No Reino da Palavra...

- Não grite.
Não permita que o seu modo de falar se
transforme em agressão.

- Conserve a calma.
Ao falar, evite comentários ou imagens
contrárias ao bem.

- Evite a maledicência.
Trazer assuntos infelizes à conversação,
lamentando ocorrências que já se foram, é requisitar
a poeira de caminhos já superados,
complicando paisagens alheias.

- Abstenha-se de todo adjetivo desagradável
para pessoas, coisas e circunstâncias.
Atacar alguém será destruir hoje o nosso
provável benfeitor de amanhã.

- Use a imaginação sem excesso.
Não exageres sintomas ou deficiências
com os fracos ou doentes, porque isso viria
fazê-los mais doentes e mais fracos.

- Responda serenamente em toda questão difícil.
Na base da esperança e bondade,
não existe quem não possa ajudar conversando.

- Guarde uma frase sorridente e amiga para
toda situação inevitável.
Da mente aos lábios, temos um trajeto
controlável para as nossas manifestações.

- Fuja a comparações, a fim de que seu
verbo não venha a ferir.
Por isso, tão logo a idéia negativa nos alcance
a cabeça, arredemo-la, porque um pensamento
pode ser substituído, de imediato, no silêncio
do espírito, mas a palavra solta é sempre um
instrumento ativo em circulação.

Recorde que Jesus legou o Evangelho,
exemplificando, mas conversando também.
ANDRÉ LUIZ



Distribui sorrisos e palavras de amor aos irmãos algemados a
rudes provas como se os visses falando por teus lábios, e
atravessarás os dias de tristeza ou de angústia com a luz da
esperança no coração, caminhando, em rumo certo, para o
reencontro feliz com todos eles, nas bênçãos de Jesus, em plena
imortalidade.

(Emmanuel).

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

JUSTIÇA DE CIMA!




Quatro operários solteiros quase todos da mesma idade compareceram ao tribunal de Justiça de Cima, depois de haverem perdido o corpo físico, num acidente espetacular.

Na Terra, foram analisados por idêntico padrão.

Excelentes rapazes, aniquilados pela morte, com as mesmas homenagens sociais e domésticas.

Na vida espiritual, contudo, mostravam-se diferentes entre si, reclamando variados estudos e diversa apreciação.

Ostentando, cada qual, um halo de irradiações específicas, foi conduzido ao juiz que lhes examinara o processo, durante alguns dias, atenciosamente.

O magistrado convidou um a um a lhe escutarem as determinações, em nome do Direito Universal, perante numerosa assembléia de interessados nas sentenças.

Ao primeiro deles, cercados de pontos escuros, como se estivesse envolvido numa atmosfera pardacenta, o compassivo julgador disse, bondoso:

-De tuas notas, transparecem os pesados compromissos que assumiste, utilizando os teus recursos de trabalho para fins inconfessáveis. Há viúvas e órfãos, chorando no mundo, guardando amargas recordações de tua influência.

E porque o interpelado inquirisse quanto ao futuro que o aguardava, o árbitro amigo observou, sem afetação:

-Volta à paisagem onde viveste e recomeça a luta de redenção, reajustando o equilíbrio daqueles que prejudicaste. És naturalmente obrigado a restituir-lhes a paz e a segurança.

Aproximou-se o segundo, que se movimentava sob irradiações cinzentas, e ouviu as seguintes considerações:

-Revelam os apontamentos a teu respeito que lesaste a fábrica em que trabalhavas. Detiveste vencimento e vantagens que não correspondem ao esforço que despendeste.

E, percebendo-lhe as interrogações mentais, acrescentou:

-Torna ao teu antigo núcleo de serviço e auxilia os teus companheiros e as máquinas que exploraste em mau sentido. É indispensável resgates os débitos de alguns milhares de horas, junto deles, em atividade assistencial.

Ao terceiro que se aproximou, a destoar dos precedentes pelo aspecto em que se apresentava, disse o juiz, generoso:

-As informações de tua romagem no Planeta Terrestre explicam que demonstraste louvável correção no proceder. Não te valeste das tuas possibilidades de serviço para prejudicar os semelhantes, não traíste as próprias obrigações e somente recebeu do mundo aquilo que te era realmente devido. A tua consciência está quite com a Lei. Podes escolher o teu novo tipo de experiência, mas ainda na Terra, onde precisas continuar no curso da própria sublimação.

Em seguida, surgiu o último. Vinha nimbado de belo esplendor. Raios de safira claridade envolviam-no todo, parecendo emitir felicidade e luz em todas as direções.

O juiz inclinou-se, diante dele, e informou:

-Meu amigo, a colheita de tua sementeira confere-te a elevação. Serviços mais nobres esperam-te mais alto.

O trabalhador humilde, como que desejoso de ocultar a luz que o coroava, afastou-se em lágrimas de júbilo e gratidão, nos braços de velhos amigos que o cercavam, contentes, e, em razão das perguntas a explodirem nos colegas despeitados, que asseveravam nele conhecer um simples homem de trabalho, o julgador esclareceu persuasivo e bondoso:

-O irmão promovido é um herói anônimo da renúncia. Nunca impôs qualquer prejuízo a alguém, sempre respeitou a oficina em que se honrava com a sua colaboração e não se limitou a ser correto para com os deveres, através dos quais conquistava o que lhe era necessário à vida. Sacrificava-se pelo bem de todos. Soube ser delicado nas situações mais difíceis. Suportava o fígado enfermo dos colegas, com bondade e entendimento. Inspirava confiança. Distribuía estímulo e entusiasmo. Sorria e auxiliava sempre. Centenas de corações seguiram-no, além da morte, oferecendo-lhe preces, alegrias e bênçãos.

A Lei Divina jamais se equivoca.

E porque o julgamento fora satisfatoriamente liquidado, o tribunal da Justiça de Cima, encerrou a sessão.

"Livro:" Contos e Apólogos "- Psicografia Francisco C. Xavier- Espírito Irmão X".

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Quando há luz...

“O amor do Cristo nos constrange.”
(2ª Epístola aos Coríntios, 5:14.)


Quando Jesus encontra santuário no coração de um homem, modifica-se-lhe a marcha inteiramente.
Não há mais lugar dentro dele para a adoração improdutiva, para a crença sem obras, para a fé inoperante.
Algo de indefinível na terrestre linguagem transtorna-lhe o espírito.
Categoriza-o a massa comum por desajustado, entretanto, o aprendiz do Evangelho, chegando a essa condição, sabe que o Trabalhador Divino como que lhe ocupa as profundidades do ser.
Renova-se-lhe toda a conceituação da existência.
O que ontem era prazer, hoje é ídolo quebrado.
O que representava meta a atingir, é roteiro errado que ele deixa ao abandono.
Torna-se criatura fácil de contentar, mas muito difícil de agradar.
A voz do Mestre, persuasiva e doce, exorta-o a servir sem descanso.
Converte-se-lhe a alma num estuário maravilhoso, onde os padecimentos vão ter, buscando arrimo, e por isso sofre a constante pressão das dores alheias.
A própria vida física afigura-se-lhe um madeiro, em que o Mestre se aflige. É-lhe o corpo a cruz viva em que o Senhor se agita crucificado.
O único refúgio em que repousa é o trabalho perseverante no bem geral.
Insatisfeito, embora resignado; firme na fé, não obstante angustiado; servindo a todos, mas sozinho em si mesmo, segue, estrada a fora, impelido por ocultos e indescritíveis aguilhões…
Esse é o tipo de aprendiz que o amor do Cristo constrange, na feliz expressão de Paulo.
Vergasta-o a luz celeste por dentro até que abandone as zonas inferiores em definitivo.
Para o mundo, será inadaptado e louco.
Para Jesus, é o vaso das bênçãos.
A flor é uma linda promessa, onde se encontre.
O fruto maduro, porém, é alimento para Hoje.
Felizes daqueles que espalham a esperança, mas bemaventurados sejam os seguidores do Cristo que suam e padecem, dia a dia, para que seus irmãos se reconfortem e se alimentem no Senhor!

Conversar...

“Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graças aos que a ouvem.” — Paulo. (EFÉSIOS, capítulo 4, versículo 29.)
O gosto de conversar retamente e as palestras edificantes caracterizam as relações de legítimo amor fraternal.
As almas que se compreendem, nesse ou naquele setor da atividade comum, estimam as conversações afetuosas e sábias, como escrínios vivos de Deus, que permutam, entre si, os valores mais preciosos.
A palavra precede todos os movimentos nobres da vida. Tece os ideais do amor, estimula a parte divina, desdobra a civilização, organiza famílias e povos.
Jesus legou o Evangelho ao mundo, conversando. E quantos atingem mais elevado plano de manifestação, prezam a palestra amorosa e esclarecedora.
Pela perda do gosto de conversar com alguém, pode o homem avaliar se está caindo ou se o amigo estaciona em desvios inesperados.
Todavia, além dos que se conservam em posição de superioridade, existem aqueles que desfiguram o dom sagrado do verbo, compelindo-o às maiores torpezas. São os amantes do ridículo, da zombaria, dos falsos costumes. A palavra, porém, é dádiva tão santa que, ainda aí, revela aos ouvintes corretos a qualidade do espírito que a insulta e desfigura, colocandoo, imediatamente, no baixo lugar que lhe compete nos quadros da vida.
Conversar é possibilidade sublime. Não relaxes, pois, essa concessão do Altíssimo, porque pela tua conversação serás conhecido.

Caindo em si...



“Caindo, porém, em si,” – (Lucas, 15:17.)

Este pequeno trecho da parábola do filho pródigo desperta valiosas considerações em torno da vida.
Judas sonhou com o domínio político do Evangelho, interessado na transformação compulsória das criaturas; contudo, quando caiu em si, era demasiado tarde, porque o Divino Amigo fora entregue a juizes cruéis.
Outras personagens da Boa Nova, porém, tornaram a si, a tempo de realizarem salvadora retificação.
Maria de Magdala pusera a vida íntima nas mãos de gênios perversos, todavia, caindo em si, sob a influência do Cristo, observa o tempo perdido e conquista a mais elevada dignidade espiritual, por intermédio da humildade e da renunciação.
Pedro, intimidado ante as ameaças de perseguição e sofrimento, nega o Mestre Divino; entretanto, caindo em si, ao se lhe deparar o olhar compassivo de Jesus, chora amargamente e avança, resoluto, para a sua reabilitação no apostolado.
Paulo confia-se a desvairada paixão contra o Cristianismo e persegue, furioso, todas as manifestações do Evangelho nascente; no entanto, caindo em si, perante o chamado sublime do Senhor, penitencia-se dos seus erros e converte-se num dos mais brilhantes colaboradores do triunfo cristão.
Há grande massa de crentes de todos os matizes, nas mais diversas linhas da fé, todavia, reinam entre eles a perturbação e a dúvida, porque vivem mergulhados nas interpretações puramente verbalistas da revelação celeste, em gozos fantasistas, em mentiras da hora carnal ou imantados à casca da vida a que se prendem desavisados. Para eles, a alegria é o interesse imediatista satisfeito e a paz e a sensação passageira de bem-estar do corpo de carne, sem dor alguma, a fim de que possam comer e beber sem impedimento.
Cai, contudo, em ti mesmo, sob a bênção de Jesus e, transferindo-te, então, da inércia para o trabalho incessante pela tua redenção, observarás, surpreendido, como a vida é diferente.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Você já ouviu falar em ZOANTROPIA? Formas animalescas do perispírito!



