No Reino da Palavra...

- Não grite.
Não permita que o seu modo de falar se
transforme em agressão.

- Conserve a calma.
Ao falar, evite comentários ou imagens
contrárias ao bem.

- Evite a maledicência.
Trazer assuntos infelizes à conversação,
lamentando ocorrências que já se foram, é requisitar
a poeira de caminhos já superados,
complicando paisagens alheias.

- Abstenha-se de todo adjetivo desagradável
para pessoas, coisas e circunstâncias.
Atacar alguém será destruir hoje o nosso
provável benfeitor de amanhã.

- Use a imaginação sem excesso.
Não exageres sintomas ou deficiências
com os fracos ou doentes, porque isso viria
fazê-los mais doentes e mais fracos.

- Responda serenamente em toda questão difícil.
Na base da esperança e bondade,
não existe quem não possa ajudar conversando.

- Guarde uma frase sorridente e amiga para
toda situação inevitável.
Da mente aos lábios, temos um trajeto
controlável para as nossas manifestações.

- Fuja a comparações, a fim de que seu
verbo não venha a ferir.
Por isso, tão logo a idéia negativa nos alcance
a cabeça, arredemo-la, porque um pensamento
pode ser substituído, de imediato, no silêncio
do espírito, mas a palavra solta é sempre um
instrumento ativo em circulação.

Recorde que Jesus legou o Evangelho,
exemplificando, mas conversando também.
ANDRÉ LUIZ



Distribui sorrisos e palavras de amor aos irmãos algemados a
rudes provas como se os visses falando por teus lábios, e
atravessarás os dias de tristeza ou de angústia com a luz da
esperança no coração, caminhando, em rumo certo, para o
reencontro feliz com todos eles, nas bênçãos de Jesus, em plena
imortalidade.

(Emmanuel).

domingo, 25 de agosto de 2013

Depressão e Espiritismo



1. INTRODUÇÃO

O que é depressão? Há diferença entre depressão normal (“estar para baixo”) daquela defendida pela psiquiatria? Que subsídios podemos extrair do Espiritismo?

2. CONCEITO

Depressão é o estado de abatimento psíquico e físico. Quando se trata do primeiro temos a “depressão nervosa”. É normal que as pessoas tenham períodos de depressão nervosa, mas quando ela é muito acentuada ou quando tende a se manter por períodos muito longos, pode-se tratar de uma perturbação mental. (Edipe)

Na psiquiatria, podemos definir a depressão como o resultado de certas forças biológicas e sociais que de maneira complexa exercem funções depressivas sobre o sistema nervoso do indivíduo. A atividade depressiva, por sua vez, altera o comportamento, os sentimentos e os pensamentos do indivíduo e é este conjunto de disfunções que constituem a enfermidade depressiva. (Cammer, 1978, p. 5)

3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Na Bíblia, há diversos relatos sobre os padecimentos dos atingidos pelo infortúnio, principalmente dos seres humanos que perderam a fé em Deus, e com isso a esperança no futuro.

Hipócrates, o pai da medicina, no século IV a.C., estabeleceu os quatro temperamentos do ser humano – fleumático, sanguíneo, colérico e melancólico. O temperamento melancólico referia-se à depressão. Hoje, ainda usamos o termo melancolia para caracterizar o estado de desesperança e de desânimo da pessoa em depressão.

Na Idade Média, a depressão esteve associada à força mística de alguma entidade misteriosa. Daí reforçar-se a crença de que não é uma doença, mas influência dos espíritos maus, dos demônios.

Apenas no final do século XVIII se iniciaram estudos sobre a matéria em instituições recém-fundadas e, os hospitais especializados desvendaram a natureza médica das perturbações mentais.

4. VARIEDADE E ESTATÍSTICAS SOBRE A DEPRESSÃO

4.1. TIPOS MAIS COMUNS DE DEPRESSÃO
A depressão endógena (depressão cíclica, psicose maníaco-depressiva).
A depressão das doenças orgânicas (hepatite, câncer, enfarte, Parkinson).
A depressão traumática (acidentes automobilísticos, acidentes de trabalho).
Os lutos patológicos.
A decepção amorosa.
A derrocada dos dirigentes.
A depressão decorrente de um parto ou aborto.0
Depressões crônicas (neurastenia, psicastenia).

