidade e rebeldia a que se confinam, e velhos na indumentária carnal que ressurgem sempre à maneira de moços invulneráveis, clareando as tarefas de todos pelo entusiasmo e bondade, valor e alegria com que sabem fortalecer os semelhantes na jornada para a frente.
Se a individualidade e o caráter não dependem da roupa com que o homem se apresenta na vida social, a varonilidade juvenil e o bom ânimo não se acham escravizados à roupagem transitória.
O jovem de hoje, pelas determinações biológicas do Planeta, será o velho de amanhã; e o ancião de agora, pela lei sublime da reencarnação, será o moço do futuro.
Lembramo-nos, porém, de que a Vida é imortal, de que o Espiritismo é escola ascendente de progresso e sublimação, de que o Evangelho é luz eterna, em torno da qual nos cabe dever de estruturar as nossas asas de Sabedoria e de Amor e, num abraço compreensivo de verdadeira fraternidade, no círculo das esperanças, dificuldades e aspirações que nos identificam uns com os outros, continuemos trabalhando.

André Luiz

Entes Amados



ENTES AMADOS
Emmanuel

Tema – No trato com os entes queridos

Referímo-nos aos entes amados como sendo tesouros do coração. Erigem-se na existência, por bênçãos de Deus que nos enriquecem de tranqüilidade e reconforto. São eles pais ou filhos, parentes ou companheiros, irmãos ou amigos que nos entretecem a alegria de viver com o doce magnetismo da afinidade. Para eles voam os nossos melhores pensamentos de carinho e previdência, tolerância e compreensão. Às vezes, supomos encontrar neles as mais nobres criaturas da Terra e, no afã de testemunhar-lhes a confiança e ternura, proclamamos o intento de subtraí-los às dificuldades educativas do mundo, sob o pretexto de livrá-los de sofrimento e tentação. Decerto, semelhante empresa é atenciosamente seguida na Vida Maior pelos instrutores devotados que nos patrocinam a inspiração e a segurança.

A preocupação de prover as necessidades daqueles que estimamos não é tão-somente legítima, é indispensável. E tudo o que pudermos ofertar-lhes em abnegação redundará em sementeira de luz e amor a frutescer, um dia, em amparo e felicidade para nós mesmos.

Habitualmente, contudo, um problema aparece na lavoura afetiva a que nos consagramos: - tranca-se-nos o afeto, em torno das pessoas que a vida nos confiou à dedicação e eis que elas, a pouco e pouco, se transformam em prisioneiras de nossas exigências, sem que venhamos a perceber.

Quando isso acontece, passamos instintivamente a entravar-lhes o passo e a influenciar-lhes, em demasia, o modo de ser. Daí nascem dificuldades e conflitos que é imprescindível saber evitar.

Cada um de nós traz consigo realizações inacabadas, objetivos por atingir, tarefas ou débitos diferentes que, na maioria das ocasiões, não nos permitem a comunhão imediata uns com os outros.

À vista disso, os que desejamos tanto a felicidade das criaturas que se nos fazem extremamente queridas, saibamos respeitar-lhes a independência – o dom da independência que a Lei Divina a todos nos conferiu.

Auxiliemos nosso entes amados a serem eles próprios, com as faculdades que lhes singularizam a alma. Devotemo-nos à construção da felicidade deles, com os mais entranhados sentimentos do coração, mesmo porque as Revelações Divinas nos conclamam incessantemente a amar-nos com entendimento recíproco, mas peçamos a Deus nos ajude a reconhecer-lhes a liberdade, a fim de que escolham os caminhos e experiências que lhes pareçam mais justos à jornada de progresso e elevação, sem que haja cativeiro na vida, nem para eles nem para nós.

Livro Encontro Marcado - Emmanuel, Francisco Cândido Xavier

Casa Espíritual







CASA ESPIRITUAL 
Emmanuel

"Vós, também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual." - Pedro. (I PEDRO, 2:5.)

Cada homem é uma casa espiritual que deve estar, por deliberação e esforço do morador, em contínua modificação para melhor.

Valendo-nos do símbolo, recordamos que existem casas ao abandono, caminhando para a ruína, e outras que se revelam sufocadas pela hera entrelaçada ou transformadas em redutos de seres traiçoeiros e venenosos da sombra; aparecem, de quando em quando, edificações relaxadas, cujos inquilinos jamais se animam a remover o lixo desprezível e observam-se as moradias fantasiosas, que ostentam fachada soberba com indisfarçável desorganização interior, tanto quanto as que se encontram penhoradas por hipotecas de grande vulto, sendo justo acrescentar que são raras as residências completamente livres, em constante renovação para melhor.

O aprendiz do Evangelho precisa, pois, refletir nas palavras de Simão Pedro, porque a lição de Jesus não deve ser tomada apenas como carícia embaladora e, sim, por material de construção e reconstrução da reforma integral da casa íntima.

Muita vez, é imprescindível que os alicerces de nosso santuário interior sejam abalados e renovados.
Cristo não é somente uma figuração filosófica ou religiosa nos altiplanos do pensamento universal.

É também o restaurador da casa espiritual dos homens.

O cristão sem reforma interna dispõe apenas das plantas do serviço.

O discípulo sincero, porém, é o trabalhador devotado que atinge a luz do Senhor, não em benefício de Jesus, mas, sobretudo, em favor de si mesmo.



quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Respiração e Vida




Respiração e Vida

Dentre os atos físicos automáticos que realizamos permanentemente, a respiração é, sem dúvida alguma, o mais importante, pois significa a manutenção normal do nosso organismo somático. A maioria das pessoas não sabe respirar de forma adequada, haurindo o oxigênio do espaço de forma apressada e superficial, sem naturalidade, diminuindo em muito o efeito benéfico que o ar provoca nos nossos pulmões, às vezes até emperrando as vias respiratórias do centro laríngeo que é por exelência, o centro de forças encarregado da assimilação das energias externas necessária ao corpo físico.

Quem respira apressadamente e de forma inconsciente, limitas sem querer o tempo de vida útil aqui na Terra, adquirindo enfermidades de porte pequeno, mas que pertubam o cosmo fisiológico do homem, principalmente na idade avançada quando, por deseducação, não desenvolveu o hábito de respirar corretamente; haurindo o ar a longos haustos, inspirando e expirando com naturalidade, de preferência durante uma boa caminhada pela manhã.

Quando a vida é pontilhada de muitas informações sobre alimentação, respiração, preocupações de efeitos intelectuais e espirituais, todos os nossos recursos humanos são desgastados com muita rapidez, e a respiração sadia e bem condicionada provoca a restauração das energias perdidas em pouco espaço de tempo, saturando as células do corpo físico do melhor tipo de alimentação material que conhecemos, seja aqui na Terra onde vivemos, depois que atravessarmos as águas enigmáitcas do rio da morte.

O estudioso espírita sabe que nós trazemos da outra vida o gráfico exato do tempo de duração de nossa permanência aqui no planeta, mas essa rigorosidade pode ser mudada para mais ou para menos, dependendo, é claro, do desempenho e da luta para acrescentar alguns anos a mais, ou do desleixo, da preguiça e da inércia, permitindo que se suprimam alguns anos da nossa experiência terrestre.

Quando a pessoa, desde criança, na juventude, na maturidade e na velhice, consegue manter o hábito de respirar com equilíbrio, sem pressa e com eficiência, naturalmente terá um prolongamento de sua vida, independente do seu chamado carma, que nunca é fixo, mas trabalha de acordo com o livre-arbítrio de cada um, no processo de livre escolha a que todos os seres humanos estão submetidos.

Quem respira profunda e suavemente consegue captar maior quantidade de oxigênio, energia vital que elimina o gás carbônico e as energias impuras que infestam o nosso organismo somático, além de aumentar a capacidade de resistência do diafragma que, mais conservado, diminui a tensão emocional, retendo apenas as energias purificadoras do organismo físico.

Respirar com equilíbrio faz parte da ecologia e da sensatez. Imaginemos se todas as pessoas respirassem com ansiedade e sem equlíbrio. Certamente isso traria desastres naturais para o planeta, como a alteração do clima, do vento, tempestades e outras calamidades já conhecidas. É, exatamente por isso que devemos ter equilíbrio no respirar e caminhar, sempre integrados com a vida e com a natureza, pois é isso que faz parte de uma visão da própria consciência imortal que, em última análise, é quem julga e direciona nossos passos diante de Deus e dos homens.

Quando respiramos com naturalidade e sem pressa, a parte superior do nosso corpo físico recebe doses fortes de energização e oxigenação, possibilitando uma capacidade mental mais ampla, e na parte inferior do corpo ocorre uma vitalização maior, inclusive nas energias sexuais, dando à pessoa mais agilidade física e mental.