Muitos espíritos, desequilibrados e torturados moralmente, plasmam formas monstruosas e animalescas no perispírito, transformando-se em verdadeiros instrumentos das Sombras!!

 Zoantropia é o fenômeno em que os espíritos desencarnados devotados ao mal se tornam visíveis aos homens sob formas animalescas, demonstrativas de sua degradação tanto moral, quanto espiritual.
Essas formas são as mais diversas, sem esquecer da forma “diabólica” em que muitos se apresentam, isto é, cara de homem, chifres, rabo e pés de bode, ou seja, um ser misto de homem e animal.
Muitos livros de ficção foram escritos em cima do tema, e surgiram vários filmes e novelas explorando esse filão também. Como sempre, no fundo das lendas e da imaginação popular, há sempre uma verdade a ser buscada.
Não acreditar em tudo e nem negar tudo. Não existe o sobrenatural, porque tudo que ocorre na natureza é natural, obedecendo a leis emanadas do Criador. O desconhecimento dessas leis é que leva à descrença ou à superstição. É por isso que o homem coloca “adereços” na verdade de forma a deturpá-la Muitas pessoas do povo já me contaram casos de lobisomem (licantropo) e juram que o viram. Vou deixar de lado, desta vez, esses casos e narrar alguns encontrados, principalmente, dentro da hagiografia e da literatura espírita.
As forças malévolas sempre atacam aqueles que servem ao bem. E assim sendo, não é raro encontrarmos
na vida dos santos, fenômenos de zoantropia.
O hagiógrafo José Hussleim, na obra Heroínas de Cristo, Editorial Poblet, relata que na vida de Santa Gemma Galvani (1878-1903) ocorreram dolorosos fenômenos de infestação espiritual produzidos por entidades malfazejas do mundo invisível, que tomavam as mais terríveis formas. Uma delas aparecia, às vezes, “como um cão feroz que se arrojava sobre ela, ou como  um monstro gigantesco que a afligia a noite inteira, gritando: Tu me pertences! Tu me pertences!”
São Pedro de Alcântara (1499-1562) sofreu grandemente a investida das forças do mal, às quais venceu com sua humildade e devotamento ao bem. Frei Estefânio José Piat, na obra São Pedro de Alcântara, Editora Vozes, descreve um desses ataques, acompanhado de fenômenos físicos: “O Diabo entra agora em cena. Obsessiona-o sob formas asquerosas, persegue-o com escárnios, com gritos e ruídos noturnos. E chega mesmo às vias de fato: derruba-o, sufoca-o até quase o estrangular; cobre-o com chuvarada de pedras que, na manhã seguinte, ainda se encontram espalhadas pelo soalho da pobre cela.”
 
Ataques de obsessores
Dom Bosco (1815-1888) também recebeu cruéis ataques de tenebrosas e vingativas entidades, interessadas
em prejudicar a sua obra missionária. O Padre A. Auffray, na célebre obra Saint Jean Bosco, Librairie Catholique Emmanuel Vitte, descreve essas perseguições confidenciadas pelo notável santo aos padres Cagliero, Bonetti e Ruffino, que certa manhã o encontraram pálido e extenuado.
Além de gritos nos ouvidos, ventos repentinos, puxão nas cobertas, estrondos no teto da casa e outros fenômenos físicos, Dom Bosco enfrentou também os fenômenos de zoantropia (inclusive a licantropia), atestando a sua mediunidade poderosa e grande espiritualidade.
Os perseguidores desencarnados apareciam “sob as expressões de animais ferozes – ursos, tigres, lobos, serpentes – ou sob o aspecto de monstros indescritíveis, que o atacavam furiosamente”.

 São Geraldo Majela (1726-1755), cuja vida foi povoada dos mais extraordinários fenômenos, não escapou também à zoantropia. Seu hagiógrafo, padre Montes, narra na obra São Geraldo, vários casos. O primeiro ocorreu antes do santo entrar para o noviciado dos redentoristas. Dotado de grandes virtudes e fervor, gostava de fazer vigília na igreja de Muro, sua cidade Natal. “Uma noite, ao abrir a porta da igreja ,viu Geraldo na obscuridade os enormes olhos esbraseados de um cão que avançou como se quisesse saltar-lhe ao pescoço. O primeiro impulso do jovem foi de gritar e fugir. Compreendeu, todavia, que aquele cão descomunal, que se encontrava dentro do templo, não era um animal como os demais. Entrou, tomou água benta e fez o sinal da cruz. O macabro assaltante retrocedeu e, dando horroroso uivo e desapareceu como por encanto”.
Já como Irmão coadjutor, em Iliceto e outros conventos, numerosos grupos de “demônios” apareciam-lhe em forma corpórea. Às vezes, tais como os representa a imaginação popular, com enormes chifres, fisionomia repugnante, pele vermelha ou negra e rabo descomunal. Executavam ataques simulados e davam gritos e uivos capazes de gelar o sangue de um cristão. Outras vezes, disfarçados em enormes cães pretos e lobos medonhos, atacavam a Geraldo como querendo devorá-lo. Vendo que as ameaças não impressionavam ao heróico jovem, os espíritos infernais não se contentaram com berros e ameaças.
 Certo dia, lançaram-se sobre Geraldo, deitaram-lhes suas asquerosas mãos, lançaram-no por terra e maltrataram-no de tal maneira que, no dia seguinte, não pôde levantar-se do leito. Outra noite, precipitaram-se sobre ele dois lobos gigantes, com uivos selvagens e, agarrando-o pela batina, arrastaram-no pelos corredores, saíram com ele para a horta e lá no fundo, tendo-o arrastado por pedras e lama, e quanta imundície havia, lá o deixaram semi-morto”. Tentavam, também atirá-lo ao fogo ou afogá-lo.

Frederica Hauffe (1801-1829), chamada a Vidente de Prevorst, sensitiva alemã de faculdades excepcionais,
costumava expulsar espíritos por meio de fórmulas escritas. A pedido do dr. Justinus Kerner, enviou a Fritzlen, uma senhora idosa, que foi perseguida durante vinte e quatro anos, uma palavra de sua linguagem interior. “Tudo começou quando, ao deitar-se, ainda acordada, ouviu pela primeira vez um estalo na cama; em seguida viu um jato de luz azulada e a aparição de um ser semelhante a uma raposa, que se lhe aproximou da cama e desapareceu. Outra noite, percebeu a mão de uma criança na sua. Esforçando-se para retirá-la, sentiu- se opressa, como sob a influência de um grande peso. Desde então viu-se perturbada todas as noites, a princípio por luzes brandas, depois pela aparição de formas vivas, corujas, gatos ou cavalos, todos medonhos e assustadores.” Com a ajuda prestada pela vidente cessaram as perturbações na vida de Fritzlen. Encontramos dentro da literatura espírita as explicações de como se processam esses aviltamentos das formas.

Segundo Gúbio, instrutor de André Luiz, temos que tomar “por base, acima de tudo, os elementos plásticos
do perispírito.” A zoantropia não se manifesta só nos desencarnados. Os encarnados também apresentam problemas desse tipo. Vejamos apenas três casos: um extraído da Bíblia, outro de uma obra de André Luiz e o terceiro narrado pelo Cel. Edynardo Weyne.
 
Zoantropia na Bíblia
O caso bíblico encontramos em Daniel (c.4:25 a 34). O rei Nabucodonosor, da Babilônia, que viveu como
animal durante sete anos, findo os quais recobrou o juízo, o reino e a figura humana, glorificando a Deus e
a Sua justiça. Destaquemos o trecho em que se opera a transformação: “Isto é a ti, ó rei Nabucodonosor, se intima: O teu reino passará de ti a outro possuidor, e lançar- te-ão da companhia dos homens e a tua habitação será com as alimárias e feras: comerás feno como o boi, e sete tempos passarão por cima de ti, até que reconheças que o Excelso tem um poder absoluto sobre os remos dos homens, e que os dá a quem lhe apraz. Na mesma hora se cumpriu esta palavra na pessoa de Nabucodonosor, e ele foi lançado da companhia dos homens, e comeu feno como o boi e o seu corpo foi molhado do orvalho do céu: de sorte que lhe cresceram os cabelos e o pelo, como as plumas das águias, e as suas unhas se fizeram como as garras das aves”.

No capítulo 23 da obra Nos Domínios da Mediunidade
, temos um exemplo de fascinação muito interessante. Uma senhora, dominada por um terrível hipnotizador, acompanhado por vários companheiros vingativos, adquiria aspecto animalesco, “quase que uivando” e coleando pelo chão”. Não fosse a assistência espiritual, seria vítima integral da licantropia deformante. O instrutor Gúbio explica: “Muitos espíritos, pervertidos no crime, abusam dos poderes da inteligência, fazendo pesar tigrina crueldade sobre quantos ainda sintonizam com eles pelos débitos do passado. A semelhantes vampiros devemos muitos quadros dolorosos da patologia mental nos manicômios, em que numerosos pacientes, sob intensiva ação hipnótica, imitam costumes, posições e atitudes de animais diversos”

Na obra A Próxima Parada, o Cel. Edynardo narra um caso interessantíssimo: “A 5 de agosto deste ano (1983), Valdeci Ribeiro de Souza, filho de João de Souza Filho e Francisca Ribeiro de Souza, 14 anos, residente no “Sítio Coqueirinho”, em Mangabeira, Aquiraz, e aluno do Grupo Escolar local, teve uma crise convulsiva.
Foi levado às pressas para o Posto José Frota de Mecejana. Aplicaram-lhe uma injeção de Diasepan e recomendaram que o conduzissem ao Hospital de Saúde Mental para tirar um eletroencefalograma, pois suspeitavam de epilepsia. Como as crises continuavam, não falava, não dormia e chorava sem parar, o levaram para o Hospital de Saúde Mental. Lá ficou por três dias. Ao voltar para casa, o corpo tinha marcas de pancadas, o rosto edemaciado e um olho “preto”. Contou que apanhara muito. 

Tratamento espiritual
No nosso plantão das quartas-feiras, a família o trouxe ao Centro Espírita Amor ao Próximo. Não mais parecia uma criatura humana! A entidade que o manipulava lhe transmitira sua configuração espiritual (fenômeno de zoantropia). Adquirira a forma de um macaco. Essa degradação do perispírito do possessor foi logo identificado por uma vidente da nossa equipe de desobsessão. Cerca de dez pessoas, que se encontravam presentes, viram-no com as mãos dobradas, como se fossem patas, tentando agredir a tapas. Com fúria animalesca, procurava morder quem dele se aproximasse. Não falava, guinchava. Sua expressão fisionômica era simiesca. Coçava a barriga exatamente como fazem os macacos. Sua força era superior a de vários homens juntos. Após três sessões de transfusão energética, com complementação ectoplásmica, recuperou o aspecto humano e o comando da mente. Na segunda-feira seguinte, dia de sessão pública, mais de cem assistentes, de todas as classes sociais, viram o final dessa trágica metamorfose. Voltara-lhe a consciência de sua própria identidade!
Reprimir, bloquear, dopar, submeter a choques elétricos ou bioquímicos a incipiente mediunidade de um paciente-sensitivo é inócuo, quase perversidade! Jamais ele passará de um “trapo ambulante”. Nunca se chegaria a uma solução autêntica como no caso desse menino- macaco Para esse tratamento não empregamos nenhum produto farmacêutico convencional. Apenas o humilde arsenal terapêutico da medicina dos espíritos: a prece, o passe, a cooperação dos benfeitores do espaço, a água fluidificada, o amor e a fé. Principalmente a fé. Fé consciente, inamovível, granítica. Aquela fé que remove montanhas, como nos falou o meigo Filho de Maria”. Quando a medicina terrestre estiver de mãos dadas com o conhecimento espiritual será mais fácil o tratamento e a cura desses problemas expostos. Aguardemos!
Revista Cristã de Espiritismo, n° 35 – Zoantropia. 




