No Reino da Palavra...

- Não grite.
Não permita que o seu modo de falar se
transforme em agressão.

- Conserve a calma.
Ao falar, evite comentários ou imagens
contrárias ao bem.

- Evite a maledicência.
Trazer assuntos infelizes à conversação,
lamentando ocorrências que já se foram, é requisitar
a poeira de caminhos já superados,
complicando paisagens alheias.

- Abstenha-se de todo adjetivo desagradável
para pessoas, coisas e circunstâncias.
Atacar alguém será destruir hoje o nosso
provável benfeitor de amanhã.

- Use a imaginação sem excesso.
Não exageres sintomas ou deficiências
com os fracos ou doentes, porque isso viria
fazê-los mais doentes e mais fracos.

- Responda serenamente em toda questão difícil.
Na base da esperança e bondade,
não existe quem não possa ajudar conversando.

- Guarde uma frase sorridente e amiga para
toda situação inevitável.
Da mente aos lábios, temos um trajeto
controlável para as nossas manifestações.

- Fuja a comparações, a fim de que seu
verbo não venha a ferir.
Por isso, tão logo a idéia negativa nos alcance
a cabeça, arredemo-la, porque um pensamento
pode ser substituído, de imediato, no silêncio
do espírito, mas a palavra solta é sempre um
instrumento ativo em circulação.

Recorde que Jesus legou o Evangelho,
exemplificando, mas conversando também.
ANDRÉ LUIZ



Distribui sorrisos e palavras de amor aos irmãos algemados a
rudes provas como se os visses falando por teus lábios, e
atravessarás os dias de tristeza ou de angústia com a luz da
esperança no coração, caminhando, em rumo certo, para o
reencontro feliz com todos eles, nas bênçãos de Jesus, em plena
imortalidade.

(Emmanuel).

domingo, 5 de abril de 2015

Olhai os Lírios do Campo


. “ Considerai os lírios, como eles crescem; não trabalham, nem fiam; e digo-vos que nem ainda Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles. E, se Deus assim veste a erva que hoje está no campo e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé?” (Lucas 12:27-28) Esta é uma das citações mais conhecidas da Bíblia. Faz parte de um dos mais belos momentos vividos pelos discípulos na companhia de Jesus. A essência de seu discurso envolvia a questão da ansiedade das pessoas, já naquele tempo, com a sobrevivência, com o vestir, o ter, o exibir.


Na sua palavra, Jesus exortava os
presentes no sentido de não se
angustiarem tanto com as necessidades
do dia a dia. Muito sabiamente, Jesus já
preparava as pessoas daquele tempo –
e dos tempos atuais – a respeito da importância
de preservar sua qualidade de vida,
não permitindo a ocupação da mente com
pesos em excesso nem com uma configuração
de vida super avaliada nas coisas materiais.
Aliás, Jesus também deu uma certa
importância às demandas materiais de nossas vidas, deixando bem claro, porém, de
que nossa preocupação com essas coisas
deveria caminhar até um certo limite.
A partir daí.........


As palavras de Jesus lastreiam também uma afirmação de fé. No momento em que fez essa afirmação era verão na Palestina e nos campos, rigorosamente, não havia lírio algum. Jesus tencionava, assim, puxar pela mente das pessoas, fazendo-as lembrar de que, apesar da geografia árida, seca que elas tinham diante de si, existia sempre a perspectiva de um tempo de beleza, de fartura, de provisão. Ou por outra: mesmo quando a vida está em baixa, com predominância da dor, da incerteza, da amargura, existe sempre a perspectiva de surgir o outro lado da medalha.

E, através da fé, um novo tempo poderá
ser alcançado. À frente de Jesus as pessoas
estavam confusas. Como enxergar lírios belíssimos, de uma textura luxuriante,
em meio à secura de um período de verão?
Ou como enxergar uma
nova realidade de vida diante da
escravidão materializada na presença
do senhorio romano?


“ Olhai os lírios do campo!”
Ao fazer tal afirmativa, Jesus queria
enlarguecer nossa visão, ampliar nossos horizontes. 
Sabe-se que no campo existem armadilhas contra a vida.
 As aves de rapina, os répteis, os rigores do inverno,
o calor inclemente do verão. Os predadores,
os animais de grande porte, as ervas
daninhas.... Apesar disso tudo, os lírios
também surgem, emoldurando com
sua beleza uma nova realidade.


O problema é quando o campo –
em síntese, na ótica de Jesus,
uma alegoria da vida, do mundo –
é visualizado somente através das
grossas lentes do negativismo gratuito.
Apesar de todas as adversidades da vida,
há sempre a presença de algo belo a
ser visto, focalizado, priorizado. E que,
diante de um vastíssimo leque de sentimentos
que a vida nos impõe, tais como
o egoísmo, o individualismo, a soberba,
a arrogância, há sempre a chance
de cultivarmos o belo, o frutífero,
o substancial, o edificante.


Ao que tudo indica, a planta que Jesus
nomeou em seu discurso como lírio é hoje conhecida com o nome científico de
“ anemone coronária” (como indicado
na figura acima). Tinha uma haste de uns 40 centímetros e pétalas vermelhas, púrpuras, azuis, róseas ou brancas. Como se vê,
algo de uma beleza realmente estonteante
em meio à aridez do solo palestino.
Segundo relatos históricos era uma planta
de floração comum na região, florescendo
próxima ao tempo da colheita do feno. Devido
à sua beleza, já era usada em larga escala
na decoração dos ambientes requintados,
bem como nas casas simples dos
moradores do campo.


Era, por assim dizer, um referencial de
beleza, de nobreza, de excelência decorativa.
Uma planta que realmente fazia a diferença.
É nesse ponto que quero destacar o eixo
sobre o qual gira o ensinamento de Jesus.
Fazer a diferença. Priorizar sentimentos
nobres sobre o negrume dos valores
cultivados atualmente.

Há momentos na vida em que a mente
se fecha. O horizonte divisado vai somente
um pouco além das agruras do dia a dia.
O belo da vida se perde diante da feiúra
do contexto da existência. É preciso
romper essa linha divisória que demarca
a tristeza da alegria, a angústia da paz,
o caos da ordem, da serenidade, da esperança.
 Quando o campo da existência está
recheado de abutres, répteis e ervas daninhas,
é necessário se crer que, mesmo num
campo assim, a semente do lírio está lá,
latente, pronta a brotar – a se fazer presente.

A irradiar a vida com a variedade de
suas cores, a emergir bela, firme,
altaneira em meio à aridez da geografia
social da atualidade. “ Olhai os lírios do campo ”
é em sua essência uma receita inteligente
de vida. Ou por outra, uma concepção
ideal de vida para quem deseja enxergar
a realidade atual como algo mais do que
um mero passar de dias. Vai olhar?

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