Outro detalhe importante é que, quando respiramos apressadamente, a duração do exercício respiratório é efêmero, enquanto que a respiração lenta e suave tem uma duração mais longa, proporcionando uma sensação gostosa de prazer, dando confiança e coragem, porque confia nas potencialidades do seu organismo físico que, com a prática e desenvolvimento de uma boa respiração, torna-se imune a quase todas as doenças do aparelho respiratório.

Vivemos numa época de grandes conquistas no campo da matéria: moderna e variada tecnologia em muitos setores da vida diária, mas o homem, apressado e aturdido com essa máquina que produz a cada dia mais objetos de consumo, esquece que pertence à natureza em que vive, e o seu próprio corpo físico é um empréstimo feito por ela, e por isso precisa ser conservado e mantido em condições ideais, a fim de servir de instrumento útil ao espírito imortal, esse viajor incansável da eternidade, esse nômade do espaço, esse andarilho do infinito de Deus.

Usar a respiração como técnica de desenvolvimento físico e espiritual é, realmente, uma forma inteligente de crescer e evoluir, resguardando o nosso corpo somático, instrumento divino doado por Deus, com a finalidade de nos ajudar a encontrar o nosso verdadeiro destino, que muitas pessoas acreditam ser aqui no pó da Terra. Mas o nosso destino maior está nas estrelas, e é para lá que vamos um dia se Deus quiser.


QS – Quociente espiritual


Em meados do século XIX, quando Allan Kardec descortinou um mundo novo provando a existência dos Espíritos, o neurocirurgião e antropólogo francês Paul Broca, no mesmo período, iniciou o mapeamento do cérebro, identificando a área responsável pela fala e, a partir daí, as pesquisas científicas se intensificaram, visando desvendar o mecanismo que proporciona o raciocínio.

No ano de 1905, Dr. Alfred Binet criou um teste de avaliação para identificar a inteligência, o que ele chamou de QI (quociente intelectual).

Na década de 1990, Dr. Daniel Goleman comprovou cientificamente outro ângulo do nosso cérebro, o QE (quociente emocional).

E agora, no início do terceiro milênio, Dra. Danah Zohar, física e filósofa, juntamente com Dr. Ian Marshall, psiquiatra e terapeuta, no livro QS – Inteligência Espiritual, comprovam cientificamente o principal elemento impulsionador e gerador de toda a nossa energia, o QS (quociente espiritual – Q de quocient e S de spiritual, sigla em inglês).

A ciência está dividida entre os reducionistas e espiritualistas, entretanto, Dra. Zohar e Dr. Marshall, pesquisando o cérebro em escaneamentos realizados co tomografia de emissão de pósitrons, viram que as áreas se iluminam em todos os casos em que os pacientes participam da discussão de tópicos espirituais ou religiosos.

Esses cientistas, após a certeza da existência do espírito, como energia da vida, afirmaram que nós não somos apenas atividade de tantos neurônios buliçosos, como querem os reducionistas. Dr. Francis Crick, por exemplo, reducionista, um dos cientistas descobridores da estrutura molecular do DNA, no ano de 1953, começou a procurar a consciência a partir dessa época, achando que iria encontrá-la em um ponto qualquer do cérebro. Antes da sua morte, em San Diego, Califórnia, nos EUA, no ano de 2004, veio a declarar para o mundo científico: “A explicação da consciência é um dos grandes problemas da ciência moderna”.

Nesse maravilhoso livro, os autores não só apresentam as últimas descobertas científicas que comprovam a existência e a importância do QS, mas também mostram como avaliá-lo e, assim, alcançar uma vida mais bem-sucedida e feliz: “Seres humanos são essencialmente criaturas espirituais, porque somos impulsionados pela necessidade de fazer perguntas fundamentais ou finais: Por que nasci? Qual o significado da minha vida? Por que devo continuar a lutar quando estou cansado, deprimido, ou me sinto derrotado? O que torna a vida digna de ser vivida?”.

Afirmam também: “A inteligência espiritual é a inteligência da alma. É a inteligência com a qual nos curamos e com a qual nos tornamos um todo íntegro”.

“O QS não mantém nenhuma conexão necessária com religião. Para algumas pessoas, o QS talvez encontre um modo de expressão por meio da religião tradicional. Ser religioso, porém, não garante um alto QS. Numerosos humanistas e ateus possuem um QS muito alto; muitos indivíduos ativa e iradamente religiosos possuem um QS baixíssimo.”

“Ter alto QS implica ser capaz de usar o espiritual para trazer um contexto e um sentido mais amplos que nos permitam uma vida mais rica e mais cheia de sentido, adquirir senso de intereza, finalidade e direção pessoal.”

A crise fundamental do nosso tempo é de natureza espiritual. Diz o grande psiquiatra austríaco Viktor Frankl que a busca do sentido é a principal motivação do homem. O que significa minha vida? O que significa meu trabalho? O que significa a empresa que eu fundei ou o meu local de trabalho? O que significa saber que vou morrer um dia? Por que tomar uma direção e não outra qualquer? O que significa poder escolher?

O suicídio e o alcoolismo estão classificados entre os dez principais causas de morte e são derivados da crise de sentido que destrói o ser humano. Quando o indivíduo se deixa envolver pelos problemas, achando que a vida não tem sentido, a ponto de achar que a morte é a solução, o seu QS está em nível desesperador. O alcoolismo, como fuga, leva o indivíduo a desequilibrar tanto o seu QS que altera o seu gênero de vida, prejudicando-se, e também a todos os que com ele convivem.

Todos passamos por crises de várias naturezas: financeiras, amorosas, de saúde, perda de entes queridos, as quais nos levam a colocar em dúvida todos os valores da existência. As crises são sempre dolorosas, mas são fontes de oportunidade para o desenvolvimento dos valores espirituais que se encontram latentes no Eu transcendental. É o momento oportuno para o crescimento do nosso QS.

Jesus, em sua depedida, no horto do Getsêmani, deixou-nos a orientação final: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação” e os Espíritos Superiores responderam a Allan Kardec, quando ele perguntou se a prece torna o homem melhor, que: “Sim, porquanto aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo. É este um socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade”.

A vigilância e a oração representam as atitudes fundamentais para a evolução humana, na posse do lívre-arbítrio dado por Deus a todos sem distinção. Vigiar é perseverar no bem, tendo bom pensamento, boa palavra e boas ações, a fim de não adquirirmos mais compromissos ante a lei de Deus, e orar é nos colocarmos em conexão com os valores espirituais elevados, onde obteremos o conforto para suportar as dificuldades da vida, aumentando nosso quociente espiritual.

Muita paz!









segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A Semente do Amor



A Semente do Amor



O amor é a semente que bem regada nos proporciona 
a felicidade e a paz.
Regar diariamente o amor em nosso coração, significa 
uma colheita cheia de boas intenções, boas ações 
e boas lições de vida.
Sem o amor não construiremos nada sólido em nossa vida, 
porque tudo que fazemos com amor cresce e torna-se 
solidificado em nosso coração e no coração do outro.
Por isso cuide do amor e o faça crescer em você, 
dê a ele a atenção necessária não esquecendo que todos 
os dias precisa ser regado com muita paciência, 
tolerância e bondade. 
Tenhamos em mente que sem o amor em nossa vida, 
não chegaremos às mudanças necessárias que precisamos 
fazer em nossa existência terrena.
Lembremos que o amor modifica, o amor contamina, o amor 
traz a paz e principalmente o amor traz a união de todos.
Não podemos esquecer de levar conosco onde quer que formos 
o amor para ser doado aos que ainda não o conhecem, 
poderemos fazer isso através do exemplo que deixarmos 
por onde passarmos, assim seremos multiplicadores 
da semente do amor.

Disposição





Disposição



Como anda a tua disposição?
Não fujamos aos desafios da senda. Todos eles servirão para 
o nosso aprimoramento. Cada ser absorve tão somente aquilo 
que está disposto. A cada desafio enfrentado colhemos 
algum ensinamento e nos fortalecemos para o próximo.
Abstenhamos-nos de julgar o esforço do nosso irmão e 
olhemos primeiro para o nosso. O que estamos fazendo? 
O que estamos aprendendo a cada dia e que oportunidades 
estamos deixando passar, deliberadamente, por preguiça, 
por medo ou por simples falta de vontade?
Quando aceitamos um desafio movemos uma poderosa alavanca 
de auxílio a nós mesmos Ajudá-te e o céu te ajudará! 
Porém, o início desse processo pertence a cada um de nós!
Levantemo-nos irmãos e caminhemos em busca de mais luz, 
de mais trabalho, de mais desafios e com certeza 
encontraremos mais Amor e mais Jesus!!
Para viver, para criar, para sobreviver precisamos de disposição. 
Para encarar a cada dia, para fazer a vida acontecer 
precisamos de energia, de vontade de disposição. 