Define-se zoantropia [do latim zo(o)- + antrop(o) + -ia] como sendo uma perturbação mental em que o enfermo se acredita convertido em um animal, sendo também aplicável o termo à metamorfose perispirítica, por meio do processo de indução hipnótica, em que o Espírito desencarnado, ainda inferiorizado, ganha a forma animalesca.


Licantropia [do grego lykanthropía] é uma das formas de zoantropia, na qual o enfermo se julga transformado em lobo ou a metamorfose perispirítica levou-o a essa forma animal.


O assunto é tratado nas seguintes obras espíritas: Nos Domínios da Mediunidade, cap. 23, e Libertação, cap. V, ambas de André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier; Nos Bastidores da Obsessão, cap. 3 e 6; Nas Fronteiras da Loucura, cap. 27 e 28; Painéis da Obsessão, cap. 18, e Loucura e Obsessão, cap. 8, todas estas de Manoel Philomeno de Miranda, psicografadas por Divaldo Franco.





Fonte:http://www.oconsolador.com.br/ano4/165/oespiritismoresponde.html

JÚPITER, o reino exclusivo do bem e da justiça! Chamados e Escolhidos!



 Além de nós...
Júpiter e alguns outros mundos!

Revista Espírita, março de 1858




Antes de entrarmos nos detalhes das revelações que os Espíritos nos fizeram, sobre o estado dos diferentes mundos, vejamos a quais conseqüências lógicas poderemos chegar, por nós mesmos e unicamente pelo raciocínio. Reportando-se à escala espírita que demos no precedente número, pedimos às pessoas desejosas de aprofundarem seriamente essa ciência nova, estudarem com cuidado esse quadro e dele se compenetrarem; nele encontrarão a chave de mais de um mistério.

O mundo dos Espíritos se compõe de almas de todos os humanos desta Terra e de outras esferas, desligadas dos laços corporais; do mesmo modo, todos os humanos são animados por Espíritos neles encarnados. Há, pois, solidariedade entre os dois mundos: os homens terão as qualidades e as imperfeições dos Espíritos com os quais estão unidos; os Espíritos serão mais ou menos bons ou maus, segundo os progressos que tiverem feito durante a sua existência corporal. Essas poucas palavras resumem toda a doutrina. Como os atos dos homens são o produto do seu livre arbítrio, levam a marca da perfeição ou da imperfeição do Espírito que os provocam. Ser-nos-á, pois, muito fácil fazermos uma idéia do estado moral de um mundo qualquer, segundo a natureza dos Espíritos que o habitem; poderemos, de algum modo, descrever a sua legislação, traçar o quadro dos seus costumes, dos seus usos, das suas relações sociais. Suponhamos, pois, um globo habitado, exclusivamente, por Espíritos da nona classe, por Espíritos impuros, e a ele nos transportemos pelo pensamento. Nele veremos todas as paixões desencadeadas e sem freio; o estado moral no último grau de embrutecimento; a vida animal em toda a sua brutalidade; nada de laços sociais, porque cada um não vive e não age senão para si e para satisfazer os seus apetites grosseiros; o egoísmo nele reina com soberania absoluta, e arrasta consigo o ódio, a inveja, o ciúme, a cupidez, a morte.

Passemos, agora, para uma outra esfera, onde se encontrem Espíritos de todas as classes da terceira ordem: Espíritos impuros, Espíritos levianos, Espíritos pseudo-sábios, Espíritos neutros. Sabemos que, em todas as classes dessa ordem, o mal domina; mas, sem terem o pensamento do bem, o do mal decresce à medida que se afastam da última classe, O egoísmo é sempre o móvel principal das ações, mas os costumes são mais brandos, a inteligência mais desenvolvida; o mal, aí, estará um pouco disfarçado, enfeitado e dissimulado. Essas próprias qualidades, engendram um outro defeito, que é o orgulho; porque as classes mais elevadas são bastante esclarecidas para terem consciência da sua superioridade, mas não o bastante para compreenderem o que lhes falta; daí a sua tendência à escravização das classes inferiores, e de raças mais fracas, que tenham sob o seu jugo. Não tendo o sentimento do bem, não têm senão o instinto do eu e acionam a sua inteligência para satisfazerem as suas paixões. Numa tal sociedade, se o elemento impuro domina, esmagará o outro; no caso contrário, os menos maus procurarão destruir os seus adversários; em todos os casos, haverá luta, luta sangrenta, luta de extermínio, porque são dois elementos que têm interesses opostos. Para proteger os bens e as pessoas, serão necessárias leis; mas essas leis serão ditadas pelo interesse pessoal e não pela justiça; o forte as fará, em detrimento do fraco.

Suponhamos, agora, um mundo onde, entre os elementos maus que acabamos de ver, se encontrem alguns dos de segunda ordem; então, em meio da perversidade, veremos aparecer algumas virtudes. Se os bons estiverem em minoria, serão vítimas dos maus; mas, à medida que aumente a sua preponderância, a legislação será mais humana, mais eqüitativa, e a caridade cristã não será, para todos, uma letra morta. Desse próprio bem, vai nascer um outro vício. Malgrado a guerra que os maus declarem, sem cessar, aos bons, não poderão impedi-los de os estimar em seu foro íntimo; vendo a ascendência da virtude sobre o vício, e não tendo nem a força e nem a vontade de praticá-la, procurarão parodiá-la; tomam-lhe a máscara; daí os hipócritas, tão numerosos em toda sociedade onde a civilização é imperfeita.

Continuemos nossa rota através dos mundos, e detenhamo-nos neste, que nos vai repousar um pouco do triste espetáculo que acabamos de ver. Não é habitado senão por Espíritos da segunda ordem. Que diferença! O grau de depuração que alcançaram exclui, entre eles, todo pensamento do mal, e só essa palavra nos dá a idéia do estado moral dessa feliz região. A legislação, aí, é bem simples, porque os, homens não têm do que se defenderem, uns contra os outros; ninguém quer o mal para o seu próximo, ninguém se apropria do que não lhe pertence, ninguém procura viver em detrimento do seu vizinho. Tudo respira a benevolência e o amor; os homens não procuram se prejudicar; não há ódio; o egoísmo é desconhecido e a hipocrisia não teria finalidade. Aí, todavia, não reina a igualdade absoluta, porque a igualdade absoluta supõe uma identidade perfeita no desenvolvimento intelectual e moral; ora, veremos, pela escala espiritual, que a segunda ordem compreende vários graus de desenvolvimento; haverá, pois, nesse mundo, desigualdades, porque uns serão mais avançados do que outros; mas, como entre eles não há senão o pensamento do bem, os mais elevados não conceberão nada de orgulho, e os outros nada de ciúme. O inferior compreende a ascendência do superior e se submete, porque essa ascendência é puramente moral e ninguém dela se serve para oprimir.

As conseqüências que tiramos, desses quadros, embora apresentadas de um modo hipotético, não deixam de ser perfeitamente racionais, e, cada um pode deduzir o estado social de um mundo qualquer, segundo a proporção dos elementos morais dos quais se o supõe composto. Vimos que, abstração feita da revelação dos Espíritos, todas as probabilidades são para a pluralidade dos mundos; ora, não é menos racional pensar que todos não estão num mesmo grau de perfeição, e que, por isso mesmo, nossas suposições podem muito bem ser realidades. Não os conhecemos, senão o nosso, de um modo positivo. Que categoria ele ocupa nessa hierarquia? Ah! basta considerar o que aqui se passa para ver que está longe de merecer a primeira categoria, e estamos convencidos de que, lendo estas linhas, já se lhe terá marcado seu lugar. Quando os Espíritos nos dizem que estão, senão na última, pelo menos nas últimas, o simples bom senso nos diz, infelizmente, que não se enganam; temos muito a fazer para elevá-lo à categoria daquele que escrevemos em último lugar, e temos muita necessidade que o Cristo venha nos mostrar o caminho.

Quanto à aplicação, que podemos fazer, do nosso raciocínio, aos diferentes globos do nosso turbilhão planetário, não temos senão os ensinamentos dos Espíritos; ora, para quem não admite senão provas palpáveis, é positivo que sua asserção, a esse respeito, não tenha a certeza da experimentação direta. No entanto, não aceitamos, todos os dias com confiança as descrições, que os viajantes nos fazem, de países que jamais vimos? Se nós não devêssemos crer senão por nossos olhos, não creríamos em grande coisa. O que dá aqui, um certo peso ao dizer dos Espíritos, é a correlação que existe entre eles, pelo menos nos pontos principais. Para nós, que fomos cem vezes testemunhas dessas comunicações, que pudemos apreciá-las em seus menores detalhes, que nelas escrutamos o forte e o fraco, observamos as semelhanças e as contradições, encontramos todos os caracteres da probabilidade; todavia, não lhes damos senão sob benefício de inventário, a título de notícias, aos quais cada um está livre para ligar a importância que julga adequada. Segundo os Espíritos, o planeta Marte seria ainda menos avançado do que a Terra; os Espíritos que nele estão encarnados pareceriam pertencer, quase exclusivamente, à nona classe, a dos Espíritos impuros, de sorte que o primeiro quadro, que demos acima, seria a imagem desse mundo. Vários outros pequenos globos estão, com algumas nuanças, na mesma categoria. A Terra viria em seguida; a maioria de seus habitantes pertence, incontestavelmente, a todas as classes da terceira ordem, e a parte menor às últimas classes da segunda ordem. Os Espíritos superiores, os da segunda e da terceira classe, nela cumprem, algumas vezes, uma missão de civilização e progresso, e são exceções. Mercúrio e Saturno vêm depois da Terra. A superioridade numérica de bons Espíritos lhes dá a preponderância sobre os Espíritos inferiores, do que resulta uma ordem social mais perfeita, relações menos egoístas, e, por conseqüência, uma condição de existência mais feliz. A Lua e Vênus estão quase no mesmo grau e, sob todos os aspectos, mais avançados do que Mercúrio e Saturno. Juno (Juno é o nome de uma divindade itálica. Deve ter ocorrido um lapso do autor, uma vez que não ha, no nosso sistema solar, nenhum planeta com este nome. N. do T.) e Urano seriam ainda superiores a esses últimos. Pode-se supor que os elementos morais, desses dois planetas, são formados das primeiras classes da terceira ordem e, na grande maioria, de Espíritos da segunda ordem. Os homens, neles, são infinitamente mais felizes do que sobre a Terra, pela razão de que não têm nem as mesmas lutas a sustentar, nem as mesmas tribulações a suportar, e não estão expostos às mesmas vicissitudes físicas e morais.

