Estória:
Francisco, um homem muito trabalhador, morreu e se encaminhou para a porta do céu.
São Pedro estava sentado com as chaves do portão, quando viu o homem se aproximando.
Levantou e gritou: eis que retorna um homem trabalhador e justo.
Francisco abriu um sorriso; fazia décadas que esperava por este momento de reconhecimento.
São Pedro o abençoou e disse: olhe para trás, está vindo um velho conhecido seu.
Era o Paulão. Seu vizinho tocador de violão e dado a dançar até a madrugada.
São Pedro abriu um sorriso e gritou: eis que chega um grande homem que merece a minha alegria e minha bênção.
Francisco ficou paralisado, sem entender porque tanta alegria de São Pedro.
O velho Pedro, grande amigo de Jesus, leu os pensamentos que atormentavam Francisco e num ato de compaixão explicou:
“Você, Francisco, trabalhou mais que o Paulão. Mas, aprendeu e evoluiu muito menos que ele. Sua fé no trabalho o distanciou da sabedoria e do aprendizado.
Vocês plantavam e produziam maçãs. Produziam o mesmo volume. Você trabalhou mais porque lhe faltou sabedoria e observação. Porque não procurou saber a razão de Paulão produzir com menos trabalho?
Ele queria tocar violão, queria brincar com as crianças, queria conversar com seus amigos. Ele precisava aprender para produzir mais, trabalhando menos.
Ele foi mais completo que você.
Paulão plantou mais sorrisos e esteve mais presente na vida da família. Grande homem. Foi mais completo. Venceu o desafio de desenvolver qualidades, habilidades e sabedorias.”
Enquanto o santo homem falava, Francisco ia recordando do seu preparo para a reencarnação. Uma lágrima rolou em seu rosto e regou a planta que estava aos seus pés.
Francisco lembrou: “tu serás trabalhador. E terá que desenvolver a sabedoria para ter tempo para a caridade, para compartilhar e para brincar com os familiares. Quem já sabe trabalhar deve aprender a brincar na vida”.
Francisco compreendeu e repetiu: “que grande homem foi este Paulão. Sorriu e brincou, como eu poderia ter feito”.
Os três se juntaram e abraçaram. São Pedro estava feliz porque o Francisco finalmente aprendeu. Nunca é tarde para aprender e assumir a responsabilidade por ser completo.
A vida do espírito “Francisco” continuou assim: ele pedia para Deus o inspirar. Queria ser cada vez mais eficiente e ter sempre o rosto alegre para trazer paz aos que estão à sua volta.
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