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Alegria dos Outros








Alegria dos Outros


Um jovem, muito inteligente, certa feita se aproximou de Chico Xavier e indagou-lhe:
Chico, eu quero que você formule uma pergunta ao seu guia espiritual, Emmanuel, pois eu necessito muito de orientação.

Eu sinto um vazio enorme dentro do meu coração. O que me falta, meu amigo?

Eu tenho uma profissão que me garante altos rendimentos, uma casa muito confortável, uma família ajustada, o trabalho na Doutrina Espírita como médium, mas sinto que ainda falta alguma coisa.

O que me falta, Chico?

O médium, olhando-o profundamente, ouviu a voz de Emmanuel que lhe respondeu:

Fale a ele, Chico, que o que lhe falta é a “alegria dos outros”! Ele vive sufocado com muitas coisas materiais. É necessário repartir, distribuir para o próximo...

A alegria de repartir com os outros tem um poder superior, que proporciona a alegria de volta àquele que a distribui.

É isto que está lhe fazendo falta, meu filho: a “alegria dos outros”.

* * *

Será que já paramos para refletir que todas as grandes almas que estiveram na Terra, estiveram intimamente ligadas com algum tipo de doação?

Será que já percebemos que a caridade esteve presente na vida de todos esses expoentes, missionários que habitaram o planeta?

Sim, todos os Espíritos elevados trazem como objetivo a alegria dos outros.

Não se refere o termo, obviamente, à alegria passageira do mundo, que se confunde com euforia, com a satisfação de prazeres imediatos.

Não, essa alegria dos outros, mencionada por Emmanuel, é gerada por aqueles que se doam ao próximo, é criada quando o outro percebe que nos importamos com ele.

É quando o coração sorri, de gratidão, sentindo-se amparado por uma força maior, que conta com as mãos carinhosas de todos os homens e mulheres de bem.

Possivelmente, em algum momento, já percebemos como nos faz bem essa alegria dos outros, quando, de alguma forma conseguimos lhes ser úteis, nas pequenas e grandes questões da vida.

Esse júbilo alheio nos preenche o coração de uma forma indescritível. Não conseguimos narrar, não conseguimos colocar em palavras o que se passa em nossa alma, quando nos invade uma certa paz de consciência por termos feito o bem, de alguma maneira.

É a Lei maior de amor, a Lei soberana do Universo, que da varanda de nossa consciência exala seu perfume inigualável de felicidade.

Toda vez que levamos alegria aos outros a consciência nos abraça, feliz e exuberante, segredando, ao pé de ouvido: É este o caminho... Continue...

* * *

Sejamos nós os que carreguemos sempre o amor nas mãos, distribuindo-o pelo caminho como quem semeia as árvores que nos farão sombra nos dias difíceis e escaldantes.

Sejamos os que carreguemos o amor nos olhos, desejando o bem a todos que passam por nós, purificando a atmosfera tão pesada dos dias de violência atuais.

E lembremos: a alegria dos outros construirá a nossa felicidade.

Redação do Momento Espírita, com base em relato sobre episódio da vida de Francisco Cândido Xavieria

Apontamentos cristãos







Apontamentos cristãos


O Espírito André Luiz, autor da obra Nosso lar, escreveu uma mensagem intitulada Apontamentos cristãos, e nos adverte:
Não te encolerizes.
O punhal da nossa ira alcança-nos a própria saúde, impondo-nos o vírus da enfermidade.
Não critiques.
A lâmina de nossa reprovação volta-se, invariavelmente, contra nós, expondo-nos as próprias deficiências.
Não comentes o mal do próximo.
O lodo da maledicência vai se derramar sobre os nossos passos, enodoando-nos o caminho.
Não apedrejes.
Os calhaus da nossa violência de hoje tomarão amanhã, por alvo, a nossa própria cabeça.
Não desesperes.
O raio de nossa inconformação aniquilará a sementeira de nossos melhores sonhos.
Não perturbes.
O ruído de nossa dissensão irá desorientar nosso próprio raciocínio.
Não escarneças.
O fel de nosso sarcasmo azedará o vinho da alegria no vaso de nosso coração, envenenando-nos a existência.
Não escravizes.
As algemas do nosso egoísmo irá nos aprisionar no cárcere da loucura.
Não odeies.
A labareda de nosso ódio irá incendiar nosso próprio destino.
Não firas.
O golpe da nossa crueldade, brandido na direção dos outros, retornará a nós mesmos, inevitavelmente, fazendo chagas de dor e aflição no corpo de nossa vida.
* * *
A Lei de Causa e Efeito rege o Universo todo.
Tanto o mundo material como o espiritual estão sujeitos ao seu funcionamento perfeito e constante.
Sabendo disso, o homem inteligente descobre a possibilidade de gerar causas positivas, através de escolhas, de ações e de pensamentos.
Todas elas, inevitavelmente, irão gerar consequências ou efeitos, igualmente felizes.
O Universo, por ser bom em sua essência, possui esses mecanismos de incentivo ao bem, trazendo sempre uma porção de felicidade a quem semeia felicidade.
Por isso, possui mecanismos de alerta e correção. Quando um caminho infeliz é escolhido, reconduz, de outra forma, cada um de nós, à trilha mais segura e mais certa.
Aquele que descobre o quanto faz bem semear o amor, a fraternidade, dificilmente volta a escolher caminhos desacertados.
Aquele que consegue ouvir a voz da consciência a dizer: Muito bem! É este o caminho! Jamais esquece esta alegria, jamais se sente o mesmo.
Semear amor para colher felicidade. É esta a semeadura da nova era. Eis como a Lei de Causa e Efeito ajudará na conquista de nossa ventura maior.
Experimente isso em sua vida agora, e perceba os resultados valorosos imediatamente.


Redação do Momento Espírita com base no cap. 34, do livro Vozes do grande Além, por diversos Espíritos, psicografia de Francisco Cândido Xavier

Nos Momentos Graves









Nos Momentos Graves


Use calma. A vida pode ser um bom estado de luta, mas o estado de guerra nunca uma vida boa.
Não delibere apressadamente. As circunstâncias, filhas dos Desígnios Superiores modificam-nos a experiência, de minuto a minuto.
Evite lágrimas inoportunas. O pranto pode complicar os enigmas ao invés de resolvê-los.
Se você errou desastradamente, não se precipite no desespero.
O reerguimento é a melhor medida para aquele que cai.
Tenha paciência. Se você não chega a dominar-se, debalde buscará o entendimento de quem não o compreende ainda.
Se a questão é excessivamente complexa, espere mais um dia ou mais uma semana, a fim de solucioná-la. O tempo não passa em vão.
A pretexto de defender alguém, não penetre o círculo barulhento.
Há pessoas que fazem muito ruído por simples questão de gosto.
Seja comedido nas resoluções e atitudes. Nos instantes graves, nossa realidade espiritual é mais visível.
Em qualquer apreciação, alusiva a segundas e terceiras pessoas, tenha cuidado. Em outras ocasiões, outras pessoas serão chamadas a fim de se referirem a você.
Em hora alguma proclame seus méritos individuais, porque qualquer qualidade excelente é muito problemática no quadro de nossas aquisições. Lembre-se de que a virtude não é uma voz que fala e, sim, um poder que irradia.

Agenda Cristã
Francisco Cândido Xavier
pelo Espírito André Luiz

Não Somente









“Nem só de pão vive o homem.” – Jesus. (Mateus, 4:4.)

Não somente agasalho que proteja o corpo, mas também o refúgio de conhecimentos superiores que fortaleçam a alma.
Não só a beleza da máscara fisionômica, mas igualmente a formosura e nobreza dos sentimentos.
Não apenas a eugenia que aprimora os músculos, mas também a educação que aperfeiçoa as maneiras.
Não somente a cirurgia que extirpa o defeito orgânico, mas igualmente o esforço próprio que anula o defeito íntimo.
Não só o domicílio confortável para a vida física, mas também a casa invisível dos princípios edificantes em que o espírito se faça útil, estimado e respeitável.
Não apenas os títulos honrosos que ilustram a personalidade transitória, mas igualmente as virtudes comprovadas, na luta objetiva, que enriqueçam a consciência eterna.
Não somente claridade para os olhos mortais, mas também luz divina para o entendimento imperecível.
Não só aspecto agradável, mas igualmente utilidade viva.
Não apenas flores, mas também frutos. Não somente ensino continuado, mas igualmente demonstração ativa.
Não só teoria excelente, mas também prática santificante.
Não apenas nós, mas igualmente os outros.
Disse o Mestre: – “Nem só de pão vive o homem.”
Apliquemos o sublime conceito ao imenso campo do mundo.
Bom gosto, harmonia e dignidade na vida exterior constituem dever, mas não nos esqueçamos da pureza, da elevação e dos recursos sublimes da vida interior, com que nos dirigimos para a Eternidade.