De todos os planetas, o mais avançado, sob todos os aspectos, é Júpiter. Ali, é o reino exclusivo do bem e da justiça, porque não há senão bons Espíritos. Pode-se fazer um idéia do feliz estado dos seus habitantes pelo quadro que demos do mundo habitado sem a participação dos Espíritos da segunda ordem.

A superioridade de Júpiter não está somente no estado moral dos seus habitantes; está, também, na sua constituição física. Eis a descrição que nos foi dada, desse mundo privilegiado, onde encontramos a maioria dos homens de bem que honraram nossa Terra pelas suas virtudes e seus talentos.

A conformação dos corpos é quase a mesma desse mundo, mas é menos material, menos denso e de uma maior leveza específica. Ao passo que rastejamos penosamente na Terra, o habitante de Júpiter se transporta, de um lugar para outro, roçando a superfície do solo, quase sem fadiga, como o pássaro no ar ou o peixe na água. Sendo a matéria, da qual o corpo está formado, mais depurada, ela se dissipa, depois da morte, sem ser submetida à decomposição pútrida. Ali não existe a maioria das enfermidades que nos afligem, sobretudo aquelas que têm sua fonte nos excessos de todos os gêneros e na desordem causada pelas paixões. A alimentação está em relação com essa organização etérea; não seria bastante substanciosa para os nossos estômagos grosseiros, e a nossa seria muito pesada para eles; ela se compõe de frutas e plantas, e, aliás, haurem, de algum modo, a maior parte do meio ambiente do qual aspiram as emanações nutritivas. A duração da vida é, proporcionalmente, muito maior que sobre a Terra; a média equivale a cinco dos nossos séculos. O desenvolvimento também é muito mais rápido, e a infância dura apenas alguns de nossos meses.

Sob esse envoltório leve, os Espíritos se desligam facilmente e entram em comunicação recíproca unicamente pelo pensamento, sem excluir, todavia, a linguagem articulada; também a segunda vista é, para a maioria uma faculdade permanente; seu estado normal pode ser comparado ao dos nossos sonâmbulos lúcidos; é também porque se manifestam, a nós, mais facilmente do que aqueles que estão encarnados em mundos mais grosseiros e mais materiais. A intuição que têm do futuro, a segurança que lhes dá uma consciência isenta de remorsos, fazem com que a morte não lhes cause nenhuma apreensão; vêem-na chegar sem medo e como uma simples transformação.

Os animais não estão excluídos desse estado progressivo, sem se aproximarem, entretanto, do homem, mesmo sob o aspecto físico; seus corpos, mais materiais ligam-se ao solo, como nós à Terra. Sua inteligência ó mais desenvolvida do que nos nossos; a estrutura dos seus membros se dobra a todas exigências do trabalho; são encarregados da execução de obras manuais; são os servidores e os operários: as ocupações dos homens são puramente intelectuais. O homem é, para eles, uma divindade, mas uma divindade tutelar que jamais abusa do seu poder para oprimi-los.

Os Espíritos que habitam Júpiter, geralmente, se comprazem, quando querem se comunicar conosco na descrição do seu planeta, e quando se lhes pergunta a razão, respondem que é a fim de nos inspirar o amor ao bem pela esperança de, para lá, ir um dia. Foi com esse objetivo que um deles, que viveu na Terra com o nome de Bernard Palissy, o célebre oleiro do décimo sexto século, empreendeu, espontaneamente e sem ser solicitado para isso, uma série de desenhos tão notáveis, tanto pela sua singularidade quanto pelo talento da execução, e destinado a nos dar a conhecer, até nos menores detalhes, esse mundo tão estranho e tão novo para nós. Alguns retratam personagens, animais, cenas da vida privada; mas, os mais notáveis, são aqueles que representam habitações, verdadeiras obras-primas das quais nada sobre a Terra poderia nos dar uma idéia, porque essa não parece com nada do que conhecemos; é um gênero de arquitetura indescritível, tão original e, no entanto, tão harmoniosa, de uma ornamentação tão rica e tão graciosa, que desafia a mais fecunda imaginação. O senhor Victorien Sardou, jovem literato e dos nossos amigos, cheio de talento e de futuro mas em nada desenhista, lhes serviu de intermediário. Palissy nos promete uma série que nos dará, de algum modo, a monografia ilustrada desse mundo maravilhoso. Esperamos que essa curiosa e interessante coletânea sobre a qual voltaremos num artigo especial consagrado aos médiuns desenhistas, poderá ser, um dia, entregue ao público.

O planeta Júpiter, apesar do quadro sedutor que dele nos foi dado, não é o mais perfeito entre os mundos. Há outros, desconhecidos para nós, que lhes são bem superiores, no físico e no moral, e cujos habitantes gozam de uma felicidade ainda mais perfeita; lá é a morada dos Espíritos mais elevados, cujo envoltório etéreo nada mais tem das propriedades conhecidas da matéria.

Várias vezes, perguntaram-nos se pensamos que a condição do homem nesse mundo é um obstáculo absoluto a que pudesse passar, sem intermediário, da Terra para Júpiter. A todas as questões que tocam à Doutrina Espírita, jamais respondemos segundo as nossas próprias idéias, contra as quais estamos sempre desconfiando. Limitamo-nos a transmitir o ensinamento que nos foi dado, ensinamento que não aceitamos com leviandade e com um entusiasmo irrefletido. À questão acima, respondemos simplesmente, porque tal é o sentido formal das nossas instruções e o resultado das nossas próprias observações: SIM, o homem, deixando a Terra, pode ir imediatamente para Júpiter, ou para um mundo análogo, porque esse não é único dessa categoria. Pode-se disso ter a certeza? NÃO. Pode-se para lá ir porque há, sobre a Terra, embora em pequeno número, Espíritos bastante bons e bastante desmaterializados para não serem deslocados para um mundo onde o mal não tem acesso. Não há a certeza disso, porque pode-se se iludir sobre o mérito pessoal, e pode-se, aliás, ter uma outra missão a cumprir. Aqueles que podem esperar esse favor, não são, seguramente, nem os egoístas, nem os ambiciosos, nem os avaros, nem os ingratos, nem os ciumentos, nem os orgulhosos, nem os vaidosos, nem os hipócritas, nem os sensuais, nem nenhum daqueles que estão dominados pelo amor aos bens terrestres; a estes, talvez, seja preciso, ainda, longas e rudes provas. Isso depende de sua vontade.

http://www.espirito.org.br/portal/download/pdf/revista-espirita-1858.pdf

sábado, 16 de fevereiro de 2013

NÃO TE DETENHAS!



A calúnia afetou o teu comportamento, desanimando-te, porque lhe deste ouvido.
A maledicência causou-te danos porque lhe permitiste consideração.
A perturbação alcançou os teus ideais, porque fizeste uma pausa para conceder-lhe cidadania.
O ódio te macerou, porque o agasalhaste no amor-próprio ferido.
A disputa desgostou-te o trabalho, porque te permitiste engalfinhar na peleja imprópria.
A dúvida se estabeleceu em teus painéis mentais, porque paraste na ação, perdendo tempo de alto valor.
Os acusadores estão sempre em faixa inferior de vibração.
Concedeste-lhes atenção demasiada, esperando que a opinião geral fosse a teu favor e descuraste de auscultar a opinião de Deus.
Se trabalhas no bem e te acusam; se és generoso e te denominam estroina; se és humilde e te chamam parvo; se és disciplinado
e te apontam como rigoroso; se és cumpridor dos deveres e te execram por isso; se insistes na prece e na ação evangélica, e te menosprezam, esta é a opinião dos ociosos e dos fiscais da vida alheia, no entanto, não é o conceito que de ti faz o Pai de Misericórdia.
Não te detenhas.
Não te deixes afligir pelas opiniões desencontradas que te chegam, gerando sombra ou tumulto.
Acata as sugestões que conclamam à ordem, que inspiram a paz e fomentam o progresso, sem extravagância nem acusação.
Sempre houve e haverá aqueles que produzem e aqueloutros que apenas opinam, acusam e perseguem.
Todos passam, mas a obra dos realizadores permanece, desafiadora, tempos a fora, felicitando as vidas em nome do Bem.

Joanna de Ângelis


Do livro “Viver e Amar”


Psicografia de Divaldo Pereira Franco

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

SUICÍDIO DE ANIMAIS! Você já parou para pensar sobre isso?




Contava o Morning-Post, há alguns dias, a estranha história de um cão que se teria suicidado. O animal pertencia a um senhor chamado Home, de Frinsbury, perto de Rochester. Parece que certas circunstâncias haviam levado a considerá-lo suspeito de hidrofobia e que, por conseguinte, evitavam-no e o mantinham afastado da casa tanto quanto possível. Ele parecia experimentar muito desgosto por ser assim tratado, e durante alguns dias notaram que ele estava de humor sombrio e magoado, mas sem mostrar ainda qualquer sintoma de raiva. Sexta-feira viram-no deixar o seu nicho e dirigir-se para a residência de um amigo íntimo de seu dono, em Upnor, onde recusaram acolhê-lo, o que lhe arrancou um grito lamentável.

“Depois de esperar algum tempo diante da casa sem obter permissão para entrar, decidiu-se a partir, e viram-no caminhar na direção do rio que passa perto dali, descer a barranca com passo deliberado e em seguida, depois de voltar-se e emitir uma espécie de uivo de adeus, entrar no rio, mergulhar na água e, ao cabo de um ou dois minutos, reaparecer à tona, sem vida.

“Este ato de suicídio extraordinário, segundo dizem, foi testemunhado por grande número de pessoas. O gênero de morte prova claramente que o animal não estava hidrófobo.

“Tal fato parece muito extraordinário. Sem dúvida encontrará incrédulos. Não obstante, diz o Droit, não lhe faltam precedentes.

“A história nos conservou a lembrança de cães fiéis que se entregaram a uma morte voluntária, para não sobreviverem a seus donos. Montaigne cita dois exemplos, tirados da Antiguidade: “Hyrcanus, o cão do rei Lisímaco, seu senhor morto, ficou obstinado sobre sua cama, sem beber nem comer, e no dia em que queimaram o corpo de seu senhor, ele correu e atirou-se no fogo, onde foi queimado, como fez também o cão de um tal Pyrrhus, porque ele não saiu de cima do leito do seu dono desde que ele morreu, e quando o levaram, deixou-se levar com ele, e finalmente lançou-se na fogueira onde queimavam o corpo de seu dono.” (Essais, liv. II, cap. XII). Nós mesmos registramos, há alguns anos, o fim trágico de um cão que tendo perdido a estima de seu dono, e não achando consolo, tinha-se precipitado do alto de uma passarela no canal Saint-Martin. O relato muito circunstanciado que então fizemos do caso jamais foi contraditado e não deu lugar a qualquer reclamação das partes interessadas.”
(Petit Journal, 15 de maio de 1866).