4.2. DADOS SOBRE AFETAÇÃO E TRATAMENTO
Depressão afeta 15 a 20% das mulheres e 5 a 10% dos homens.
Mulheres são 2 vezes mais afetadas que os homens.
Aproximadamente 2/3 (dois terços) das pessoas com depressão não fazem tratamento.
Dos pacientes que procuram o clínico geral, apenas 50% são diagnosticados corretamente.
A maioria dos pacientes deprimidos que não são tratados irão tentar suicídio pelo menos uma vez. 17% deles conseguem se matar.
Com o tratamento correto, 70 a 90% dos pacientes se recuperam da depressão. (1)

4.3. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE E NÚMEROS GLOBAIS
Estima-se que nos países ocidentais (como os Estados Unidos), 6% da população sofrem de depressão. (nos EUA isso representa cerca de 17 milhões de pessoas).
Há previsão de que, em algum momento, uma em cada cinco pessoas venha a ter depressão. Atualmente 10% da população mundial sofrem do mal. Em dez anos, acredita-se que esse número será de 20%.
Recentemente, a Organização Mundial da Saúde classificou a depressão como uma das doenças que mais causam incapacidade. É a 4.ª numa lista de 5. Até 2020 terá ocupado o 2.º posto.

5. DEPRESSÃO E PSIQUIATRIA

5.1. CAUSA DA DEPRESSÃO

A verdadeira causa da depressão permanece desconhecida. A explicação mais aceite é o desequilíbrio bioquímico dos neurônios responsáveis pelo controle do estado de humor. Esta afirmação baseia-se na comprovada eficácia dos antidepressivos. O fato de ser um desequilíbrio bioquímico não exclui tratamentos não farmacológicos.

5.2. A DEPRESSÃO, COMO DOENÇA, ATINGE QUALQUER UM

Sermos inteligentes, termos uma profissão rentável e estarmos bem estabelecidos não nos livra da depressão. Ela surge quando menos a esperamos. Sugerir passeios, idas ao cinema e conversação com amigos ao depressivo pode parecer lógico, mas é possível que estejamos mais desajudando do que ajudando. Como é uma doença, todas essas sugestões não conseguem tirar-lhe o sentimento de tristeza e de melancolia que nele se incrustou.

5.3. O LUTO E A MELANCOLIA EM FREUD

“Luto e Melancolia” é um texto de 1917, em que Freud, juntamente com outros artigos sobre metapsicologia, objetiva elaborar uma teoria sobre a melancolia, partindo de questionamentos sobre o luto. Queria saber o que é normal e o que é patológico na relação entre esses dois termos.

Para Freud, aquele que não consegue administrar a perda de algo, principalmente a de um ente querido, acaba se fossilizando e caindo em depressão.

Nota: o estado melancólico pode levar ao suicídio.

6. DEPRESSÃO E ESPIRITISMO

6.1. PASSE E EVANGELHO CURAM A DEPRESSÃO?


A depressão é uma doença e, como tal, deve ser tratada por especialistas que, no caso, é o psiquiatra. Os passes e as palestras evangélicas auxiliam sobremaneira. Observe, por exemplo, a frase cunhada nas papeletas de passes: “A Assistência Espiritual não dispensa o tratamento médico. No livro O Evangelho Segundo o Espiritismoencontrará a solução para muitos dos seus problemas”.

O tratamento médico deve estar em primeiro lugar. Os passes e as palestras são complementos. Inverter essa ordem pode trazer graves incômodos ao sujeito com depressão.

6.2. CÉREBROS INTOXICADOS

A depressão começa com a tristeza, a melancolia. As suas causas, porém podem estar em vivências passadas. O Espírito André Luiz, em “No Mundo Maior”, oferece-nos subsídios para compreendermos o cérebro intoxicado. É caso do sujeito que assassinou o padrasto, roubou-lhe certa quantia de dinheiro, mas não deixou pista alguma à justiça. “Conseguiu ludibriar os homens, mas não pode iludir a si mesmo”. O padrasto, já no mundo espiritual, concentrando a mente na ideia de vingança, passou a segui-lo ininterruptamente. Daí em diante não teve mais sossego, por mais que trabalhasse e cuidasse dos seus familiares. (Xavier, 1977, cap. 4)

6.3. NOSTALGIA E DEPRESSÃO

O Espírito Joana de Ângelis, na mensagem “Nostalgia e Depressão”, esclarece-nos que as infelicidades cultivadas tornam-se estados patológicos mais profundos de nostalgia, que induzem à depressão.

Diz-nos: “Vitimado pela insegurança e pelo arrependimento, torna-se joguete da nostalgia e da depressão, perdendo a liberdade de movimentos, de ação e de aspiração, face ao estado sombrio em que se homizia. A nostalgia reflete evocações inconscientes, que parecem haver sido ricas de momentos felizes, que não mais se experimentam. Pode proceder de existências transatas do Espírito, que ora as recapitula nos recônditos profundos do ser, lamentando, sem dar-se conta, não mais as fruir; ou de ocorrências da atual”. (2)

7. CONCLUSÃO

Em vista da gravidade da depressão, que é o desarranjo do nosso estado mental, saibamos cultivar pensamentos de paz, alegria e bom ânimo, alicerçados nas prédicas trazidas por Jesus.

8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAMMER, Dr. Leonardo. Saindo da Depressão. Tradução de Pedro Ernesto Correa Ventura. São Paulo, Rio: Difec, 1978.

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