Francisco Cândido Xavier
“Fonte Viva”(Interpretação dos Textos Evangélicos)
Pelo Espírito Emmanuel

Ame a Tua Casa‏







Ame a Tua Casa‏

Não te irrites.
Mantenha a serenidade e a cordialidade no lar, para que o ambiente doméstico opere por luz pacificadora na sociedade tumultuada em que vives.
Se não tens luz no lar, como queres dissipar a escuridão do mundo em conflito?
Compenetra-te de que o lar é célula da humanidade.
Se adoece, compromete fatalmente a saúde do mundo.
Aceita o teu lar por ponto de encontro de almas que aí se reúnem com o fim de se ajustar a se ajudar mutuamente na reparação do passado de erros e na construção de um presente de amor com vistas a um futuro de justas alegrias.
Não transformes, pois, o teu ninho familiar em caldeirão explosivo, nem em praça de desabafo das infelicitações que te alcançam lá fora, nas tuas relações com o mundo que te examina a toda hora os níveis de progresso que já alcançaste na escola da vida.
Preserva o teu ninho doméstico das intempéries do tempo, para que se mantenha incólume ante a borrasca da violência expressa nas mais diferentes formas dos males que assolam o mundo.
Lembra-te de que ele poderá rolar desfeito do galho da árvore do amor, se não estiver bem amarrado pelos cipós da compreensão e da solidariedade.
Contém os impulsos do personalismo que não conseguiste ainda abrandar e poda o quanto antes os brotos das viciações que ameaçam a segurança e a paz do teu ninho.
As leis do dever te cobrarão o eventual descaso ou te premiarão pelo zelo à família que assumiste um dia sob contrato de amor.
E quem ama verdadeiramente tudo faz para tornar feliz o objeto do seu amor.
Ama a tua casa, e o mundo se transformará no recanto de paz que tanto almejas e apregoas.


Obsessão: profilaxia e terapêutica



Obsessão: profilaxia e terapêutica



I - Como podemos neutralizar a influência dos Espíritos de natureza inferior?

1. Neutralizar a influência dos Espíritos de natureza inferior equivale a prevenir a obsessão. Aliás, o vocábulo profilaxia tem exatamente esse significado, ou seja, a prevenção de doenças ou o emprego de meios que as possam evitar.

2. Para tanto é necessário, conforme ensina a questão 469 d´O Livro dos Espíritos, fazer o bem e colocar toda a nossa confiança em Deus. “Guardai-vos – acrescentou o benfeitor espiritual que respondeu referida questão – de atender às sugestões dos Espíritos que vos suscitam os maus pensamentos, que sopram a discórdia entre vós outros e que vos insuflam as paixões más. Desconfiai, especialmente, dos que vos exaltam o orgulho, pois que esses vos assaltam pelo ladro fraco.”

3. A obsessão – como já vimos em estudos anteriores – decorre sempre de uma imperfeição moral que favorece a ação do obsessor, que se vale então da sintonia que a imperfeição de um propicia ao outro. Deriva daí, para o obsidiado, a necessidade de trabalhar para melhorar a si próprio, o que muitas vezes é suficiente para livrá-lo do obsessor, sem necessidade de socorro externo.

4. Evidentemente esse socorro torna-se necessário quando a obsessão progride para a subjugação ou a possessão, porque nesses casos o obsidiado perde a vontade e a capacidade de fazer uso do livre-arbítrio.

II - O passe magnético é importante no tratamento da obsessão?

5. Nos casos graves de obsessão, ensina Kardec, o obsidiado fica como que envolto e impregnado de um fluido pernicioso do qual tem dificuldade de desembaraçar-se. Faz-se então necessária a atuação de um fluido bom, capaz de neutralizar o mau fluido, o que pode ser obtido por meio da terapêutica do passe magnético.

6. O passe magnético, observa André Luiz, como gênero de auxílio sem qualquer contra-indicação, é sempre valioso no tratamento ministrado aos enfermos de qualquer classe. Obsessor e obsidiado são enfermos da alma e por isso beneficiam-se muito com o passe. Dificilmente, porém, basta uma ação mecânica para que o mal seja debelado: será preciso atuar sobre o ser inteligente causador da obsessão, ao qual devemos falar com autoridade.

7. Essa autoridade, não a possui quem não tenha superioridade moral, que decorre do aprimoramento moral do socorrista. Quanto maior o aprimoramento moral, maior a autoridade. Mas isso ainda não é tudo: para assegurar a extinção do processo obsessivo, é indispensável que o obsessor seja, por meio de instruções habilmente ministradas, convencido a renunciar aos seus desígnios, a perdoar e a desejar o bem, arrependendo-se dos prejuízos causados à sua vítima.

III - Quando a tarefa desobsessiva se torna mais fácil?

8. O trabalho torna-se mais fácil quando o obsidiado, compreendendo a situação, procura auxiliar com sua vontade e com suas preces a tarefa em curso. Se, porém, ele não fizer a parte que lhe cabe no processo, as dificuldades do tratamento serão muito grandes, sobretudo se ele se ilude com as qualidades do seu obsessor e se compraz no erro a que foi conduzido.

IV - A prece é um recurso importante na terapia desobsessiva?

9. Em todos os casos de obsessão, a prece é e será sempre o mais poderoso meio de que dispomos para demover o obsessor dos seus propósitos maléficos.

10. Em todos eles, também, a prática do amor e da caridade constitui outro recurso valioso, porque somente o amor, tal como nos foi ensinado e exemplificado por Jesus, conseguirá harmonizar indivíduos que se odeiam, pondo fim às idéias de vingança, às perseguições e aos sofrimentos daí decorrentes.
V - Quais são os principais recursos espíritas que podemos utilizar no tratamento da obsessão?

11. Não é difícil, portanto, perceber como os ensinamentos evangélicos nos fornecem excelente contribuição à terapêutica da obsessão, cujos passos podemos sintetizar nos itens que se seguem:

• Conscientização, por parte do obsidiado e de seus familiares, de que a paciência é fator essencial no tratamento e que as imperfeições morais do obsidiado constituem o maior obstáculo à sua cura
• Fluidoterapia (passes magnéticos, radiações e água magnetizada)
• Prece e vigilância permanente
• Laborterapia
• Renovação das idéias através da boa leitura, de palestras e da conversação elevada
• Culto evangélico no lar
• Doutrinação do Espírito obsessor, em grupos mediúnicos especializados, em cujas reuniões a presença do enfermo não é necessária e pode até mesmo lhe ser prejudicial.

Bibliografia:

O Livro dos Espíritos,de Allan Kardec, questões 459 a 469.
A Gênese, de Allan Kardec, cap. XIV, item 46.
Obsessão/Desobsessão,de Suely Caldas Schubert, pp. 87 a 122.
Sementeira de Fraternidade, obra psicografada por Divaldo P. Franco, pp. 30 a 41.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