Não faltam exemplos de suicídio entre os animais. Como se disse acima, o cão que se deixa morrer de inanição pelo pesar de haver perdido o dono, realiza um verdadeiro suicídio. O escorpião, cercado por carvões acesos, vendo que não pode sair, mata-se. É uma analogia a mais a constatar entre o espírito do homem e o dos animais.

A morte voluntária de um animal prova que ele tem consciência de sua existência e de sua individualidade. Ele compreende o que é a vida e a morte, pois escolhe livremente entre uma e outra. Ele não é, portanto, uma máquina, e não obedece exclusivamente a um instinto cego, como se supõe. O instinto impele à procura dos meios de conservação, e não de sua própria destruição.

Fonte: http://www.ipeak.com.br/site/estudo_janela_conteudo.php?origem=6012&idioma=1

BULA DO REMÉDIO “Autoconhecimento”



AUTOCONHECIMENTO®

Formas Farmacêuticas e apresentações

AUTOCONHECIMENTO® 1000mg (USO DO IMATURO)

AUTOCONHECIMENTO® 500mg (USO DO DESPERTO)

AUTOCONHECIMENTO® 250mg (USO DO ATENTO)

Nome Genérico

“Scire-te” (Do latim, Conhece-te a ti mesmo.)

Uso

Recomenda-se que ao menos ao despertar do sono físico e antes de mergulhar nele, seja ministrado uma dose de alguns minutos. Use meditação e prece como catalisadores.

(Catalisador é toda e qualquer substância que acelera uma reação.)


Composição

Reflexão

Autoanálise

Descoberta íntima

Elevação

Ação esperada do medicamento

Atuar como chave da melhoria individual a partir do reconhecimento do que necessita de reforma em cada um e da descoberta das potências ocultas.

Cuidados de armazenamento

Guarde as descobertas para você, mas aplique-as sempre no mundo.

Cuidados de Administração

Use mais em você do que nos outros; caso contrário, estarás vendo a palhinha no olho do outro e esquecendo da trave no seu.

(Ver em: O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo X, item 9.)

Deve-se seguir minuciosamente as orientações para que tenha o efeito esperado.

Interrupção do tratamento

Pode causar estagnação no progresso moral, sob pena de reencarnações em circunstâncias menos favoráveis.

Indicações

Necessário a todo filho de Deus.


Contraindicações

Quem deseja ser infeliz deve abster-se do uso.

Precauções e Advertências

“(...) mas, direis, como julgar-se a si mesmo? Não teremos a ilusão do amor próprio que diminui as faltas e as torna desculpáveis? O avarento se considera simplesmente econômico e previdente; o orgulhoso acredita ter apenas dignidade.

Isto é muito verdadeiro, mas tendes um meio de controle que não pode enganarvos.

Quando estiverdes indeciso sobre o valor de uma de vossas ações, perguntai a vós mesmos como a qualificaríeis, se ela fosse praticada por uma outra pessoa; se a censurais em outrem, ela não poderia ser legítima em vós, pois Deus não tem duas medidas de justiça.”

Superdosagem

Não há risco de alergias ou dependências, aliás AUTOCONHECIMENTO® é um antialérgico natural, que previne as reações instintivas viciosas do paciente, preparando-o para ações mais elaboradas.

Lavar-se com ou ingerir abundantemente a água da perseverança, para que não desistamos de nós mesmos, nutrindo absoluta confiança no ilimitado amor de Deus por todos nós.

Reações Adversas

Certamente, nos primeiros anos, trará profundos incômodos, pois descobrir-se dói, mas uma vez estabelecida a rotina medicamentosa, só traz benefícios.

Pode causar desconforto, pode atordoar as pessoas que não admitirem ser espíritos imortais, mas mesmo essas reações chamadas “desilusões” serão benéficas a longo prazo, já que tira o paciente do estado de

“ilusão”.

Posologia

“Perguntai, portanto, a vós mesmos e interrogai-vos sobre o que tendes feito, e com que objetivo agistes em tal circunstância; se fizestes alguma coisa que censuraríeis, da parte de outrem; se praticastes uma ação que não ousaríeis confessar.

Perguntai ainda isto: Se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, teria eu que temer o olhar de alguém, ao retornar ao mundo dos espíritos, onde nada fica oculto? Examinai o que podeis ter praticado

contra Deus, depois, contra o vosso próximo e, finalmente, contra vós mesmos.

As respostas serão um repouso para vossa consciência ou a indicação de um mal que precisa ser curado.”

(Citações retiradas da questão 919 de O Livro dos Espíritos, Edições Léon Denis.)


Fonte: 29o Encontro Espírita sobre “O Livro dos Espíritos”

Quem Sou Eu e como Serei no Futuro?

Período: 10, 11 e 12 de fevereiro de 2013

http://www.celd.org.br/slide1.php

Ser Útil



Ser útil: A grande felicidade



Instruímo-nos sempre e é nosso dever espalhar 
o conhecimento, seguindo o conselho de Jesus 
que disse “ não se colocar a luz sob o alqueire “. 
Ela deve iluminar a todos e cada um de nós é 
uma chama viva que irá clarear outras mentes,
 repetindo o que por nós fizeram.
Por sua vez, a luz que acendermos irá ensejar 
a iluminação de outros. Assim, a sabedoria irá 
sendo ministrada numa progressão geométrica 
e ninguém poderá alegar não ter tido 
conhecimento, porque viveu no escuro.
Foi-nos proporcionada hoje uma rara 
apresentação da bondade e do grande poder 
divino, quando nos envolveram os suaves 
raios benfazejos vindos do espaço sem fim, 
fazendo-nos sentir a leveza dos anjos e a 
alegria dos justos. Bendita seja essa hora de 
elevação, quando nos irmanamos com um só pensamento: 
o de ser útil. Sim, porque, 
enquanto os irmãos encarnados buscam em 
nós o amparo de que necessitam e o conforto
que querem distribuir, nós também 
procuramos encontrar nos nossos irmãos 
Superiores as virtudes que desejamos 
transmitir, as quais ainda não se encontram 
bem desenvolvidas em nosso ser, carente 
de maior desenvolvimento evolucional.
Assim sendo, forma-se uma corrente 
ascendente que resulta em uma ligação com 
o etéreo e de lá materializam-se as formas
belas da natureza, aperfeiçoadas pelo amor 
com que são criadas
pelas mentes superiores e sobre nós se 
derramam com suavidade, trazendo-nos 
as virtudes próprias das criaturas que as 
emanam.Muito bem, tudo isso é real e 
constitui uma benção para todos nós, 
mas é necessário que 
saibamos receber todos esses benefícios e 
assimilar bem a energia que nos é 
transmitida.Essa energia, ao nos alcançar, 
se transforma, adquirindo a mesma natureza
do corpo que a recebe, ou melhor dizendo, 
do ser que a atrai, 
e nele se integra, fazendo reforço às 
combalidas forças dos que ainda são 
incapazes de se manterem em contato 
perene com o Pai da criação.



Trecho extraído do livro
Novas mensagens de
Luiz sergio


Escolas Antigas - Desde a mais recuada antigüidade o homem sentiu necessidade imperiosa quão inadiável de vencer a dor e as vicissitudes, libertando-se da angústia e superando o medo da morte. Sustentado nos primeiros tentames pela inspiração espiritual buscou na intimidade dos santuários a elucidação de vários dos enigmas que o afligiam, para diminuir a crueza das perspectivas de sombra e morte a que se via constrangido considerar. No entanto, com o nascimento das primeiras escolas de pensamento, que buscavam, através dos seus insignes mestres, a elucidação dos tormentosos mistérios a respeito da vida, perlustrou roteiros diversos, ora em ansiedade, ora em lassidão, padronizando por meio de regras fixas uma conceituação filosófica de tal modo eficaz que o libertasse do medo, fazendo-o tranqüilo.
Sem remontarmos à Antigüidade Oriental estabeleceu-se, a princípio, na Grécia, que a felicidade se nutre do belo, por meio do gozo que decorre da cultura do espírito.
Enquanto viveu, Epicuro procurou demonstrar que a sabedoria é verdadeiramente a chave da felicidade, mediante a qual o homem desenvolve as inatas aptidões da beleza, fruindo a satisfação de atender as mais fortes exigências do ser.
Pugnavam os epicuristas pela elevação de propósitos, demonstrando que as sensações devem ceder lugar às emoções de ordem superior, a fim de que o homem se vitaliza com as legítimas expressões do belo, conseqüentes aos exercícios da virtude por meio da qual há uma superior transferência dos desejos carnais para as alegrias espirituais.
Posteriormente o ideal epicurista, também chamado hedonista, sofreu violenta transformação, passando essa Escola a representar um conceito deprimente, por expressar gozo, posse, prazer sensual. Fixaram os descendentes do filósofo de Samos - que elaborara o seu pensamento nas lições de Demócrito oferecendo-lhe vitalidade moral - , o epicurismo nas lutas pela propriedade, ensinando que o homem somente experimenta felicidade quando pode gozar, seja através do sexo desgovernado ou mediante o estômago saciado. Fomentaram a máxima: possuir para gozar, ter para sobreviver, esquecidos de que a posse possui o seu possuidor, não poucas vezes, atormentando-o, por fazê-lo escravo do que tem.
Antes do pensamento epicurista, Diógenes, cognominado o Cínico, graças à sua forma de encarar e viver a vida, estabelecia que o homem deve desdenhar todas as leis, exceto as da Natureza, vivendo de acordo com a própria consciência e com total desprezo pelas convenções humanas e sociais. Era um retorno às manifestações naturais da vida, em harmonia com o direito de liberdade em toda a sua plenitude. Pela forma como conceituava a Filosofia, incorporando-a à prática diária, foi tido por excêntrico.
Desdenhando os bens transitórios passou a habitar um tonel. E como visse oportunamente um jovem a sorver água cristalina que tomava de uma fonte com as mãos em concha, despedaçou a escudela de que se servia por considerá-la inútil e supérflua, passando a fazer como acabava de descobrir... Desconsiderou, em Corinto, o convite que lhe fora feito por Alexandre Magno, desprezando a honra de governar o mundo ao seu lado e admoestando-o por tomar-lhe o que chamava "o meu sol".
Fundamentada no amor à Natureza e suas leis, a doutrina cínica considerava a desnecessidade do supérfluo e a perfeita integração do homem na vida, pois que nada possuindo não podia temer a perda de coisa alguma, desenvolvendo o sentido ético do "respeito à vida". Os continuadores exaltados, porém, transformaram-na em uma reação contra as regras da vida, semeando o desdém ou proclamando uma liberdade excessiva, a degenerar-se em libertinagem.
Toda vez que o direito precede ao dever esse desequilibra-se pela ausência de bases que lhe sustentem os interesses, pois que, somente pode usufruir quem haja retamente exercido o compromisso que a vida lhe impõe.
A liberdade é o direito inato, mas desde quando perturba o direito alheio faz-se prejuízo da comunidade em que se exterioriza.
Enquanto o homem não adquire o legítimo amadurecimento espiritual que o faz espírito adulto, não pode viver em regime de liberdade total, por faltar-lhe responsabilidade.
Contemporaneamente, floresceu o pensamento estóico, cujos fundamentos estão acima da condição da posse ou da ausência dela, mas da realidade do ser, do tornar-se. Zenão de Cício, seu preconizador, expunha, vigoroso, quanto à necessidade de se banirem da vida as expressões da afetividade e da emotividade, que, segundo lhe parecia, causavam apego e produziam dor. Desejando libertar o homem de qualquer retentiva na retaguarda, predispunha-o para enfrentar as vicissitudes e os sofrimentos com serenidade, libertando-o de toda constrição capaz de o infelicitar. Ensinava que o essencial na vida é a própria vitalidade interna, o encontro com o eu, tangenciando-o para a suprema forma das atitudes de natureza subjetiva. "O homem são os seus valores íntimos", lecionava, desejoso de fazer que o conceito fecundasse na alma humana. No entanto, pelo impositivo de reação aos elementos constitutivos o afeto e da emoção, não conseguiu oferecer a segurança básica para a felicidade, por tornar o homem inautêntico, transformado em máquina insensível ao amor, à beleza, ao sofrimento...
À mesma época, viveu Sócrates, considerado o pai da ciência moral, que a exemplificou em si mesmo, em caráter apostolar. Criticando e satirizando os falsos conceitos estabeleceu as regras da virtude, aplicando-as na própria vida. A sua dialética a expressar-se, não raro de forma irônica, combatia os males que os homens fomentam para gozarem de benefícios imediatos, objetivando com essa atitude de reta conduta o bem geral, a felicidade comunitária.
Diante dos juízes que o examinavam sob pretexto falso, manteve serenidade superior, sendo um precursor do pensamento cristão, relevantes como eram suas preciosas lições.
E diante da morte que lhe foi imposta, através da cicuta que sorveu, conservou absoluta serenidade, conforme se constata pouco antes dela pelo célebre diálogo mantido com Críton, seu jovem e nobre discípulo, que o visitara no cárcere. "O homem não são as suas roupas, o seu invólucro, mas o seu espírito"- afirmou, integérrimo, preferindo o cárcere e a morte à desonra, ele que devia ensinar conduta reta e consciência tranqüila. O seu legado ético é de relevante valor moral e espiritual, rescendendo o sutil aroma da sua filosofia de vida no idealismo que Platão apresenta nos memoráveis Diálogos, que refletem sempre a grandeza do mestre, verdadeiro pioneiro das idéias cristãs e espíritas.
Conceituação Moderna - Abandonando o empirismo através dos tempos, o pensamento atingiu o período tecnológico, estabelecendo a chamada "sociedade de consumo" e fomentando entre as nações a divisão dos países segundo o desenvolvimento, subdesenvolvimento e o terceiro mundo. Resultado de diversas guerras calamitosas e destruidoras o espírito hodierno experimentou vicissitudes jamais imaginadas, derrapando pelos resvaladouros do pessimismo e do imediatismo, em busca de soluções apresentadas para os velhos e magnos problemas da vida, sem encontrar a fórmula correta para atingir a felicidade.
As lutas de classes e o despotismo do poder, incrementados pelas paixões da posse, estabeleceram as regras da usurpação, gerando a miséria social em escala sem precedentes, graças ao desmedido conforto de alguns poucos com absoluta indiferença ante o abandono das coletividades espoliadas. O homem moderno, no entanto, parece ter-se perdido a si mesmo, conquanto as luzes clarificantes do pensamento cristão insistindo teimosamente para romperem a treva do dogmatismo e da insatisfação filosófica. O século XIX, herdando as valiosas lições de liberdade e justiça dos pensadores e paladinos do último quartel da centúria anterior, encarregou-se de zombar da fé, e o ceticismo apoderou-se das consciências que foram arrojadas na direção do futuro sem paz e em desesperança, na busca dos roteiros libertadores.
Depois da Segunda Guerra Mundial o existencialismo reconduziu o homem à caverna, fazendo-o mergulhar nos subterrâneos das grandes metrópoles e ali entregando-se à fuga da consciência e da razão pelo prazer, numa atitude de desconsideração pela vida, alucinado pelo gozo imediato.
Da aberração pura e simples a desequilíbrio cada vez mais grave, renovando-se os painéis de paixões exacerbadas, a juventude desgovernou-se e a filosofia da "flor e do amor" assumiu proporções alarmantes, na atualidade, conclamando os homens éticos e pugnadores da ciência da alma a atitudes de urgente e severa observação, para procederem à elaboração de novos conceitos filosóficos capazes de estancarem a onda de sexo, erotismo e degradação que de tudo e todos se apodera. Todo o velho sistema de Diógenes, condimentado pelo superluxo e supremo desinteresse pela vida, eclodiu nas últimas manifestações filosóficas, transformando os alucinógenos e barbitúricos em apetecidos manjares para as fugas espetaculares à realidade e mergulho do nada, do qual despertam mais apáticos, amargos e inditosos.
Sem qualquer fundamento ético, abandonando a afirmação otimista da vida, o homem moderno atravessa e vive poderosa crise filosófica que o aparvalha ante os prognósticos deprimentes sobre o futuro.
Os fantasmas da guerra e os fluidos dos preconceitos de várias ordens, mantidos multissecularmente a exsudarem miasmas venenosos, surpreendem a atual sociedade, gerando anarquia e violência sob os estímulos de paixões desregradas, levadas à máxima exteriorização. O homem recorda a vida tribal e procura fugir das regras estabelecidas, por desvitalizadas, buscando criar comunidades para o prazer com comunhão com a Natureza.
Atormentado, porém, pelo desequilíbrio interior, infesta o ideal de liberdade com a virulência dos instintos em descontrole, obliterando as fontes do discernimento, com que engendra argutos programas de alucinação e morte, sem lobrigar o cobiçado aniquilamento, o róseo fim de sonho e esquecimento...
Felicidade e Jesus - Estabelecendo, conforme o Eclesiastes, que a verdadeira "felicidade não é deste mundo", Jesus preconizou que o homem deve viver no mundo sem pertencer a ele, facultando-lhe o autodescobrimento para superar o instinto e sublimá-lo com as conquistas da razão, a fim de planar nas asas da angelitude. Não é feliz o homem em possuir ou deixar de possuir, mas pela forma como possui ou como encara a falta de posse. O homem é mordomo, usufrutário dos talentos de que se encontra temporariamente investido na condição de donatário, mas dos quais prestará contas. O ter ou deixar de ter é conseqüência natural de como usou ontem a posse e de como usará hoje os patrimônios da vida, que sempre pertencem à própria vida, representando Nosso Pai Excelso e Criador.
Situando no "amar ao próximo como a si mesmo" a pedra fundamental da felicidade, o Cristo condiciona a existência humana ao supremo esforço do labor do bem em todas as direções e latitudes da vida, dirigido a tudo e todos, e elucida que cada um possui o que doa. A felicidade é o bem que alguém proporciona ao seu próximo. O eu se anula, então, para que nasça a comunidade equilibrada, harmônica e feliz. A alegria de fazer feliz é a felicidade em forma de alegria.
Construída nas bases da renúncia e da abnegação a felicidade não é imediata, fugaz, arrebatadora e transitória. Caracteriza-se pela produtividade através do tempo e é mediata, vazada na elaboração das fontes vitais da paz de todos, a começar de hoje e não terminar nunca. Por isso não é "deste mundo".
Vivendo as dores e necessidades do povo, Jesus padronizou a busca da felicidade no amor por ser a única fonte inexaurível, capaz de sustentar toda aflição e vencê-la, paulatinamente. E amando, imolou-se num ideal de suprema felicidade.
Espiritismo e Felicidade - Concisa e vigorosamente fundamentada no Cristianismo, a Doutrina Espírita apresenta a felicidade e a desgraça como sendo a conseqüência das atitudes que o homem assume na rota evolutiva pelo cadinho das incessantes reencarnações.
O espírito é a soma das suas vidas pregressas.
Quanto haja produzido reaparece-lhe como título de paz ou promissória de resgate, propondo, o homem mesmo, as diretrizes e as aquisições do caminho a palmilhar. Quanto hoje falta, amanhã será completado. O excesso, hoje em desperdício, é ausência na escassez do futuro. Todo o bem que se pode produzir é felicidade que se armazena.
A filosofia da felicidade à luz do Espiritismo se compõe da correta atitude atual do homem em relação à vida, a si mesmo e ao próximo, estatuindo vigorosos lances que ele mesmo percorrerá no futuro. As dores, as ansiedades e as limitações são exercício de morigeração a seu próprio benefício, transferindo ou aproximando o momento da libertação dos males que o afligem.
A consciência da responsabilidade oferece ao homem a filosofia ideal do dever e do amor.
Respeito à vida com perfeita integração no espírito da vida - eis a rota a palmilhar.
Serviço como norma de elevação e renúncia em expressão de paz interior.
Servindo, o homem adquire superioridade, e, doando-se, conquista liberdade e paz.
Nem posse excessiva nem necessidade escravizante.
Nem poder escravocata nem a indiferença malsinante.
O amor e a caridade como elevadas expressões do sentimento e da inteligência, conduzindo as aspirações do espírito, que tem existência eterna, indestrutível, sobrevivendo à morte e continuando a viver, retornando à carne e prosseguindo em escala ascensional, na busca ininterrupta da integração no concerto sublime do Cosmo, livre de toda dor e toda angústia da sombra e da roda das reencarnações inferiores, feliz, enfim!
Estudo e Meditação:
"Pode o homem gozar de completa felicidade na Terra?
Não, por isso que a vida lhe foi dada como prova ou expiação. Dele, porém, depende a suavização de seus males e o ser tão feliz quanto possível na Terra." (O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, questão 920.)
"Em tese geral pode afirmar-se que a felicidade é uma utopia a cuja conquista as gerações se lançam sucessivamente, sem jamais lograrem alcançá-la. Se o homem ajuizado é uma raridade neste mundo, o homem absolutamente feliz jamais foi encontrado." (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, cap. V, item 20.)

Texto extraído do livro Estudos Espíritas, de Divaldo Pereira Franco pelo espírito de Joanna de Ângelis.