A Influência dos Espíritos








A Influência dos Espíritos



Será que os espíritos podem nos influenciar? Podemos evitar esta influência? Nem todos os espíritas compreendem a importância deste assunto e da sua conseqüência prática na vida de cada um de nós. Neste artigo, procurei separar os principais argumentos de Allan Kardec e também de respostas dos espíritos superiores sobre o assunto, então vamos lá:
“Nossa alma, que afinal de contas não é mais que um Espírito encarnado, não deixa por isso de ser um Espírito. Se revestiu momentaneamente de um envoltório material, suas relações com o mundo incorpóreo, embora menos fáceis do que quando no estado de liberdade, nem por isto são interrompidas de modo absoluto; o pensamento é o laço que nos une aos Espíritos, e pelo pensamento atraímos os que simpatizam com as nossas idéias e inclinações.”
Todos nós somos espíritos, quer estejamos encarnado, quer desencarnado, o que difere os encarnados dos desencarnados é que os espíritos encarnados estão ligados a um corpo físico. Portanto nós que estamos no momento encarnados temos um veículo de comunicação com o mundo espiritual, e este veículo é o pensamento, e o pensamento é uma forma de comunicação e de atrairmos a presença de bons ou maus espíritos de acordo com a qualidade dos nossos pensamentos.
“É preciso não perder de vista que os Espíritos constituem todo um mundo, toda uma população que enche o espaço; circula ao nosso lado, mistura-se em tudo quanto fazemos. Se viesse a levantar o véu que no-los oculta, vê-los-íamos em redor de nós, indo e vindo, seguindo-nos, ou nos evitando, segundo o grau de simpatia; uns indiferentes, verdadeiros vagabundos do mundo oculto, outros muito ocupados, quer consigo mesmos, que com os homens aos quais se ligam, com um propósito mais o menos louvável, segundo as qualidades que os distinguem. Numa palavra, veríamos uma réplica do gênero humano; com suas boas e más qualidades, com suas virtudes e seus vícios. Esse acompanhamento, ao qual não podemos escapar, porque não há recanto bastante oculto para se tornar inacessível aos Espíritos, exerce sobre nós, malgrado nosso, uma influência permanente. Uns nos impelem para o bem, outros para o mal; muitas vezes as nossas determinações são resultado de sua sugestão; felizes de nós, quando temos juízo bastante para discernir o bom e o mau caminho por onde nos procuram arrastar.”
“Sendo a Terra um mundo inferior, isto é, pouco adiantado, resulta que a imensa maioria dos Espíritos que a povoam, tanto no estado errante, quanto encarnados, deve compor-se de Espíritos imperfeitos, que fazem mais mal que bem. Daí a predominância do mal na Terra. Ora, sendo a Terra, ao mesmo tempo, um mundo de expiação, é o contato do mal que torna os homens infelizes, pois se todos os homens fossem bons, todos seriam felizes. É um estado ainda não alcançado por nosso globo; e é para tal estado que Deus quer conduzi-lo. Todas as tribulações aqui experimentadas pelos homens de bem, quer da parte dos homens, quer da dos Espíritos, são conseqüências deste estado de inferioridade. Poder-se-ia dizer que a Terra é a Botany-Bay dos mundos: aí se encontram a selvageria primitiva e a civilização, a criminalidade e a expiação.”
“Os Espíritos que nos cercam não são passivos: formam uma população essencialmente inquieta, que pensa e age sem cessar, que nos influencia, malgrado nosso, que nos deita e nos dissuade, que nos impulsiona para o bem ou para o mal, o que não nos tira o livre arbítrio mais do que os bons ou maus conselhos que recebemos de nossos semelhantes. Entretanto, quando os Espíritos imperfeitos solicitam alguém a fazer uma coisa má, sabem muito bem a quem se dirigem e não vão perder o tempo onde vêem que serão mal recebidos; eles nos excitam conforme as nossas inclinações ou conforme os germens que em nós vêem e segundo as nossas disposições para os escutar. Eis por que o homem firme nos princípios do bem não lhes dá oportunidade.”
“É, pois, necessário imaginar-se o mundo invisível como formando uma população inumerável, compacta, por assim dizer, envolvendo a Terra e se agitando no espaço. É uma espécie de atmosfera moral, da qual os Espíritos encarnados ocupam a parte inferior, onde se agitam como num vaso. Ora, assim como o ar das partes baixas é pesado e malsão, esse ar moral é também malsão, porque corrompido dos Espíritos impuros. Para resistir a isso são necessários temperamentos morais dotados de grande vigor.”
Nunca estamos sozinhos em nenhum momento sequer e em qualquer lugar do Universo, portanto ao nosso redor sempre há espíritos a nos espiar, alguns deles nos incentivam ao bem, outros ao mal, dependendo da evolução moral e intelectual de cada um. Nosso planeta por se encontrar na segunda categoria dos mundos habitados, a predominância é de encontrarmos aqui os maus espíritos, e é por causa disso,que nosso mundo está sujeito a tantas infelicidades, a sofrimentos e dores. Concluímos então que a influência dos espíritos maus são em maior grau do que a dos espíritos bons.
E essa influência espiritual, quer queiramos ou não elas ocorrem e não há forma de evitar. O que devemos fazer é discernir os bons conselhos dos maus, e escolher da melhor forma possível. Se estamos em dúvida sobre se é bom ou não os nossos pensamentos, basta nos colocarmos no lugar do próximo, se gostarmos que alguém nos faça tal coisa, é porque é bom faze-la aos outros. Os espíritos ignorantes e maus também sabem onde se encontram nossos defeitos e nos excitam a estas paixões. Por isso é tão difícil se largar de um vício grosseiro, como cigarro, álcool e drogas, assim como também os vícios morais, como desonestidade, adultério, agressividade e tantos outros, porque além da nossa vontade em praticar estes hábitos, estes vícios, juntam-se também a influência dos espíritos. Apesar disso, a culpa principal sempre recairá sobre nós, porque temos o livre arbítrio de aceitar ou não, e se o fizermos é porque queremos fazer.
P. Os Espíritos influem sobre os nossos pensamentos e as nossa ações?R. - Nesse sentido a sua influência é maior do que supondes, porque muito freqüentemente são eles que vos dirigem. (Pergunta 459 do Livro dos Espíritos)
Por causa desta resposta, Kardec chegou a conclusão de que todos nós somos mais ou menos médiuns naturais, e todos nós somos de uma forma ou de outra influenciados pelos espíritos, ao bem ou ao mal, de acordo com a nosso índole e de acordo com a nossa vontade.
“As imperfeições morais dão acesso aos Espíritos obsessores, e de que o meio mais seguro de livrar-se deles é atrair os bons pela prática do bem. Os Espíritos bons são naturalmente mais poderosos que os maus e basta a sua vontade para os afastar, mas assistem apenas àqueles que os ajudam, por meio dos esforços que fazem para se melhorarem. Do contrário se afastam e deixam o campo livre para os maus Espíritos, que se transformam assim em instrumentos de punição, pois os bons os deixam agir com esse fim”. – Livro dos Médiuns
“A comunhão de pensamentos e de sentimentos para o bem é, assim, uma condição de primeira necessidade e não é possível encontrá-la num meio heterogêneo, onde tivessem acesso as paixões inferiores como o orgulho, a inveja e o ciúme, as quais sempre se revelam pela malevolência e pela acrimônia de linguagem, por mais espesso que seja o véu com que se procure cobri-las. Eis o abecê da Ciência Espírita. Se quisermos fechar a porta desse recinto aos maus Espíritos, comecemos por lhes fechar a porta de nossos corações e evitemos tudo quanto lhes possa conferir poder sobre nós. Se algum dia a Sociedade se tornasse joguete dos Espíritos enganadores, é que a ela teriam sido atraídos. Por quem? Por aqueles nos quais eles encontram eco, pois vão aonde são escutados. É conhecido o provérbio: Dize-me com quem andas, dir-te-ei quem és. Podemos parodiá-lo em relação aos nossos Espíritos simpáticos, dizendo: Dize-me o que pensas, dir-te-ei com quem andas.”
“O meio mais poderoso de combater a influência dos Espíritos maus é aproximar-se o mais possível da natureza dos bons.”
Kardec nesta afirmação diz categoricamente que se temos afinidade com espíritos ignorantes e maus a culpa é única e exclusivamente nossa, porque pensamos e por conseqüência vibramos uma energia que atrai os espíritos afins. Se quisermos atrair bons espíritos ao nosso redor, devemos começar pela nossa transformação moral, nos educar, nos esforçar na prática do bem e também dominando as nossas más inclinações. Temos que ter em mente qual é a nossa qualidade mental, em que pensamos e em que obramos, se forem maus, contrários a caridade e aos ensinos do Evangelho, devemos o quanto antes nos reformarmos, pois estamos indo no caminho errado.
P. Os Espíritos que desejam incitar-nos ao mal limitam-se a aproveitar as circunstâncias em que nos encontramos ou podem criar esses tipos de circunstâncias? R. - Eles aproveitam a circunstância, mas freqüentemente a provocam, empurrando-vos sem o perceberdes para o objeto da vossa ambição.Assim, por exemplo, um homem encontra no seu caminho uma certa quantia: não acrediteis que foram os Espíritos que puseram o dinheiro ali, mas eles podem dar ao homem o pensamento de se dirigir naquela direção, e então lhe sugerem apoderar-se dele, enquanto outros lhe sugerem devolver o dinheiro ao dono. Acontece o mesmo em todas as outras tentações. - (Pergunta 472 do Livro dos Espíritos)
“Dizer que Espíritos levianos jamais deslizaram entre nós, para encobrirmos qualquer ponto vulnerável de nossa parte, seria uma presunção de perfeição. Os Espíritos superiores chegaram mesmo a permiti-lo, a fim de experimentar a nossa perspicácia e o nosso zelo na pesquisa da verdade. Entretanto, o nosso raciocínio deve pôr-nos em guarda contra as ciladas que nos podem ser armadas e em todos os casos dá-nos os meios de evitá-los.”
Muitas pessoas pensam que por freqüentar um bom Centro Espírita ou se alguém se julga ser uma pessoa “boa”, elas estão livres das influências dos espíritos maus, o que não é verdade, pois mesmo Jesus sendo um espírito puro também foi tentado quanto esteve encarnado entre nós. E se o Mestre o foi, quem de nós pode dizer-se livre das influências dos maus espíritos? Devemos ter isso sempre em mente, para ficarmos sempre alerta. Não foi a toa que Jesus disse: “Orai e vigiai para que não caie em tentação!”.
P. Por que meio se pode neutralizar a influência dos maus Espíritos? R. - Fazendo o bem e colocando toda a vossa confiança em Deus, repelis a influência dos Espíritos inferiores e destruis o império que desejam ter sobre vós. Guardai-vos de escutaras sugestões dos Espíritos que suscitem em vós os maus pensamentos, que insuflam a discórdia e excitam em vós todas as más paixões. Desconfiai sobretudo dos que exaltam o vosso orgulho, porque eles vos atacam na vossa fraqueza. Eis porque Jesus vos faz dizer na oração dominical: "Senhor, não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal!" -(Pergunta 469 do Livro dos Espíritos)
“Os mais perigosos inimigos da Sociedade não são os de fora: podemos fechar-lhes as portas e os ouvidos.Os mais temíveis são os inimigos invisíveis, que aqui poderiam introduzir-se malgrado nosso. Cabe-nos provar-lhes, como já o temos feito, que perderiam o tempo se tentassem impor-se a nós. Sabemos que a sua tática é procurar semear a desunião, lançar o facho da discórdia, inspirar a inveja, a desconfiança e as susceptibilidades pueris, que geram a desafeição.”
Muitos espíritas pensam que nossos maiores adversários são os de fora, os religiosos de outras crenças, enganam-se, quem pensa assim, pois Kardec afirmou que os maiores inimigos são os de dentro. E quem são os inimigos? São irmãos nossos que trabalham conosco e que por invigilância, por não se esforçarem em reformar-se moralmente ou pelo orgulho. São presas fáceis para os espíritos trevosos que os levam a obsessão, e muitas delas graves, como a fascinação. São estes irmãos que levam as vezes um grupo inteiro ao desequilíbrio, a desunião, a discórdia. Devemos ficar sempre atentos numa sociedade para que quando ocorrer, tratemos o mal enquanto é tempo, sem causar um prejuízo maior ao trabalho e a união do grupo. Os grupos sérios devem der normas de segurança, ter um controle, para afastar irmãos enfermos dos trabalhos práticos e encaminhá-los ao tratamento espiritual. Sabemos que toda e qualquer obsessão é causada pelas falhas morais, que são a porta de entrada de espíritos obsessores no nosso psiquismo. Toda a cautela pois é necessária, e é claro do esforço em nos corrigirmos moralmente.
“Uma reunião é um ser coletivo cujas qualidades e propriedades são a soma de todas as dos seus membros, formando uma espécie de feixe. Ora, esse feixe será tanto mais forte quanto mais homogêneo.”
Esse é outro fator que muitos espíritas não levam em conta. Toda reunião, seja ela pública, seja coletiva, é formada por uma corrente de pensamento, um feixe de varas, conforme definiu Allan Kardec. Esta corrente de pensamento é somada por todos os participantes encarnados e desencarnados do ambiente. Por exemplo, em uma reunião mediúnica, só podem participar delas, aqueles irmãos devidamente preparados, que tenham conhecimento doutrinário, seriedade, que estejam imbuídos do mesmo objetivo e que cada um dos membros procure ser uma pessoa que constantemente se esforce em melhorar-se. Pois quanto melhores forem os membros, melhores serão as condições fluídicas da reunião. É por isso que as reuniões mediúnicas não são abertas ao público e também não são admitidas nela qualquer trabalhador que não tenha as condições mínimas exigidas para este trabalho prático.
Chego ao final deste estudo e a seguinte conclusão: Devemos priorizar a nossa Reforma Moral, tornarmos criaturas melhores, sabendo que temos responsabilidades perante o próximo, e que cabe a nós amá-los e ajuda-los em todos os momentos da nossa vida. Se nos tornarmos em pessoas melhores, menos seremos sujeitos a influências de espíritos ignorantes e teremos uma vida mais sadia em todos os aspectos. Só podemos ser pessoas melhores conhecendo as Leis de Deus, nos esforçando em domar nossas más inclinações e amando a Deus e ao nosso próximo. E lembrando de duas coisas que Jesus nos ensinou sobre as influências espirituais, uma na prece do “Pai Nosso” ele disse: “Não nos deixe cair em tentação, mas livrai-nos do mal”, ou seja sempre pedir a Deus que nos livre das tentações(influências) e a Segunda, o orar e vigiar, hábito que deve ser constante de todo aquele que se julga Cristão para que não caiamos em tentação!