Em todos os tempos da história temos relatos os mais diversos sobre curas milagrosas usando a imposição das mãos. A Bíblia talvez seja o livro mais famoso que narra as mais diferentes curas: “E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe dizendo: Quero. Fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo de sua lepra”. (Mateus, Cap. VIII, v. 3). Nos povos indígenas, a figura do Pajé se mostra um grande curador que utiliza suas mãos para tal. As Bezendeiras que fazem parte da cultura popular, também possuem seus métodos de cura, e um grande prestígio, em especial nas cidades interioranas. No oriente, relatos mais antigos que a bíblia nos remete a religiosos que curavam as mais diversas mazelas utilizando-se somente das mãos, inclusive uma prática que se originou no oriente: o Reike, terapia que utiliza principalmente a imposição das mãos, assim como o Karuna. A Cura Prânica, também é uma terapia que utiliza as mãos para curar.
Franz Anton Mesmer foi um dos primeiros a pesquisar cientificamente esta prática. Médico austríaco, criador da teoria do magnetismo animal conhecida pelo nome de Mesmerismo, nasceu a 23 de maio de 1734 em Iznang, em uma pequena vila perto do Lago Constance. Estudou teologia em Ingolstadt e formou-se em medicina na Universidade de Viena. Em 1775, após muitas experiências, Mesmer reconhece que pode curar mediante a aplicação de suas mãos. Acredita que delas se desprende um fluido que alcança o doente. Declara: "De todos os corpos da Natureza, é o próprio homem que com maior eficácia atua sobre o homem". A doença seria apenas uma desarmonia no equilíbrio da criatura, opina ele. Mesmer, que nada cobrava pelos tratamentos, preferia cuidar de distúrbios ligados ao sistema nervoso. Além da imposição das mãos sobre os doentes, estendia o benefício a maior número de pessoas, magnetizando a água, pratos, etc. Cujo contato submetia os enfermos. Inventada a cuba mesmérica (Fig.1), passou a atender 30 pacientes por sessão, 300 diariamente. A cuba consistia num recipiente com água magnetizada, do qual saiam numerosas varas de ferro, em cujos extremos pontiagudos se prendiam os doentes, colocando estas pontas em suas partes enfermas
Produziam-se, então, variadas reações nervosas ou histéricas, com efeitos curativos em muitos casos. Mesmer praticou durante anos o seu método de tratamento em Viena e em Paris, com evidente êxito, mas ele acabou expulso de ambas as cidades pela inveja e incompreensão de muitos. Depois de cinco tentativas para conseguir exame judicioso do seu método de curar, pelas academias, é que publica, em 1779, a "Dissertação sobre a descoberta do magnetismo animal", na qual afirma que esta é uma ciência com princípios e regras, embora ainda pouco conhecida. Em 1784, o governo francês nomeou uma comissão de médicos e cientistas para investigar suas atividades. Benjamin Franklin foi um dos membros dessa comissão, que acabou por constatar a veracidade das curas, porém as atribuíram não ao magnetismo animal, mas a outras causas fisiológicas desconhecidas.
Atualmente no Brasil esta prática é muito difundida nos centros espíritas espalhados por todo o país, juntamente com a administração de "água fluidificada"; observam-se várias formas de aplicação de passes, como é chamado o ato nos centros espíritas. O Codificador da Doutrina reflete:
O magnetismo preparou o caminho para o Espiritismo, e os rápidos progressos desta última doutrina são incontestavelmente devidos à vulgarização das idéias acerca da primeira. Dos fenômenos magnéticos, do sonambulismo e do êxtase às manifestações espíritas, não há senão um passo; sua conexão é tal, que é, por assim dizer, impossível falar de um sem falar de outro. (Kardec, Allan. Revista Espírita, 1858).
Kardec ainda esclarece:
O Espiritismo e o Magnetismo (Animal) nos dão a chave de uma imensidade de fenômenos sobre os quais a ignorância teceu um sem-número de fábulas, em que os fatos se apresentam exagerados pela imaginação. O conhecimento lúcido dessas duas ciências que, a bem dizer, formam uma única, mostrando a realidade das coisas e suas verdadeiras causas, constitui o melhor preservativo contra as idéias supersticiosas, porque revela o que é possível e o que é impossível, o que está nas leis da Natureza e o que não passa de ridícula crendice (Kardec, Alan. O Livro dos Espíritos, questão 555).
Certas pessoas têm realmente o dom de curar por simples contato?
– O poder magnético pode chegar até isso, quando é secundado pela pureza de sentimentos e um ardente desejo de fazer o bem, porque então os bons Espíritos auxiliam. Mas é necessário desconfiar da maneira por que as coisas são contadas, por pessoas muito crédulas ou muito entusiastas, sempre dispostas a ver o maravilhoso nas coisas mais simples e mais naturais. É necessário também desconfiar dos relatos interesseiros, por parte de pessoas que exploram a credulidade em proveito próprio. (Kardec, Alan. O Livro dos Espíritos, questão 556).
É comum pessoas que assistem às palestras espíritas tomarem o passe e beberem da água ao final das palestras, como em um ritual, mas qual é o conceito da água “fluidificada”? E de onde surgiu esse conceito? A água é capaz de reter campos magnéticos? O fator psicológico altera os resultados? E os passes ditos espíritas, estão de acordo com os conceitos vistos nas obras dos Espíritos? É realmente necessário um curso de passe e qualquer um pode ser passista? O mérito moral realmente influencia no processo de cura? Qual é a visão científica dos dois temas?
De acordo com o Instituto Nacional de Saúde de Washington (EUA), com base em cerca de trinta teses de doutoramento, foi atribuído ao Toque Terapêutico, em 1994, a comprovação da sua eficácia como terapia alternativa.
Em 1975, Dolores Krieger demonstrou os efeitos do toque terapêutico através da medição de índices fisiológicos em seres humanos após estudos laboratoriais. Comprovou que após a imposição de mãos ocorrem significativas alterações fisiológicas em doentes hospitalizados em diferenciados casos clínicos. Este estudo foi publicado na Revista Americana de Enfermagem, em 1979, sob o título de “Therapeutic touch: searching for evidence of physiological change” (Toque Terapêutico: busca por evidências de mudanças fisiológicas).
Verifica-se, até os dias de hoje, a existência de cargas magnéticas - de monopolos magnéticos - na natureza. Eis, pois, que surge a questão: qual a causa primária responsável pelos fenômenos magnéticos observados na natureza? A resposta é simples: cargas elétricas em movimento, ou seja, correntes elétricas. Todo magnetismo conhecido atrela-se de alguma forma à presença de cargas elétricas em movimento.
A escolha de sistemas envolvendo apenas cargas em movimento retilíneo uniforme é geralmente assumida quando se estuda o magnetismo, em virtude de que em sistemas envolvendo cargas elétricas aceleradas, haverá ainda um terceiro fenômeno envolvido: a emissão de ondas eletromagnéticas. Tal fenômeno resume-se geralmente na seguinte sentença: "cargas elétricas aceleradas irradiam". A necessidade de se considerar as interações oriundas da radiação presente em tais sistemas certamente torna-os mais complexos, sendo estes estudos no contexto do eletromagnetismo. O estudo dos fenômenos associados à interação magnética em sistemas envolvendo apenas cargas elétricas em movimento retilíneo uniforme - ou em sistemas onde a quantidade total de onda eletromagnética irradiada pode ser desprezada - é geralmente designado por Magnetostática.
Em essência, todo magnetismo conhecido atrela-se de alguma forma à presença de cargas elétricas em movimento. Mesmo em ímãs naturais, materiais onde não se verifica a presença de correntes macroscopicamente mensuráveis em suas estruturas, tal afirmação é valida.
Correntes elétricas é a fonte primária de campos magnéticos. É certamente necessário, pois que, dada uma distribuição de corrente conhecida, se possa calcular o campo magnético por ela produzido em um determinado ponto escolhido do espaço ao seu redor. Células biológicas usam a bioeletricidade para armazenar energia metabólica, fazer trabalho ou desencadear mudanças internas, entre um sinal elétrico e outro. Entramos aqui na Ciência do Bioeletromagnetismo, que é o resultado da ação da corrente elétrica produzida por potenciais de ação, junto com os campos magnéticos gerados pelo fenômeno de indução eletromagnética.
O campo magnético, afeta cada átomo do seu corpo. Os elétrons nos átomos giram em torno do núcleo. Aumentando o campo magnético presente junto do átomo, a velocidade dos elétrons orbitais aumenta e os elétrons de valência começam a pular para órbitas de maior energia. O átomo começa a vibrar com maior intensidade, num movimento chamado de precessão. A precessão resulta no aumento da ação molecular, causada pelo aumento do campo magnético. Isto cria uma órbita cônica para certos elétrons. O resultado líquido desse aumento na atividade molecular é um aumento na transferência de elétrons, que é a base de toda as reações químicas em nosso corpo. Esta é a razão porque uma diminuição no campo magnético leva a uma menor atividade molecular e a um decréscimo de enzimas no nosso corpo.
Em resumo: campo magnético mais elevado aumenta o movimento de elétrons e prótons, o que leva ao aumento da atividade molecular, resultando em reações químicas mais eficientes, o que funciona como um catalisador para melhorar as funções de nosso corpo.
Em 1829, CLOQUET faz o primeiro relato da utilização do mesmerismo como anestesia, procedendo à amputação de uma mama, método já utilizado por DUBOIS (1797) e RECAMIER (1821). James ESDAILLE (1808-1959) tornou-se um dos maiores magnetizadores, inspirado nas técnicas de ELLIOTSON. Cirurgião, trabalhou num hospital mesmérico em Calcutá, Índia, onde realizou milhares de pequenas cirurgias e 300 de grande porte sem dor, pelo magnetismo, com diminuição impressionante dos índices de mortalidade. Não empregava a sugestão verbal, mas o passe e a insuflação magnética, obtendo estados profundos de letargia, catalepsia, sonambulismo e insensibilidade. James, concluiu que: O mesmerismo é uma força natural do organismo humano, que afeta diretamente o sistema nervoso muscular; que a administração crônica do mesmerismo atua como um utilíssimo estimulante da debilidade funcional; que a água pode ser carregada com fluído magnético e tem um poderoso efeito sobre o sistema; que a influência mesmérica pode se transmitida através do ar a considerável distância. - ESDAILLE J. Cirurgia mayor e menor bajo hipnosis. Ed. Crespilil Buenos Aires, 1959.
Nesse trecho de O Livro dos Espíritos, questão 483, temos a resposta que o magnetismo atua no sistema nervoso central: Qual a causa da insensibilidade física que se verifica, seja entre certos convulsionários, seja entre outros indivíduos submetidos às torturas mais atrozes? – Entre alguns é um efeito exclusivamente magnético, que age sobre o sistema nervoso da mesma maneira que certas substâncias. Entre outros, a exaltação do pensamento embota a sensibilidade, pelo que a vida parece haver-se retirado do corpo e se transportado ao Espírito. Não sabeis que, quando o Espírito está fortemente preocupado com uma coisa, o corpo não sente, não ouve e não vê? (Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos).
Segundo LANTIER, em 1892, foi criada por uma espírita eminente uma escola prática de magnetismo e de massagem, admitida pelo governo francês. Frente à reação dos médicos, um novo projeto sobre o exercício da medicina foi discutido pelo Parlamento, levando os espíritas, magnetizadores, curandeiros e massagistas a fundarem um sindicato, conseguindo vinte e cinco mil assinaturas favoráveis à sua petição em defesa de seus interesses. Em função de vários processos contra curandeiros, espíritas e magnetizadores, e particularmente num caso envolvendo Mouroux em 1896, o Congresso Internacional Espírita que se realizou em 1900 em Paris, discutiu e deliberou que o Magnetismo realmente possui propriedades curativas e a eficácia de sua utilização para o tratamento das doenças sem qualquer perigo, e solicitando a alteração da legislação sobre o exercício da medicina.