sábado, 8 de setembro de 2012

A Cura Própria








A Cura Própria

Cura a catarata e a conjuntivite, mas corrige
a visão espiritual de teus olhos.
Defende-te contra a surdez; entretanto
retifica o teu modo de registrar
as vozes e solicitações variadas
que te procuram.
Medica a arritmia e a dispnéia; contudo
não entregues o coração á impulsividade
arrasadora. Combate a neurastenia e
o esgotamento; no entanto cuida
de reajustar as emoções e tendências.
Persegue a gastralgia, mas educa
teus apetites á mesa.
Melhora as condições do sangue; todavia
não o sobrecarregues com os resíduos
de prazeres inferiores.
Guerreia a hepatite; entretanto livra
o fígado dos excessos em que te comprazes. Remove os perigos da uremia; contudo
não sufoques os rins com venenos de taças brilhantes. Desloca o reumatismo dos
membros, reparando, porém,
o que fazes com teus pés, braços e mãos.
Sana os desacertos cerebrais que te
ameaçam; todavia aprende
a guardar a mente no idealismo superior
e nos atos nobres.
Consagra-te á própria cura, mas não
esqueças a pregação do Reino Divino
aos teus órgãos. eles são vivos e educáveis.
Sem que teu pensamento se purifique
e sem que a tua vontade
comande o barco do organismo para o bem,
a intervenção dos remédios humanos não
passará de medida em trânsito
para a inutilidade.


***Emmanuel***

As crianças








As crianças

Levantará o homem o próprio ninho à plena
altura, estagiando no tope dos gigantescos
edifícios de cimento armado...
Escalará o fastigio da ciência, povoando o
espaço de ondas múltiplas, incessantemente convertidas em mensagens de som e cor.
Voará em palácios aéreos, cruzando os céus
com a rapidez do raio...
Elevar-se-á sobre torres poderosas,
estudando a natureza e movimento dos
astros... Erguer-se-á, vitorioso, ao cimo da
cultura intelectual, especulando sobre a
essência do Universo...
Entretanto, se não descer, repleto de amor,
para auxiliar a criança, no chão do mundo,
debalde esperará pela humanidade melhor.
Na infância, surge, renovado, o germe da
perfeição, tanto quanto na alvorada
recomeça o fulgor do dia.
Estende os braços generosos e ampara os
pequeninos que te rodeiam.
Livra-os, hoje, da ignorância e da penúria,
da preguiça e da crueldade, para que, amanhã,
saibam livrar-se do crime e do sofrimento.
Filha de tua carne ou rebento do lar alheio,
cada criança é vida de tua vida.
Aprende a descer para ajudá-la, como
Jesus desceu até nós para redimir-nos.
Sem a recuperação da infância para a glória
do bem, todo o progresso humano continuará oscilando nos espinheiros da ilusão e do mal.
Não duvides que, ao pé de cada berço,
Deus nos permite encontrar o próprio futuro,
de nós depende fazê-lo trilho perigoso para
a descida à sombra ou estrada sublime
para ascensão à luz.

***Emmanuel ***

Deus




Deus

Passei tanto tempo te procurando
Não sabia onde estavas
Olhava para o infinito, não te via
E pensava comigo mesmo, será que Tu existes?
Não me contentava na busca e prosseguia
Tentava Te encontrar nas religiões e nos templos
Tu também não estavas
Te busquei através dos sacerdotes e pastores
Também não Te encontrei
Senti-me só, vazio, desesperado e descri
E na descrença Te ofendi
E na ofensa tropecei
E no tropeço cai
E na queda senti-me fraco
Fraco procurei socorro
No socorro encontrei amigos
Nos amigos encontrei carinho
No carinho eu vi nascer o amor
Com amor eu vi nascer um mundo novo
E no mundo eu resolvi viver
O que recebi resolvi doar
Doando alguma coisa muito recebi
E em recebendo senti-me feliz
E ao ser feliz, encontrei a paz
E tendo paz foi que enxerguei
Que dentro de mim é que Tu estava!
E sem procurar-Te
Foi que Te encontrei.

Abolição do mal







Abolição do mal

Quem se refere à perseguições e calunias,
rixas e desgostos, na maior parte das
circunstâncias, está destacando a influência
do mal. Quantos milhares de caminhos,
entretanto, para equilíbrio e restauração,
alegria e esperança se todos nos empenhássemos
a extinguir impressões negativas no nascedouro!
Determinado amigo terá incorrido no erro de que
o acusam, todavia se nos afastamos da censura
que o envolve, anotando-lhe unicamente as
qualidades nobres de filho de Deus, com
possibilidades de recuperação iguais às nossas,
mais depressa se verá liberto da inquietação
na sombra para adquirir a tranqüilidade de
consciência. Certo acontecimento menos feliz
haverá sido indiscutivelmente um desastre
social, no entanto, se nos abstemos de
comentá-lo nos aspectos destrutivos, teremos
cooperado para que se lhe pulverizem os
destroços morais, sem piores conseqüências.
Aquela injúria assacada contra nós efetivamente
nos haverá queimado as entranhas do Ser,
entretanto desaparecerá nas correntes profundas
do tempo, se nos consagrarmos a olvida-lo, sem
comunicar-lhe o fogo devorador aos entes
queridos, através de alegações menos edificantes.
Essa confidência amarga ter-nos-á atingido o
coração, por farpa invisível, mas não ferirão
outros, se nos dispusermos a esquece-la.
Reflitamos na contribuição da paz a que
todos somos chamados e para a qual todos
somos capazes com segurança e eficiência.
Para começar, porém, de maneira substanciosa
e definitiva, é preciso que o mal cesse de agir,
tão logo nos alcance, encontrando em cada
um de nós uma estação terminal das trevas.

***Emmanuel***

domingo, 6 de maio de 2012

Reencarnação e Carma






"Lei de Ação e Reação ou Lei do Carma: tudo de bom ou ruim que você fizer hoje, algo de força equivalente amanhã irá lhe beneficiar ou prejudicar, seja nesta ou em outra vida. "A cada um será dado de acordo com suas obras." Não existe escapatória ou subterfúgios perante as Leis de Deus. Existe, sim, uma possível abreviação do carma. Através da prática do bem e da caridade, um espírito pode alterar ou diminuir sua dívida cármica." (glossário portal Plenus).

Cada consciência é uma criação de Deus e cada existência é um elo sagrado na corrente da vida em que Deus palpita e se manifesta. Responderemos por todos os golpes destrutivos que vibramos nos corações alheios e não nos permitiremos repouso enquanto não consertarmos, valorosos, o serviço de reajuste.

Aquele que progrediu moralmente traz, ao renascer, qualidades naturais, como o que progrediu intelectualmente traz idéias inatas; identificado com o bem, pratica-o sem esforço, sem cálculo e, por assim dizer, sem pensar. Aquele que é obrigado a combater as suas más tendências vive ainda em luta. O primeiro já venceu, o segundo procura vencer. Existe, pois, a virtude original, como existe o saber original, e o pecado ou, antes, o vício original.

Conforme os princípios de causa e efeito que nos traçam a lei da reencarnação, cada qual de nós traz consigo a soma de tudo o que já fez de si, com a obrigação de subtrair os males que tenhamos colecionado até a completa extinção, multiplicando os bens que já possuamos, para dividi-los com os outros, na construção da felicidade geral.

Encetando, pois, a sua iniciação no plano espiritual, de consciência desperta e responsável, o homem começa a penetrar na essência da lei de causa e efeito, encontrando em si mesmo os resultados eliecedores ou deprimentes das próprias ações.

Quando dilacerado e desditoso, grita a própria aflição, ao longo dos largos continentes do Espaço Cósmico, reunindo-se a outros culpados do mesmo jaez, com os quais permuta os quadros inquietantes da imaginação em desvario, tecendo, com o plasma sutil do pensamento contínuo e atormentado, as telas infernais em que as conseqüências de suas faltas se desenvolvem, mediante as profundas e estranhas fecundações de loucura e sofrimento que antecedem as reencarnações reparadoras; contudo, é também aí que começa, sobrepairando o inferno e o purgatório do remorso e da crueldade, da rebelião e da delinqüência, o sublime apostolado dos seres que se colocam em harmonia com as Leis Divinas, almas elevadas e heróicas que, em se agrupando intimamente, tocadas de compaixão pelos laços que deixaram no mundo físico, iniciam, com a inspiração das Potências Angélicas, o serviço de abnegação e renúncia, com que a glória e a divindade do amor edificam o império do Sumo Bem, no chamado Céu, de onde vertem mais ampla luz sobre a noite dos homens.

Indiscutivelmente, tanta dor reunida nas regiões de espíritos sofredores não seria justa se não viesse de quantos preferiram no mundo o trato diário com a injustiça. Não é claro, porém, que todos venhamos a colher o fruto da plantação que nos pertence? Na mesma leira de terra dadivosa e neutra quem acalenta a urtiga recolhe a urtiga que fere e quem protege o jardim tem a flor que perfuma.

O solo da vida é idêntico para nós todos. Não encontraremos aqui neste imenso palco de angústia almas simples e inocentes, mas sim criaturas que abusaram da inteligência e do poder, e que, voluntariamente surdas à prudência, se extraviaram nos abismos da loucura e da crueldade, do egoísmo e da ingratidão, fazendo-se temporariamente presas das criações mentais, insensatas e monstruosas, que para si mesmas teceram.

Quanto às perturbações que acompanham a alma, no renascimento ou na infância do corpo, na juventude ou na senilidade, é mister reconhecer que o desequilíbrio começa na inobservância da Lei, como a expiação se inicia no crime. Adotada a conduta em desacordo com a realidade, encontra o espírito, invariavelmente, em todos os círculos onde se veja, os efeitos da própria ação. Seja nos mecanismos da hereditariedade fisiológica, seja fora de sua influencia, a mente, encarnada ou não, revela-se: na colheita do que haja semeado; no campo de evolução do esforço comum; no monte da elevação pela prática do sumo bem ou no vale expiatório pelo exercício do mal.

As Moradas do Pai à Luz do Consolador





Dois mil anos são passados desde aqueles tempos em que a voz de Jesus se fez ouvir sobre a ambiência sombria da Terra: Não se turbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai. Se assim não fosse eu vo-lo teria dito; pois vou preparar-vos o lugar [...] para que, onde eu estiver, estejais vós também. (João, 14:1-3.)

Jesus se refere aos mundos materiais e espirituais que circulam pelo espaço infinito. Cada mundo está destinado a acolher encarnados ou desencarnados de acordo com o grau de adiantamento ou de inferioridade moral em que se encontram. Esses mundos classificam-se em primitivos, de provas e expiações, regeneradores, felizes e celestes ou divinos. (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. III.)

A Terra, no contexto universal, não é um recanto de lazer, e sim um planeta que acolhe almas em provas e expiações. Considerada, ao mesmo tempo, hospital, penitenciária, escola, daí partem os Espíritos para mundos melhores após comprovar, no trabalho do bem, a cura de suas moléstias morais.

Diz a tradição religiosa que, após a morte do corpo, a alma pode ir para o céu, o inferno ou o purgatório. Os Espíritos da Codificação Espírita esclarecem que “são simples alegorias: por toda parte há Espíritos ditosos e inditosos. [...] os Espíritos de uma mesma ordem se reúnem por simpatia; mas podem reunir-se onde queiram, quando são perfeitos”. (O Livro dos Espíritos, questão 1012, Ed. FEB.) E ainda: “Que se deve entender por purgatório?” “Dores físicas e morais: o tempo da expiação. Quase sempre,na Terra é que fazeis o vosso purgatório e que Deus vos obriga a expiar as vossas faltas.” (Op. cit., questão 1013.)

Aceitar as penas eternas é admitir a existência de um Criador incapaz de perdoar e que condena injustamente os que cometeram tanto pequenas, quanto grandes faltas.

Jesus inaugurou a era do Amor. Desfez a imagem distorcida que os homens faziam de Deus e proclamou a existência de um Deus “único, onipotente, soberanamente justo e bom” (O Livro dos Espíritos, questão 13). Sendo o amor a excelência de seus atributos, enviou Jesus, guia e modelo mais perfeito (O Livro dos Espíritos, questão 625), para conduzir os passos da Humanidade em sua direção. Jamais suas criaturas seriam condenadas às penas eternas. Se assim fosse, o perdão, ensinado e exemplificado pelo Cristo, não teria razão de ser.