Os passes ditos espíritas estão de acordo com os conceitos vistos nas obras dos Espíritos? É realmente necessário um curso de passe e qualquer um pode ser passista?
Na Revista Espírita de setembro de 1865, a Sra Maurel, médium vidente e psicógrafa mecânica, na manhã do dia 26 de Maio, fraturou o antebraço direito com distensões no punho e cotovelo, numa queda. Foi tratada através do magnetismo espiritual, e curada em impressionantes nove dias (tempo recorde para a medicina humana) por Bons Espíritos, dentre eles o Dr. Demeure, além de um grupo de amigos encarnados (formando assim, uma espécie de corrente magnética, oferecendo material fluídico que misturado com os dos Espíritos, proporcionaria a cura, neste caso), solicitados pelos Espíritos e um magnetizador que colocava a médium em estado sonambúlico. Os Espíritos poderiam agir sozinhos, mas os fluidos animalizados são mais compatíveis com a necessidade de um órgão físico.
“O fluido humano sendo menos ativo, exige uma magnetização prolongada e um verdadeiro tratamento, às vezes, muito longo. O fluido espiritual, mais poderoso em razão de sua pureza, produz efeitos mais rápidos e, frequentemente, quase instantâneos”, orienta Kardec em outro artigo da mesma Revista.
Existe então, na realidade, esta gradação nos efeitos de acordo com o potencial fluídico, a origem do fluido e a sua maior ou menor qualidade. Qualidade que depende diretamente do nosso estado de saúde física e emocional, além do nosso padrão moral.
Kardec estuda a temática em "A Gênese" (KARDEC, 1989), no tópico "Curas". Esclarece as três formas da ação magnética: Pelo fluido (Bioenergia) do magnetizador (Magnetismo Humano); pelo fluido dos Espíritos atuando diretamente, sem intermediário (Magnetismo Espiritual), e pelo fluido que os Espíritos transmitem ao magnetizador (potencializando e ao qual este serve de condutor (Magnetismo Misto ou humano-espiritual). Conceitos não vistos no MEB.
Muitos acreditam que o efeito curativo dos passes magnéticos nada mais é que efeito placebo. A questão do placebo é um dos assuntos que mais fascinam e, ao mesmo tempo, mais causam controvérsias entre a classe científica.
Conhecer o placebo, suas possibilidades e seus efeitos, é fundamental para a classe científica. E para um leigo, até que ponto é interessante saber que um remédio ao qual ele atribui sua cura não passava, por exemplo, de simples composição de amido com açúcar? O placebo é definido como uma substância inerte ou inativa, a que se atribuem certas propriedades (como as de cura de uma doença) e que, ingerida, pode produzir um efeito que suas propriedades não possuem.
O Dr. Bernard Grad, bioquímico e pesquisador de geriatria no McGill University's Allen Memorial Institute, no Canadá, realizou experiências muito interessantes na Universidade de McGill, Montreal, na década de 1960, a respeito da cura pelo toque das mãos que foi reconhecida, e Grad recebeu um prémio da Fundação CIBA, uma fundação científica fundada por um grande laboratório farmacêutico. Nas suas experiências com sementes de cevada, Grad substituiu humanos por plantas e animais, para evitar o efeito placebo. Num recipiente de água salgada (que retarda o crescimento), Grad colocou as sementes e pediu a um curador psíquico (um passista) que fizesse imposição das mãos sobre a água.
As sementes foram colocadas em água salgada (tratada pelo passista e não tratada).Foram colocadas de seguida numa estufa, onde o processo de germinação e crescimento foi acompanhado. Verificou-se então que as sementes submetidas à água tratada pelo passista germinavam com maior frequência do que as outras.
Depois de germinadas, as sementes foram colocadas em potes e mantidas em condições semelhantes de crescimento. Após várias semanas, e de acordo com uma análise estatística, as plantas regadas com a água tratada eram mais altas e tinham um maior conteúdo de clorofila.
O Fator psicológico altera os resultados da Magnetização? Grad lembrou-se de dar a água para pacientes psiquiátricos segurarem. Essa mesma água foi depois usada para tratar as sementes de cevada. A água energizada pelos pacientes que estavam seriamente deprimidos produziu um efeito inverso ao da água tratada pelo passista: ela diminuiu a taxa de crescimento das plantinhas novas (Jeanne P. Rindge in As Curas Paranormais, George W. Meek, Ed. Pensamento, 10ª edição, 1995, Cap. 13, pp. 158-159).
Bernard Grad efectuou ainda experiências com ratos. Numa delas, Grad produziu a doença do bócio (Bócio, conhecido popularmente como papo, é um aumento do volume da tiróide) em ratos e separou-os em dois grupos. Contatou um famoso curador, o Coronel do Exército Húngaro, aposentado, Oskar Stabany, que pegava nos ratos durante 15 minutos de cada vez, durante 40 dias.
Embora todos os animais apresentassem um aumento da tiróide, os ratos pertencentes ao grupo tratado pelo curador apresentavam uma proporção significativamente mais baixa de casos de bócio, 48 ratos que foram submetidos a uma pequena cirurgia e separados em três grupos, um dos grupos foi tratado pelo curador (“passista”). Nos ratos pertencentes ao grupo tratado pelo curador, o processo de cicatrização das feridas era significativamente mais rápido.
Estes estudos foram comprovados pelos Drs. Remi J. Cadoret e G. I. Paul, na Universidade de Manitoba, em condições de rigoroso critério, que concluíram: os ratos tratados por pessoas dotadas de poderes curativos apresentaram uma velocidade de cicatrização significativamente maior. (Medicina Vibracional, Ed. Cultrix, Richard Gerber, 1997).
Bernard Grad (RINDGE, 1983) mediu a cicatrização de ferimentos provocados na pele de 48 ratos divididos em 3 grupos de 16 unidades e tratados durante 40 dias. O grupo controle não foi tratado pelo "curador" voluntário, Cel. Estebany.
O segundo grupo foi submetido a calor na mesma temperatura das mãos de Estebany. O grupo por ele tratado apresentou velocidade de cicatrização estatisticamente significativa. Deduz-se que a bioenergia sutil emitida não é energia calorífica.
Qual é o conceito da água “fluidificada”? E de onde surgiu esse conceito? Temos de levar em conta o conceito do termo “água fluidificada”, oferecida atualmente nos centros espíritas, que surgiu no MEB- Movimento Espírita Brasileiro. De acordo com o dicionário, “fluido é uma substância que pode escoar (fluir)” e fluidificar significa “Fazer passar ao estado fluido”. Tendo em vista essas informações, podemos considerar que o termo “água fluidificada” está equivocado, pois a água já é um fluido.
Helmholtz em 1847 enunciou o principio da conservação de energia: “A soma da energia do universo é constante”. Isto equivale a dizer que a energia não pode ser criada e nem destruída, mas somente transformada. Se você energiza um copo de água - que não é espírito (e, portanto não guarda a mesma receptividade como num passe) ela teria obrigatoriamente que apresentar mudanças nas propriedades da água.
Em pesquisa, Bernard Grad analisou a água quimicamente para verificar se a energização (através do passe pela imposição das mãos) havia provocado alguma alteração física mensurável. Análises por espectroscopia de infravermelho revelaram a ocorrência de significativas alterações na água tratada pelo passista. O ângulo de ligação atômica da água
havia sido ligeiramente alterado, bem como a diminuição na intensidade das ligações por pontes de hidrogênio entre as moléculas de água e significativa diminuição na tensão superficial. (Medicina Vibracional, Ed. Cultrix, Richard Gerber, 1997).
Konstantin Korotkov (KOROTKOV, 1998), utilizando-se da moderna técnica GDV – Visualização da Descarga de Gás (ionizado) em torno de estruturas orgânicas e inorgânicas identificou alterações significativas, nas imagens da água tratada (Fig.2) bioenergéticamente por Allan Chumak.
Escolheu-se a água como substância de observação, levando-se em conta a tradicional afirmação nas grandes escolas espiritualistas, do seu papel de absorvedora de fluidos curativos, sua fundamental participação nos processos da natureza, principalmente nos ecossistemas orgânicos (NOGUEIRA, 1995), e finalmente pelo fato de podermos extrapolar os resultados das investigações para o sangue, a linfa e outros líquidos biológicos. Dr. Robert N. Miller (MILLER, 1977), e RINDGE, (1983), o qual se utilizou das faculdades da curadora Olga Worrall visando descobrir um processo para medir a energia curativa no que obteve sucesso, através de experiências controladas de medição da sua capacidade de "reduzir a Tensão Superficial da água".
A água é capaz de reter campos magnéticos? Estudando mais a fundo as tipologias da água, destacamos as seguintes para uma análise mais profunda:
Água destilada
A água constituída, exclusivamente, por hidrogênio e oxigênio. Origina-se na natureza quando se forma a chuva, ou é produzida em laboratório. Esta água é imprópria para consumo uma vez que não possui os sais necessários ao organismo humano.
Água mineral
A água que dissolve uma grande quantidade de sais minerais quando do seu percurso pela natureza. Normalmente, adquire cheiros, cores e gostos característicos o que permite classificá-la em vários tipos.
Os sais dissolvidos e ionizados presentes na água transformam-na num eletrólito capaz de conduzir a corrente elétrica. Como há uma relação de proporcionalidade entre o teor de sais dissolvidos e a condutividade elétrica, pode-se estimar o teor de sais pela medida de condutividade de uma água. Ou seja, quanto mais sais minerais a água conter, maior será sua capacidade de conduzir eletricidade.
Face ao exposto entendemos que a água mineral, sendo um condutor elétrico, pode-se considerar que ela é capaz de produzir campos magnéticos quando induzida, porém somente o recipiente poderia reter o campo magnético - recipientes específicos.
Conclusões:
No ritual, preconizado pelo movimento espírita brasileiro, de receber passes e beber água magnetizada, um dos fatores que se pode levar em consideração é a influência psicológica, que tem o poder de agir do inicio ao fim no processo; do magnetizador ao Espírito, até o paciente. O fator psicológico não é causa nem conseqüência, mas pode ser um elemento alterador dos resultados. Pode-se, ainda, considerar que o termo água fluidificada seja equivocado, pois a água, como definição física, já é um fluido. O termo surgiu no MEB - Movimento Espírita Brasileiro -, e o entendimento é de que água magnetizada seria aceito, porque a água não é capaz de reter campos magnéticos, mas ela pode ser magnetizada, segundo as pesquisas realizadas.
A ação de reter um campo magnético é diferente da ação de magnetizar. Os passes praticados em rituais na maioria das casas espíritas estão em sintonia com técnicas criadas da literatura oriental, afastando-se dos conceitos, experimentos e pareceres emanados nas obras Kardequianas, nas pesquisas de Mesmer e nas orientações dos Espíritos. Assim como todos somos médiuns, mas nem todos têm a capacidade mediúnica nesta encarnação, qualquer indivíduo é um magnetizador, mas nem todos tem a capacidade magnetizadora. Além da capacidade magnetizadora, é desejável que tenha o conhecimento necessário sobre Magnetismo Animal e sobre a influência da saúde física e moral no processo de magnetização, pois são fatores que alteram a qualidade dos efeitos. A Codificação explica que se pode magnetizar somente com o olhar, sem tocar ou até exclusivamente por ato da vontade. Essas são informações importantes e por esse motivo se faz necessário um treinamento da faculdade. Ter maior conhecimento facilita e impede que os magnetizadores sejam condicionados aos rituais, sem o entendimento dos "porquês", realizando práticas desnecessárias.
Fonte: Núcleo Espírita de Filosofia e Ciências Aplicadas - NEFCA - http://www.nefca.org.br/artigo/agua-fluidificada-e-passes-curadores...

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