O perdão é a chave que abre as portas da regeneração. Eis a resposta do Mestre quando questionado por Pedro: Senhor, até quantas vezes o meu irmão pecará contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete. (Mateus,18:21-22.)

Em todo o Evangelho, Jesus exalta o perdão das ofensas e, do alto da cruz, dá o maior testemunho de suas palavras.

A linguagem de Jesus é rica em metáforas e simbolismos. Interpretar a expressão fogo do inferno ao pé da letra é contradizer o amor que transcende de seus ensinos.

Existe uma visão futura mais plena de esperança e de amor do que a proposta por Jesus? O que seria mais racional? Crer em uma única existência, sem qualquer fio de esperança, amargurado sob o pavor das penas eternas, sem chance de novas oportunidades, ou acreditar nas diferentes moradas que acolhem os Espíritos de acordo com o grau de progresso alcançado por eles?

Deus é misericórdia, é amor. Ele perdoa suas criaturas através de novas oportunidades.

E como seria? Naturalmente, pela reencarnação; tantas vezes quantas necessárias, até o Espírito quitar os débitos com a Lei, ao mesmo tempo em que edifica a própria evolução. O Evangelho registra inúmeras referências à reencarnação e à vida espiritual. Essa verdade, com o passar dos séculos, foi encoberta pelos interesses vigentes da época. O homem, para preservar o poder, disseminou o fantasma do medo, criando um futuro de sofrimento atroz, que gerou a crença nas penas eternas. As claridades do Consolador prometido por Jesus vieram restaurar a crença na reencarnação e devolver ao homem a esperança de refazer sua jornada evolutiva.

A reencarnação é o perfeito mecanismo da justiça divina.

Uma análise sincera dos pensamentos, das palavras e dos atos pode proporcionar ao homem a previsão do seu futuro. Virtudes ou defeitos aqui cultivados serão os atributos da vida futura. E, de acordo com a lei de afinidade, que rege o Universo e todos os seres da criação, automaticamente o Espírito será atraído por aqueles a quem se afinam em virtudes ou imperfeições. A Lei Divina se incumbe de aproximar os semelhantes. Os projetos nobres, as tarefas edificantes serão passaporte para o trabalho do bem. Por outro lado, os comprometimentos delituosos agrilhoarão os comparsas criminosos em regiões inferiores. O homem é o construtor em potencial do seu futuro.

As moradas espirituais, constituídas de matéria sutil, são edificadas pela força do pensamento. O pensamento equilibrado no bem constrói maravilhas. Entretanto, as regiões inferiores, produto das mentes em desequilíbrio, refletem os sombrios procedimentos em que se aprazem. Tais Espíritos, tanto se lesam com suas atitudes criminosas, que enterram os talentos da organização, da beleza, do discernimento, sob os escombros da descrença, do ódio e da vingança. Ambientados no cultivo de pensamentos e ações delituosos, continuarão, no mundo espiritual, ostentando a mente em desajuste. Sentem-se injustiçados, sem, contudo, admitirem que foram aprisionados nas próprias teias que teceram. Assim permanecem, voluntariamente, no reduto da dor educativa, até que se proponham à recuperação do equilíbrio e da paz. O arrependimento e a transformação moral lhes abrirão as portas de novas oportunidades. É a manifestação da justiça divina que dá a cada um segundo as suas obras.

As regiões infelizes nada mais são do que projeções da rebeldia dos próprios habitantes. Todavia, o tempo de expiação é de duração transitória, jamais eterna, como querem os adeptos do inferno. Por isso, Jesus adverte: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. (João, 8:32.)

Por outro lado, um céu de ociosidade e contemplação é utopia. Na realidade, existem, sim, regiões sublimadas e dinâmicas, em que almas enobrecidas se dedicam ao trabalho do bem universal. Portanto, céu, inferno e purgatório, do ponto de vista teológico, são crenças que não se sustentam.

Allan Kardec esclarece:

A localização absoluta das regiões das penas e recompensas só na imaginação do homem existe. Provém da sua tendência a materializar e circunscrever as coisas, cuja essência infinita não lhe é possível compreender. (O Livro dos Espíritos, questão 1012, comentário de Kardec.)

Foi necessário que as luzes do Consolador projetassem sua claridade sobre os homens para que entendessem as verdades contidas no Evangelho de Jesus.

A alma vem de Deus




A alma vem de Deus; é, em nós, o princípio da inteligência e da vida. Essência, misteriosa, escapa à análise, como tudo quanto dimana do Absoluto. Criada por amor, criada para amar, tão mesquinha que pode ser encerrada numa forma acanhada e frágil, tão grande que, com um impulso do seu pensamento, abrange o Infinito, a alma é uma partícula da essência divina projetada no mundo material.

Desde a hora em que caiu na matéria, qual foi o caminho que seguiu para remontar até ao ponto atual da sua carreira? Precisou passar vias escuras, revestir formas, animar organismos que deixava ao sair de cada existência, como se faz com um vestuário inútil. Todos estes corpos de carne pereceram, o sopro dos destinos dispersou-lhes as cinzas, mas a alma persiste e permanece na sua perpetuidade, prossegue sua marcha ascendente, percorre as inumeráveis estações da sua viagem e dirige-se para um fim grande e apetecível, um fim que é a perfeição.

A alma contém, no estado virtual, todos os germens dos seus desenvolvimentos futuros. É destinada a conhecer, adquirir e possuir tudo. Como, pois, poderia ela conseguir tudo isso numa única existência? A vida é curta e longe está a perfeição! Poderia a alma, numa vida única, desenvolver o seu entendimento, esclarecer a razão, fortificar a consciência, assimilar todos os elementos da sabedoria, da santidade, do gênio? Para realizar os seus fins, tem de percorrer, no tempo e no espaço, um campo sem limites. É passando por inúmeras transformações, no fim de milhares de séculos, que o mineral grosseiro se converte em diamante puro, refratando mil cintilações. Sucede o mesmo com a alma humana.

O objetivo da evolução, a razão de ser da vida não é a felicidade terrestre, como muitos erradamente crêem, mas o aperfeiçoamento de cada um de nós, e esse aperfeiçoamento devemos realizá-lo por meio do trabalho, do esforço, de todas as alternativas da alegria e da dor, até que nos tenhamos desenvolvido completamente e elevado ao estado celeste. Se há na Terra menos alegria do que sofrimento, é que este é o instrumento por excelência da educação e do progresso, um estimulante para o ser, que, sem ele, ficaria retardado nas vias da sensualidade. A dor, física e moral, forma a nossa experiência. A sabedoria é o prêmio.

Pouco a pouco a alma se eleva e, conforme vai subindo, nela se vai acumulando uma soma sempre crescente de saber e virtude; sente-se mais estreitamente ligada aos seus semelhantes; comunica mais intimamente com o seu meio social e planetário. Elevando-se cada vez mais, não tarda a ligar-se por laços pujantes às sociedades do Espaço e depois ao Ser Universal.

Assim, a vida do ser consciente é uma vida de solidariedade e liberdade. Livre dentro dos limites que lhe assinalam as leis eternas, faz-se o arquiteto do seu destino. O seu adiantamento é obra sua . Nenhuma fatalidade o oprime, salvo a dos próprios atos, cujas conseqüências nele recaem; mas, não pode desenvolver-se e medrar senão na vida coletiva com o recurso de cada um e em proveito de todos. Quanto mais sobe, tanto mais se sente viver e sofrer em todos e por todos. Na necessidade de se elevar a si mesmo, atrai a si, para fazê-los chegar ao estado espiritual, todos os seres humanos que povoam os mundos onde viveram. Quer fazer por eles o que por ele fizeram os seus irmãos mais velhos, os grandes Espíritos que o guiaram na sua marcha.

A Lei de justiça requer que, por sua vez, sejam emancipadas, libertadas da vida inferior todas as almas. Todo ser que chega à plenitude da consciência deve trabalhar para preparar aos seus irmãos uma vida suportável, um estado social que só comporte a soma de males inevitáveis. Esses males, necessários ao funcionamento da lei de educação geral, nunca deixarão de existir em nosso mundo, representam uma das condições da vida terrestre. A matéria é o obstáculo útil; provoca o esforço e desenvolve a vontade; contribui para a ascensão dos seres impondo-lhes necessidades que os obrigam a trabalhar. Como, sem a dor, havíamos de conhecer a alegria; sem a sombra, apreciar a luz; sem a privação, saborear o bem adquirido, a satisfação alcançada? Eis aqui a razão por que encontramos dificuldades de toda sorte em nós e em volta de nós.
Léon Denis

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